Capítulo 43

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Ana não sabia o que dizer, não sabia o que sentia... ah, não, isso era claro, era tão claro quanto confuso. Era estranho, totalmente novo e até insano, mas sentia felicidade. Seus olhos chegavam estar cheios com as lágrimas.

Felicidade era o centro de tudo o que ela sentia naquele momento, com a mão contra sua barriga, sabendo que era o lugar seguro para o seu bebê.

O seu bebê.

Aquela frase tinha tanto peso sobre ela que ela mal conseguia pensar e respirar ao mesmo tempo.

Ela se sentia feliz, mas também vinha os outros milhões de sentimentos - todos bons de se sentir - que a deixava sufocada com o tamanho da intensidade.

É completamento estranho como quando você não percebe que queria tanto uma coisa até realmente ter a oportunidade de ter.

E foi aí que o medo chegou devagar. Se instalando lá de repente. Ela não sentia medo porque... Porque achava que não iria conseguir fazer aquilo. Ela estava aterrorizada de repente porque sabia que conseguiria, que iria até o inferno para fazer tudo certo.

Deus, ela havia acabado de descobrir que tinha algo infinitamente importante em sua barriga agora, e já estava dependente.

Era certo sentir aquele tipo de coisa? O medo era avassalador ao pensar naquilo.

Ela olhou para Christian, que a encarava sem nenhuma expressão o entregando, totalmente impassível na beira da cama.

Ana inspirou o ar com calma, tentando controlar tudo.

_ Me desculpa, eu... Eu não sei bem como isso aconteceu - começou.

_ Ah, eu sei bem como aconteceu - ele disse irônico.

O tempo parou ali e Ana analisou a situação, cada detalhe.

Christian - como se percebesse o dilema da menina - se aproximou mais dela, tocando os lábios rapidamente em seu cabelo e então apoiando o queixo no topo de sua cabeça.

A garota soltou o ar e sorriu aliviada ao constatar que o marido não estava irritado. Ele não estava pulando de alegria na visão dela, mas também não estava com raiva.

Eles conseguiriam lidar com tudo em breve, com certeza. Eles sempre conseguiam.

_ Eu achei que você... Ah, esquece. Eu não consigo nem explicar o que eu estou sentindo agora - ela sussurrou, fazendo-o sorrir mais ainda pelo desastre que a garota se encontrava, como um bobo apaixonado.

Tudo bem, ele estava mesmo. Muito apaixonado por ela.

Sabia disso. Já não tinha mais problema algum em admitir... Bem, admitir para si mesmo. Dizer em voz alta, para alguém, para ela em específico era a complicação.

Estar apaixonado por Ana nunca o deixou em pânico, nem mesmo se dar conta de que a amava o deixou a ponto de surtar. O sentimento só estava ali, sabe?

E agora eles teriam um filho.

Um filho.

Era um novo patamar, era o nível da decisão, de escolher se vão ou não entrar naquela de vez. Não era mais apenas eles dois, tinha uma criança no meio agora. Uma criança que seria responsabilidade deles.

Puxa, como eles chegaram naquilo?

Ele estava pronto para aquilo? Não que importasse se estava pronto ou não, iria ter de ficar em alguns meses.

Não era dúvidas sobre levar a diante que ele sentia.

Céus, não, nada disso.

Ele apenas não tinha certeza sobre o que fazer, ou até mesmo dizer, apenas não era algo que ele já havia pensado de forma concreta mesmo depois de se casar com Ana.

Ele mesmo nunca imaginou que a garota iria pegá-lo - no sentido mais teórico e sentimental possível - de jeito, não imaginava que iria se apaixonar do jeito que se apaixonou por ela, renunciando toda a sua vida, mudando tudo ao seu redor. Não imaginava que um dia iria se sentir daquele jeito tão dependente e ao mesmo tempo bom em relação a uma pessoa de fora, que acabara de conhecer.

_ Eu te amo - ele soltou num sopro de ar de repente.

Ana se afastou minimamente, levantando a cabeça para encará-lo, totalmente surpresa.

