Capítulo 14

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Ana acordou quase dormindo novamente. Ela não se lembrava da última vez que acordou por conta própria, e dormir mais estava sendo bom. Mas a garota abriu os olhos, percebendo que estava no quarto da casa na Ilha, naquela cama enorme... Sozinha.

Não era que ela quisesse que Christian estivesse ali e tal, mas... Ela queria sim.

Seria, sabe, legal da parte dele pelo menos estar com ela na cama.

Mas pelo visto ele também não ligava para aquilo.

A garota suspirou e se sentou, logo fazendo uma careta de dor.

Era ardência numa área bem específica de seu corpo que ela nunca havia sentido.

Ela se sentia dolorida também.

Puxa, doía na hora e ainda doía depois?

Mulheres nasceram tão fodidas!

Mesmo assim, ela tratou de se levantar e seguir direto para o banheiro.

Ta', ela não estava diferente.

Não era como se de repente ela houvesse se tornado mais mulher, mas seu olhar denunciava algo mais maduro, era como se dissesse "olha, você não é mais virgem, não é mais uma garotinha, agora pode estar no grupo de amigas de sua mãe e elas não vão mais ter que calar a boca ao acabarem falando sobre sexo na sua frente".

A garota balançou a cabeça para o seu reflexo e tratou de tomar um banho rápido, estava começando a ter fome. Saiu com uma toalha enrolada no corpo e outra no cabelo, ainda tendo a impresso de ter areia no mesmo.

Encontrou suas malas debaixo da janela, e se maravilhou novamente com a vista.

De dia, era mais bonita ainda.

A morena foi rápido em colocar uma roupa, e pentear o cabelo, logo saindo do quarto tentando se lembrar do tour de ontem.

O som da TV a guiou para sala que dividia junto à cozinha, onde Christian estava falando ao celular.

A garota foi para trás do balcão e roubou algumas tiras de bacon que estava no prato atrás do marido, se empolgou comeu os ovos também, assim como bebeu alguns goles do suco de laranja. Ela estava tão entretida roubando o café da manhã do outro que nem percebeu quando Christian a abraçou por trás, ainda ao celular, os lábios tocando seus cabelos num beijo rápido.

Ele encerrou a ligação quando a garota terminou todo o suco do copo, e lhe deu um beijo no pescoço.

_ Bom dia - sussurrou em seu ouvido, deixando-a arrepiada.

_ Bo-bom dia - respondeu ela, inclinando-se automaticamente para frente pela sensação, ouvindo em seguida a risada baixa do outro. - Não sabia que você sabia cozinha.

_ Agora você com certeza sabe - rebateu ele, mordendo a tira de bacon na mão da garota.

Ela riu, sentindo o rosto queimar.

_ Você é tao fofa - disse ele, quase que distraído, então franziu o cenho como se tivesse percebido o que falou e soltou. - Hã... O que quer fazer hoje?

_ O que eu quero fazer? - questionou ela, virando-se para ele.

_ É.

_ Não é você quem tem que decidir isso? - ela perguntou, mas logo percebeu que havia feito exatamente o contrário do que ele havia dito. - Foi mal, isso é meio complicado ainda.

Ele sorriu.

_ Você também pode dividir as coisas. Não é como você tivesse que ser minha submissa, sabe - disse ele.

_ Na verdade, é sim - ela respondeu, apoiando os cotovelos no balcão.

_ O quê?

_ É exatamente isso... Sabe, do tipo fazer tudo o que você quiser, quando você quiser - explicou.

_ E você faria realmente isso?

E, droga, ela tinha dúvidas!

_ Eu fui criada assim.

_ Não foi o que eu perguntei.

Maldito Grey!

A garota pegou um dos morangos de cima do balcão, ainda arrumado com o café da manhã, e colocou na boca. Mastigou devagar e engoliu. Christian esperou pacientemente - pelo menos, parecia paciente.

_ Bom, não é como se conhecesse outra coisa, então... Sim, eu faria. Mas parece que você não é assim - finalmente respondeu.

_ Estou começando a querer ser - ele disse para a surpresa da garota, que apenas pegou outro morango e enfiou na boca. - Qual é, ia ser legal ter você fazendo tudo para mim o tempo todo, no quarto, na cama... Sem nenhuma roupa.

A garota engasgou com o morango na garganta e Christian levantou, indo até ela, começando a fazer círculos em suas costas como se aquilo realmente ajudasse.

_ Você acha que eu sou sua escrava sexual? - questionou ela, como se tivesse sido realmente ofendida.

_ Você quem disse "qualquer coisa quando eu quiser".

_ Isso não quer dizer que eu vá ser sua escrava sexual.

_ Mas essa podia ser uma coisa que eu quisesse.

_ E que você não fosse um tremendo de um babaca é uma coisa que eu queria.

Os dois - sim, os dois - ficaram extremante surpresos com a explosão da garota.

Veja bem, Christian deu dúvidas a ela, deu questões, perguntas que ela queria responder, coisas que ela achou que eram obrigatoriamente serem de um jeito, ele fez com que ela visse que haviam outras formas de lidar, de fazer, de mudar.

Sim, ele havia criado um monstro em alguns dias.

Não que ela fosse começar a ser desrespeitosa, mas ele começou a falar sobre machismo um dia desses e ela começou a pensar demais em quanto aquilo era errado.

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Uuui, Ana mostrando as carrinhas. Adoooooro.

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