CAPÍTULO 31 "LA PESCA"

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Após Thiago sair da água, ele tornou  por a lancha pra navegar; imaginei que estaríamos voltando para casa, mas estive enganado o tempo todo até chegar na tal ilhota que Enzo havia me dito. As árvores foram ganhando cores e tamanhos assim que nos aproximávamos; e um frio na barriga ia tomando conta de mim.

Yasmin parecia ansiosa pela chegada e Bia também. Já eu, bom, eu queria ir embora logo. Fui até o convés e peguei a minha bolsa, juntei ela nos meus ombros e fiquei ao lado do Thalel que me encarou e jogou seus braços em volta do meu pescoço.

Enzo foi até Thiago e começaram a conversar alto sobre futebol. Pelo o que eu entendi, e pelas zoações, Enzo era São Paulino e Thiago Palmeirense; olhei para o ruivo que ria contido e sussurrou como se esperasse por minha pergunta:

-Eu sou corintiano... E você? -Perguntou arqueando as sobrancelhas.

-Eu? Ah... Eu sou a universal... -Rimos alto e ele me disse que com certeza eu não era a universal.

Convenhamos, aquilo não era uma coisa boa de se brincar. O vento golpeava meu rosto e uma brisa deliciosa invadia o meu ser. E foi aí que eu pensei: "Meu Deus... Depois que eu conheci esses dois caras, a minha vida mudou completamente... ora, e já não era sem tempo". Sorri mais uma vez e então decidi ficar calado até chegar no nosso destino.

A única coisa me me interessava lá naquela ilhota era as frutas, pois eu não era muito chegado em frutos do mar e o cheiro de peixe me repugnava aos extremos, mas mesmo assim eu não abria mão de uns filés quando ia nas choperias com a Maria Júlia. Chopp e filé de peixe combinam que é uma maravilha. (Dica)

Assim que Thiago desligou a lancha, todos se preparavam para descer menos eu. Estávamos no entardecer e logo estaria de noite, e o meu medo de navegar no escuro me deixava paralisado. Thalel veio ao meu encontro e me perguntou o que estava acontecendo.

-Não é nada, Thalel... Eu só não quero voltar tarde pra casa. -Respondi assim que ele apertou meu ombro.

-Eu vou conversar com os caras, beleza? Antes de escurecer completamente, estaremos em casa... olha, a cerveja acabou e estamos mais sóbrios também... não tem no que temer.

Aquilo de certa forma me fez rir. Ninguém ali estava mais sóbrio. Eu em particular estava muito bêbado ainda, e era capaz de sentir minhas pernas moles embaixo de mim. Minhas gargalhadas chamou a atenção de todos ali, inclusive de Enzo que veio até mim já me perguntando o que estava havendo.

-Ai... Calma... Deixa eu me recompor... Você acredita que o Thalel disse que estamos mais sóbrios? -Respondi assim que consegui respirar. -Olha a cara dele, Enzo... Meu Deus...

E realmente era de se dar risadas. Thalel estava com uma cara de algum nerd que se acha o espertalhão e que acabara de ser contrariado pelo professor diante de toda a sala de aula. Mas ele não aguentou ficar com aquela expressão por muito tempo e logo se juntou a mim numa risada constante.

Enzo ficou ali parado com as mãos no bolso da bermuda e então sorriu tímido ao ver que a mão do ruivo estava depositada no meu ombro. Respirei fundo uma segunda vez e me endireitei. Olhei para a ilha e já me encantei.

Uma música de tambores chegou aos meus ouvidos e alguns gritos de homens se misturaram às batidas. Parecia que eles estavam jogando ou coisa do tipo, então tirei a hipótese de que uma briga grave acontecia ali.

Sorri de canto e abracei Enzo. Ele retribuiu e se virou para onde Thiago e Bia olhavam assustados. Dois homens, um muito gordo e outro magro demais estavam parados na areia, à mais ou menos uns 500 metros pra ser mais específico.

Okay, não há nada de mais nisso, não é mesmo? A única coisa que chamou minha atenção ali foi que o homem gordo apontava uma arma em nossa direção. Não sei muito o nome das armas que existem, mas tenho certeza de que aquilo era uma espingarda. O outro, magrelo, sorria com a mão direita numa bainha que estava presa em sua cintura.

O RUIVO DO UBER -ROMANCE GAY- Where stories live. Discover now