_ Eu não acho que algum dia eu vá amar alguém como eu já amo você - continuou ele. - E mesmo que seja uma surpresa e tanto o bebê, eu estou feliz por isso. Você é a única mulher com quem eu iria querer ter essa experiência.

Ela acreditou naquilo. Não havia como ter dúvidas.

O brilho nos olhos de Christian era visível para qualquer um, quando ele olhava para a garota suas pupilas dilatavam e o cinza se tornava mais claro, e Ana se sentia a pessoa mais sortuda do mundo por aquilo.

A morena com certeza colocou a culpa na gravidez recém descoberta por seus olhos deixarem escorrer as lágrimas já formadas por seu rosto.

Ela mordeu o lábio inferior e puxou o marido para si, trazendo seu rosto para perto, e beijou-o com amor, de forma gentil, não afobada, a língua pedindo passagem - que fora concedida sem hesitação - passando uma das mãos pelo peito do dele e chegando ao seu coração, sentindo os batimentos rápidos. Christian não tentou dominar, ele nunca sentiu vontade de dominá-la.

Com Ana, ele sempre foi completamente o oposto em tudo do que foi com outras mulheres. Com ela, ele queria ser gentil, ser amável.

E Ana se apaixonou por ele mais mil vezes ali. Durante todos os dias dos últimos meses sentiu uma coisa nova, viu uma coisa nova em Christian que a fazia o querer mais sempre. Eles se conheceram - não o suficiente ainda, claro - e se permitiram aceitar o que cada um queria.

_ O que foi? - perguntou ele quando a garota apenas parou de beijá-lo.

Ela sorriu e o puxou para um abraço apertado.

— Nada, é que eu estou feliz de você ser meu - sussurrou contra seu pescoço.
Talvez tenha sido naquele momento - com toda aquela emoção à flor da pele, bem intenso, mas precioso momento, tendo Christian ao seu redor da melhor forma possível - que Ana percebeu que tudo mudaria, ela querendo ou não. Ela teria uma outra vida para cuidar. Não era apenas uma diversão, algo que podia fazer ela ter atenção o tempo todo. Seria um bebê que ela iria acordar a madrugada inteira para cuidar e ficaria feliz com aquilo, um bebê que iria ensinar os valores da vida, a ser uma boa pessoa, a ter educação. E o mais inacreditável: aquele bebê estava dentro dela, ele iria crescer ali antes de estar na sociedade, porque no mundo ele já estava. No seu mundo ele já existia. De repente o bebê já era o seu mundo todinho.

É preciso uma nota de tempo para um amor ser válido? Precisa de minutos, horas, meses ou anos para o sentimento existir?

Se fosse, Ana ultrapassou todas essas estatísticas, pois ela se apaixonou por alguém que nunca viu e só soube da existência há alguns minutos... Ela se apaixonou em segundos.

Era a coisa mais louca e incrível do mundo. Uau. Seria um ser humano - incondicionalmente já amado; um serzinho parecido com ela e Christian.

Nossa, seria o bebê mais lindo do mundo sem dúvidas.

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Com certeza será!!! 😍💜
Mais um cap amorzinho pq o meu casal merece 🙆🙈 Gente, pode ser que vcs achem que ta passando rápido e tal, mas não é. É que eu pensei na fic desde o começo com um começo, meio e fim do jeito que eu planejei, e ela ta ficando meio grandinha já rs, então... Não estou pulando nada - e se ACALMEM ainda NÃO é o fim, tem umas paradas ainda para acontecer, uns desesperos básicos pq nós gosta de uma tretinha, nós gosta de um perigo 🙊🙈🙉 e tem uns hot para acontecer tbm pq se não for para putaria acontecer nós nem lê fanfic de 50 tons 🙆✌😎 então é isso, até mais, minhas bolachas que na verdade é BIXCOITO - talvez poste hoje ainda pq inspirada nas palavras 😏😋 manas, as vezes parece que as minhas notas são maiores que os capítulos, desculpa gente, não desisti de mim não 😕😢

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