Capítulo 21

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Ana sorriu simpática para a loira enquanto Gail saía.

_ Alguma coisa para beber, Elena? - questionou, mostrando sua educação e etiqueta.

_ Não, querida, não estou com sede. Estou até atrasada para ir para o salão - comentou a outra enquanto andava completamente a vontade até a janela que mostrava toda a cidade.

Ana não sabia o que era mais falso, o "querida" usado o tempo todo ou o sorriso "simpático".

_ E aquelas caixas? - perguntou a loira apontando paras as muitas caixas ao lado do elevador.

Ana queria perguntar o que porque seria da conta dela, mas apenas respirou o ar moderadamente e se sentou no braço do sofá do hall.

_ É a nova decoração da casa, eu não gostei muito de toda essa coisa cinza e preta, ou esses quadros horríveis noa corredores - falou com naturalidade e teve sua confirmação de o apartamento ter sido decorado por Elena quando a mulher a lançou um olhar de ódio e indignação. - Christian não se importou nem un pouco, claro, acho que até ele se incomoda com esses troços pela casa. Eu estava pensando em trocar a cor também, mas depois de pensar um pouco percebi que a cor é legal, é só a decoração que é ruim mesmo - continuou ela.

_ Nossa, você disse isso na cara dele?

_ E ele concordou com tudo - completou Ana.

Tudo bem que Christian disse apenas "pode fazer o que quiser, apenas não troque as cores do apartamento porque eu não gosto do cheiro de tinta que fica", mas de qualquer forma, aquilo queria dizer que ele concordava que a decoração era uma merda e precisava ser mudada.

Então, ela não estava mentindo.

Claro que não.

_ Que coragem - elogiou de má vontade a outra, virando-se novamente para a janela. - Sempre adorei essa vista.

E mais uma vez estava ela entonando que esteve ali muitas vezes.

Ana não ia rebater, não ia!

Gail voltou no mesmo segundo - para a felicidade de Ana - segurando um relógio dourado - para a infelicidade de Ana - e até um pouco chamativo, que a morena nunca havia visto no quarto.

_ Estava na gaveta do criado mudo - disse Gail.

Estava aí porque ela não viu, nunca havia aberto aquelas gavetas.

_ Obrigada, Gail, foi muito gentil da sua parte encontrá-lo para mim - agradeceu Elena enquanto pegava o relógio. - Quando temos uma coisa favorita, não deixamos nunca.

Ana teve a sensação de quela não estava falando sobre o relógio, mas não comentou e nem mesmo pensou mais a fundo sobre

_ Não foi nada, Sra. Lincoln. Mais alguma coisa, Sra. Grey?

_ Só peça para Sawyer me ajudar com essas caixas, por favor - disse a morena e logo a governanta desapareceu pelo corredor.

_ Bom, então vou indo - disse Elena após colocar o relógio no pulso. - Hum, devíamos marcar alguma coisa qualquer dia. Christian com certeza ficaria feliz.

Ana balançou a cabeça.

_ Já disse para ele que isso não vai acontecer, e ele está bem com isso - Ana informou, andando até o elevador e apertando o botão de chamada, num sinal claro de que era hora de Elena ir embora.

Tudo bem, a casa também era de Christian, mas ele não estava ali naquele momento, e ela não tinha que ser educada com Elena depois de todas aquelas insinuações e de Gail realmente encontrar a droga do relógio no quarto.

_ Uau - sussurrou a loira, caminhando em direção ao elevador, mas não entrou no mesmo, apenas encarou Ana. - Eu só quero que você saiba e não se esqueça nunca de que toda essa palhaçada foi por pura obrigação da parte de Christian. Se ele tivesse escolha, nunca teria se casado com você.

A morena quase não ficou surpresa - quase, ela meio que estava esperando por aquele ataque de palavras. Não foi difícil perceber que Elena não havia gostado dela, nem mesmo havia tentado, com certeza. E a mulher também parecia ter ciúmes de Christian. Talvez por serem muito amigos, e há muito tempo, com certeza era difícil ele de repente tendo uma mulher em sua vida, tomando parte de tudo o que era só da loira.

Mas aquilo não impediu o sangue de Ana ferver.

Ela realmente não precisava de alguém a lembrando do casamento ter sido totalmente obrigatório para Christian.

_ Claro - Ana disse devagar. - Na verdade, não tem como me esquecer disso. Mas então, você acha que ele me levou para Ilha no Rio de Janeiro por pura obrigação também? Ou que ele me beija por pura obrigação... É que eu não sei, sabe, mas eu acho que ele não vai para cama comigo por pura obrigação. E você, acha?

Ana sabia ser irônica e sarcástica como ninguém.

Elena deu um passo para trás. Claro que a loira não esperava que a outra rebatesse daquele jeito, com o tom cortante e debochado, a postura autoritária e dominadora. Por um momento, Elena viu Anastacia a sua altura.

_ Bom, não me importo com o que você acha, nem te conheço e pretendo continuar assim e sei que você quer o mesmo.

Carla Steele estaria orgulhosa em ver Ana naquele momento, completamente segura e dominadora sobre outra mulher bem mais velha e mais experiente. E foi pensando naquilo que a morena apenas levantou uma das sobrancelhas e indicou o elevador com as portas abertas para Elena.

_ Então... - murmurou sugestivamente.

Elena jogou a cabeça para o lado, tirando o cabelo dos olhos e seguiu para o elevador numa postura reta e inabalável.

_ Tenha um bom dia, Anastacia - desejou.

_ O mesmo para você, Elena - devolveu Ana, virando as costas sem esperar as portas do elevador terminarem de fechar.

Foi uma conversa - se ela pode chamar apenas de conversa - interessante e cansativa, mas que logo saiu de sua cabeça quando Sawyer chegou para ajudá-la com as caixas e a nova decoração.

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Huuuuuuuuuuuuuum, ai krl! Arrasa, mana, faz purê dela!! A Ana não é boba não - só um pouquinho. Vamos ver o q vai rolar, se a Elena vai dar uma de fofoqueira e contar para o Christian, se a Ana vai fazer a sonsa e fingir que nada a aconteceu... 🌚🌝 só sei q nada sei

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