Capítulo 6

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Christian colocou o anel no dedo anelar de Ana e se levantou.

Era bonito, com aquela pedra talvez grande demais, brilhante demais, provavelmente caro demais.

Com certeza não era algo que ele escolheria.

Bom, se ele não escolheu nem mesmo a noiva, imagine o anel.

Ele beijou a testa da garota, passando um dos bracos por sua cintura, num abraço rápido, olhando de relance para a expressão de insatisfação de seu pai por não ter dito tudo o que deveria.

Pelo menos ele havia lembrado do nome completo dela, ué.

Aquela noite finalmente passou, porém foi com a aceitação de um jantar no dia seguinte, com a desculpa de que não houve tempo de conversarem na festa.

Christian queria apenas assinar os papéis e voltar a sua vida - com uma mulher em sua casa a partir de então, mas não havia problema, contanto que ela não fosse do tipo mimada que queria que ele fizesse tudo.

Não houve realmente tempo para se conhecerem, ele não podia dizer como ela era.

Fisicamente, era bonita.

Aquilo era um alívio. Ela era realmente bonita, o rosto moldurado, o cabelo castanho combinava com o seu tom de pele. E o corpo não ficava atrás, a medida certa para ele imaginar marcando aquela pele com os dedos de tanto apertar. Ele estava louco para ver a garota com menos do que aquele vestido que não marcava muita coisa, porém sua cintura ficou realmente a mostra, o que acentuava os seios e a bunda.

Ele chegou no horário - graças ao seu pai - na casa dos Steele no outro dia.

Sua mãe dissera que eles falariam sobre o casamento, e ele estava nervoso com aquilo. Não pelo casamento em si, e sim por ter que conversar sobre ele.

O que ele tinha para dizer, afinal? Sabe, ele não importava se as flores serão brancas ou rosas, se o cardápio seria francês ou se haveria um coral.

Ele só queria que aquilo acabasse.

Seus pais, junto dele e os pais de Anastacia, estavam na sala de estar, esperando pela morena que havia se atrasado porque, ah, ele não se importava, contanto que a garota apenas descesse aquelas malditas escadas logo.

Quanto antes começassem, mais rápido terminariam.

Ele estava sentado no sofá - que não estava ali ontem a noite - que dava vista completa para a escadaria, um copo com wisque na mão, escutando sem prestar atenção o seu... Sogro.

— Minha filha é uma princesa - ele dizia.

Christian levantou uma das sobrancelhas, não estava nem aí se a garota era princesa, rainha, duquesa.

Ele estava realmente irritado àquela altura.

Ele olhou novamente para o topo da escada, reprimindo a vontade de revirar os olhos, e quase suspirando de alívio ao ver a Anastacia descendo as escadas.

De repente o casamento não era uma ideia tão ruim.

A garota estava com o cabelo solto, para um único lado, o vestido vinho era bem acima das coxas, as botas pretas acima dos joelhos.

Ela estava comportada... E gostosa para caralho.

— Boa noite - murmurou baixo, sorrindo meiga para todos.

— Minha filha, finalmente - Carla disse.

— Me desculpem, eu me atrasei na SNCC.

Christian bufou baixinho.

Não bastava ser bonita, gostosa, simpática, ainda fazia caridade.

Vai ser perfeita assim na...!

— É prazer revê-lo, sr. Grey - a garota disse.

Teria sido excitante se tivesse uma pitada de malícia em seu tom, mas não, era apenas saudoso e gentil, educado, o que apenas irritou Christian.

Ele odiava toda aquela submissão que as mulheres búlgaras tinham que dar aos seus maridos.

Como eles conseguiam viver daquele jeito?

Não era uma submissão sexy, era apenas como um retardo mental de elas parecerem perdidas o tempo todo.

Ele se lembra de como seus pais eram, quando ainda morava com eles, como sua mãe se devotava ao seu pai, como ela fazia tudo para ele, desde arrumar a roupa que o mesmo iria vestir à servi-lo.

Não parecia uma esposa, e sim uma empregada.

E ele podia ver direitinho a mesmo submissão em Anastacia.

Um desperdício - pensou.

Ele apreciaria uma submissão nela, mas uma submissão atraente e excitante.

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