CAPÍTULO 22 "TENTATIVA"

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Por mais que a música fosse animada e as pessoas ao meu redor fossem totalmente alegres, eu não sentia o mesmo que elas. Thalel dançava de um modo discreto -acredito que seja por eu não estar o acompanhando.

-Eu vou comprar algo pra beber, okay? -Falei próximo a seu ouvido.

Aquele espaço era tudo o que ele precisava para se soltar um pouco mais.

Sentei num banquinho de aço e esperei até que o barman viesse me atender; e esse processo não demorou muito.

-E aí, vai beber o que? -Perguntou sorrindo de modo simpático.

-Um refrigerante, por favor. -Eu tentei de todas as formas transmitir a mesma simpatia, e eu tenho plena certeza de que meu sorriso saiu mais falso que a facada que o Bolsonáro forjou.

O barman então sorriu e apontou para vários litros de bebidas alcoólicas: -Se for aquele tipo de refrigerante, eu pego pra você!

-Okay, não tem refrigerantes aqui, não é? -Ele concordou com a cabeça. -Tá bem... Me vê uma bebida doce, que quanto menos gosto de álcool melhor.

-É pra já! -Disse ficando de costas pra mim.

Olhei para Thalel e ele estava com uns cinco rapazes a seu lado e com um copo em sua mão.

Que horas que ele pegou aquele copo?

Sem ao menos perceber, ele apontou para mim fazendo com que todos os outros me olhassem também. Meu rosto queimou no mesmo instante e uma vergonha desgraçada percorreu meu corpo parando nas pontas dos dedos.

Olhei para o barman e ele me encarava com o drink nas mãos. Sua barba rala era charmosa e sua gravatinha borboleta dava a ele um
"ar de gostosura". Revirei meus olhos e peguei a bebida; em sequência tomei um gole com todo cuidado do mundo e experimentei pela primeira vez algo que eu repugnava, até determinado momento.

-O que é isso? -Perguntei -Tem gosto de mousse de morango.

-O nome do drink é "Morango Embriagado"... Hilário, não?

-Talvez. -Sussurrei o privando de escutar.

Eu não iria até o Thalel enquanto ele estivesse com aqueles rapazes. Permaneci sentado secando a pequena tacinha.

Passado dez minutos, eu pedi a segunda taça e assim a terceira e a quarta...

-Mas isso é muito bom! -Falei para o barman e comecei rir da minha voz melosa. -Então é assim que é estar bêbado?

-Bem vindo ao meu mundo!

E essas foram as últimas palavras até que a música "Criminal" da Britney Spears começasse tocar me fazendo levantar de onde eu estava e ir em direção ao ruivo. Porém, depois de alguns passos dados, vi que havia um garoto muito próximo dele, e isso não me agradou nenhum pouco.

Pedi espaço para algumas pessoas e assim que cheguei perto, toquei em seu ombro e puxei sua camisa o trazendo para junto de mim.

-Eu disse que já estava acompanhado -Gritou para o rapaz virando o resto da sua bebida e agarrando minha cintura.

Suas mãos percorreram minhas extensões me fazendo delirar com aquele toque suave e viciante. Minha cabeça ia para trás enquanto minhas mãos repousavam em seus ombros.

Com uma lentidão ágil desci meus dedos em direção ao seu abdômen e levantei sua camisa até seu umbigo e toquei alisando a sua definição perfeita de barriga. Descendo mais um pouco passei a ponta do dedo indicador na borda da sua cueca branca e provoquei adentrando um pouco mais sentindo que ali não existia pelo algum.

Thalel não tirava os olhos dos meus e me absorvia a cada toque. Ele segurou minha nuca e me puxou para perto, e num movimento rápido, afundei meu rosto em seu pescoço sentindo aquele perfume maravilhoso.

-Foi uma boa tentativa, ruivinho! -Falei rindo e me afastando.

-Você me deixou de barraca armada. -Disse me olhando com um olhar safado.

-Se alivie no banheiro, ou procure o garoto insistente que estava te dando mole. -E com isso, voltei para o balcão do barman com o vento golpeando meu rosto. -Mais um drink por favor.

-Claro.

E foi neste momento que a música acabou, e eu sequer olhei para trás.

                                  ~•~

O RUIVO DO UBER -ROMANCE GAY- जहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें