Capítulo 32

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CHECK-IN — Capítulo 32

Depois de chegar em casa, deixei Júnior na casa de uma coleguinha do condomínio, voltei pra casa e sento no sofá. Giovanna aparece e senta ao meu lado.
— Como foi na empresa hoje?
— Bem. Escolhemos a capa. A edição vai sair semana que vem.
— Ah, sim. — Ela fecha os olhos e se recosta no sofá.
— O que foi?
— A mesma coisa de sempre. — De um mês pra cá, Giovanna piorou muito. Os médicos disserem que o tempo dela diminuiu. Ela tem menos de um mês. O cabelo começou a cair e ela pediu a Bruna que raspasse sua cabeça. Preciso admitir que isso mecheu um pouco comigo.
— Gi, eu.... Eu sinto muito.
— Luan, não tem nada que sentir. Eu que tenho. Eu tô pagando por tudo que fiz. — O jeito que ela fala, parece que ela fez muito mais merda do que me trair.
— Nenhuma traição merece a morte, Giovanna.
— A morte se paga com a morte. — Diz e se levanta. Ela vai subir, mas cai.
Me levanto e a pego no colo, a coloco no sofá.
— Tudo bem? — Pergunto.
— Sim. — Ela olha pra baixo. — Eu... Tenho medo pelo Júnior. — Diz.
— Ei. — Ergo o rosto dela e a faço olhar pra mim. — Ele é só uma criança, Gi. — Seco as lágrimas dela.
— Eu sei, mas.... Ele vai perder a mãe tão cedo.... Eu sei que não sou a melhor pessoa do mundo, mas amo meu filho. Ele vai sofrer, Luan.
— E eu vou estar aquí pra ajudá-lo a superar.
— Só não deixa ele me esquecer.... — Diz me olhando.
— Não vou deixar. — Digo passando o polegar em sua bochecha. Por uns minutos, vejo a Giovanna que amei por anos. A Giovanna que eu conheci ainda garoto, a Giovanna por quem me apaixonei.
— Olha, eu sei que o que fiz com você é imperdoável, mas eu _preciso_ tentar. Preciso do seu perdão para poder morrer em paz, sem culpa de nada. Eu sei que pra você não é fácil, pois... — Sem nem saber o porque, a beijo.
Podemos dizer que o mundo gira. Ontém eu odiava a Giovanna, hoje estou a beijando como se nada tivesse acontecido. Talvez seja só pena, ou talvez eu realmente tentisse saudade desse beijo. Podem dizer o que for, mas o beijo dela ainda é doce, como era quando nos conhecemos. Ela realmente parece aquela garota calma que conheci, que tinha  o beijo nervoso e a língua tímida acariciando a minha em nosso primeiro beijo.
É como se o tempo tivesse voltado. Encerro o beijo com o mesmo carinho que iniciei. Seguro a nuca de Giovanna com mais firmeza e a beijo de novo, dessa vez com mais intensidade e a puxo pro meu colo.
— Luan, eu....— Diz contra minha boca.
— Não fala nada, tá? Não faz eu me arrepender disso. — Falo, antes de beijá-la de novo.
Levanto com ela no colo e subo as escadas. Me dirijo pro quarto dela, e quando entro, Bato a porta caminho até a cama e deito Giovanna na mesma, ficando por cima.
Coloco a mão por baixo do vestido dela e vou subindo o mesmo. Devagar. Afasto a boca da dela e a olho nos olhos. Ela está com os olhos transbordando.
— Eu vou levar isso como uma… Despedida. — Diz acariciando meu rosto. — Uma despedida de você, do nosso casamento. Do amor que sinto por você.  — Faço que sim com a cabeça. Volto a beijá-la com carinho.
Pode ser que eu não tenha dito, mas eu a pedoei. E eu quero essa despedida, porque depois dela, nunca mais vou ver Giovanna.

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