-Onde você quer ir agora, Yasmin? -Perguntou Enzo me olhando e sorrindo. -Vamos, minha filha... O Léo tem que ir pra casa!
E eu realmente estava precisando ir. Thalel iria me buscar para irmos na tal festa, e naquela altura do campeonato, já se passava das cinco. Aquela sem sombra de dúvidas, havia sido a melhor tarde de toda a minha existência.
Olhei para ela e me ajoelhei.
-Princesa, eu prometo que o papai vai te levar lá em casa amanhã, você vai querer? -Falei jogando sua franja para trás.
-Mas ele trabalha amanhã, e eu tenho aula cedo...
-Ah, amanhã ainda é domingo -E não pude segurar o riso -Passaremos o dia juntinhos, mas para isso você tem que se comportar e fazer o que ele está pedindo, Okay?
-Tá bom!
Depois disso não tocamos mais no assunto e Enzo e eu não tivemos uma conversa totalmente direta até ele mudar o rumo da minha casa para o centro.
-Para onde estamos indo? -Perguntei com uma certa calma na voz.
-Vou levar a Yasmin pra ir ficar na Vó dela... Ontem eu iria levar, mas preferi ficar com ela em casa! Às vezes me sinto muito sozinho e isso não é bom.
Olhei para o banco de trás e a minha princesa estava dormindo. Seu rosto estava tão sereno quanto a minha vontade de cuidar deles pelo resto da vida -Sim, quando eu penso nela, é impossível não pensar no Enzo.
Não demorou muito para chegarmos numa casa amarela e grande. Desci para poder ajudar com as coisas que estavam no porta-malas e fui surpreendido por uma senhora meiga e atenciosa.
-Boa noite. -Cumprimentei fechando o bagageiro e por fim, notando de que eu teria que pegar Yasmin e levá-la até lá dentro. -Posso pegar ela, Enzo?
-Ah, sim... Só tome cuidado para ela não acordar... Rosa do céu, hoje essa sapequinha me deu um trabalho que só Deus na causa! -Disse rindo com aquele monte de sacolas nas mãos.
Que braços são esses? Imagina percorrendo meu corpo.
Ah? Que porra ê essa que eu estou pensando?
Me curvei e a peguei; caminhamos até a sala, onde me recusei observar os detalhes.
Assim que a deixei no sofá, respirei fundo e dei-lhe um beijo na testa. Yasmin então bocejou e balbuciou as seguintes palavras
-Tchau, Papai Enzo, tchau papai Léo... Eu amo muito vocês... Boa noite mamãe, eu também amo você -E essas simples palavras fizeram meu coração apertar. Meus olhos se encheram de lágrimas, mas eu não iria chorar ali. A minha princesa merece muito ser feliz.
E eu farei o meu possível.
Dei mais um boa noite para a senhora e fui para o carro, não demorou muito para que Enzo entrasse também e desse partida rumando para minha casa. O caminho foi repleto de silêncio, e algumas dúvidas gritavam dentro de mim, e eu sequer sabia qual deixar sair primeiro.
Assim que chegamos em casa, deparei com o carro do Thalel estacionado um pouco à frente.
-Até mais, Enzo... Amei essa tarde com vocês...
-Amanhã eu venho te buscar, então, tudo bem? -Disse.
-Claro!
Desci do carro e fiquei olhando ele virar a esquina. Estava prestes a entrar quando o ruivo desceu do carro e veio até mim. Pelo seu modo de andar e suas pálpebras murchas, deduzi que estava bêbado.
-Eu te liguei varias vezes, onde é que você estava? Ah, deixa eu ver... Com aquele Zé mané?
-Ele se chama Enzo... E a gente não ia sair só de noite? O que veio fazer aqui nessa hora? -Perguntei indo um pouco mais perto -Está bêbado?
-Não... Comecei a beber agora na casa dum amigo meu... Eu vim aqui te buscar, fui na casa da sua amiga e nada... Me senti um trouxa!
-Eu não faço ninguém de trouxa... Nós tínhamos um combinado! E a propósito, eu vou entrar e vou me preparar pra mais tarde, Okay?
-Vamos comigo... Depois a gente vê esse lance da festa mais tarde!
-Ah... Eu não sei e...
Aquele dia parecia que não iria terminar bem, pois enquanto eu tentava encontrar palavras pra não sair naquele horário, vi aquela moto e aquele garoto virar a esquina.
Assim que Júlio desceu, fiquei imóvel e Thalel me olhava sem entender nada.
-Quem é ele? -Perguntou cruzando os braços e vindo pra mais perto de mim.
-Léo, podemos conversar? -perguntou ja se aproximando com o capacete nas mãos.
Fiquei calado. E a expressão de Thalel não era a melhor.
-Não, cara, ele não vai! -Respondeu e eu pude ver suas veias do braço se enrijecerem.
Okay, agora sim eu me fodi.
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O RUIVO DO UBER -ROMANCE GAY-
RomanceA noite parecia ser repleta de azar. O céu nublado tapava a visão de qualquer um que tentasse ver as estrelas. Tudo mudou tão de repente que fica difícil de explicar. O dia estava sendo perfeito, tudo fluindo para algumas conquistas diárias, mas, ao...