CAPÍTULO 5 "QUANTO TEMPO"

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De minuto em minuto eu olhava pela janela para ver se ele já tinha chegado. Minha amiga já estava impaciente comigo.

-Imagino que no carro dele tem buzina... -Disse irônica. -Não tem porque fazer a linha "vadia desesperada".

-Não estou desesperado! Você viu o rosto daquele anjo? -Respondo com um pouco de graça na voz. -Uma oportunidade dessas não pode passar.

-Leonardo! Ele pegou seu número... Se acalme.

Isso foi o suficiente para mudar meu olhar para a tela do meu celular que indicava uma nova mensagem. Deslizei a senha pela tela e então vi que era apenas o grupo da minha sala mandando fotos zoadas. Reviro os olhos e segundos depois, ouço o som da buzina.

-Ele chegou. -Digo pegando minha mochila e os fones.

-Não sai assim tão rápido! -Repreende Maria Júlia. -Ele não precisa saber que você estava tão ansioso.

-É, você tem razão... Vou contar até trinta!

-Ele tem cara de que gosta de ter uma pessoa aos seus pés... Digo isso porque todos com a aparência perfeita de um Deus grego gostam! -Diz em meio aos risos, e desta vez, eu tive que concordar.

Terminei a contagem e logo ouvi o som da buzina novamente. Abri e porta e então o vi se esticando dentro do carro para poder me ver. Sorri.

Assim que caminhei até o portão, me virei de acenei para Maria que me olhava com um olhar dizendo "vai lá, agarra esse homem".

Abri a porta do carro e entrei despejando minhas coisas nos meus pés, e então, segui com meus olhos até os olhos do moço ao meu lado.

-Vamos? -perguntei.

-Ah... Sim!

Dito isso ele girou a chave e então fez o processo de acelerar o carro e mudar a marcha para assim cairmos no trânsito estressante do meio-dia.

Estávamos calados até a metade do caminho, e foi quando paramos no semáforo que senti seus olhos fixos em mim.

-Vai querer que eu te pegue todos os dias? -Perguntou com aquela voz rouca.

-Você é o meu ruivinho do Uber... Não é sempre que acontece isso na vida de quem usa um aplicativo para chegar na escola... Desculpe a sinceridade,mas acontece que eu não consigo segurar. -Respondo ajeitando o cabelo e olhando para minhas coxas. -E sim... Me pegue todos os dias antes e depois das aulas!

Ouço seu riso contido e então encaro seus olhos que ainda me olham de cima a baixo.

-Meu nome é Thalel... Eu deveria ter te dito antes!

-O meu é Leonardo... Muito prazer!

Thalel então abriu a boca e logo a fechou. Sorriu e então disse.

-Prazer é todo nosso!

Ele parou o carro uma casa depois da minha. Pediu desculpas e então desligou o automóvel. Peguei minhas coisas e retirei minha carteira do bolso, entreguei o preço cobrado por ele e me despedi.

Sai do carro e o vidro tornou a baixar e então me curvei para ver o que ele queria.

-Amanhã, meia-hora antes eu estarei aqui... Ah, é... Você é muito simpático, Léo... Gostei de falar contigo...

Ele coça a nuca e sorri.

-Quer almoçar comigo? Tipo, tem um lugar maneiro onde eu sempre vou, e amanhã estarei sozinho no horário de almoço, e é muito ruim almoçar sozinho... Topa?

-Talvez eu vá! Depois da aula a gente conversa certinho, Okay?

-Firmeza, mano! Falou!

-Tchau.

Me viro para caminhar até minha casa e então vejo aquela moto que me fez voltar alguns anos do meu passado.

-Léo! Quanto tempo...

-Júlio?

                                ~•~

O RUIVO DO UBER -ROMANCE GAY- Where stories live. Discover now