Capítulo dedicado à Betolimaa,uma pequena flor no meu imenso jardim...
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O condomínio Nova Era infelizmente era longe, e por incrível que pareça, pedimos um Uber. No caminho, liguei para Maria. Ela com certeza iria me ajudar nessa.
-Passa aqui em casa agora! -Gritou ela no telefone -Estou me arrumando... Ah, quer saber, eu vou de pijama mesmo... Passa aqui, Léo, esse ruivo está pensando o que?
Desliguei o telefone e olhei para o motorista do Uber.
-Moço, faz o contorno... Precisamos pegar uma pessoa. -Falei olhando para Henrique que me olhava sem entender nada. -Relaxa, é uma amiga... Ela sabe lidar melhor do que eu em situações assim.
O motorista voltou e eu fui indicando. Assim que chegamos, ela estava lá fora com um short curtíssimo cor de rosa (com desenhos de ursinhos) e uma blusinha que mostrava sua barriga. Em seus pés, bom, em seus pés tinha um par de chinelos, e ah, ela estava de meias brancas também.
Dei um sorriso e fiquei olhando ela entrar no carro. Henrique parecia constrangido, e não disse nada, apenas escutava.
-E então, Léo, eu não te avisei pra dispensar ele? -Falou brava. -Agora vou ter que matar dois caras e dar conta de esconder os corpos...
Henrique a olhava assustado.
-Henrique, não ligue, é só um modo de dizer de que vai fazer ele sumir da minha vida e que não vai mais deixa-lo se aproximar de mim. -Expliquei, e ele, por sua vez, sorriu.
O restante do caminho foi totalmente constrangido. Maria Julia dizendo que apoiava o meu relacionamento com Henrique -relacionamento este que não existe- me fazendo passar ao extremo de vergonha.
Quando chegamos, eu já tinha um plano na minha cabeça, e se desse certo, com certeza eu iria tirar as minhas conclusões.
A casa de Henrique era bonita, me impressionou um pouco, mas não reparei tanto nos detalhes. Fomos direto para seu quarto, e lá depositei as minhas coisas sobre sua cama, que graças a Deus era de casal.
-Está esperando o que para invadir a casa da Poc aqui do lado? -Perguntou Maria Júlia apontando pela janela do quarto de Henrique à casa do tal Robson.
-Calma, não posso chegar assim... Eu preciso pensar melhor no que irei fazer... Se eu invadir, posso acabar indo parar na delegacia. -Respondi, e quando Henrique chegou no quarto, apareceu acompanhado de uma mulher baixinha, cabelos ruivos e com uma roupa muito, MUITO top. Era um macacão preto, curto, e um par de botas pretas. Ah, o seu batom também era preto.
-Oi meninos, eu estou bem atrasada e estou com muita pressa... Não vou poder me apresentar da maneira que queria mas, enfim, eu sou a Pri, mãe do garotinho lindo aqui e eu quero deixar claro de que não quero festas aqui por essa noite, ta bom? -Disse ela vindo perto de mim e me dando um abraço -É um prazer te conhecer, o Henrique me disse algumas coisas e fique sabendo que tem o meu apoio... Dorme aqui em casa hoje, amanhã, depois, até quando precisar, ta bom?
Ela se afastou e eu pude ver que eu precisava de mais pessoas como ela na minha vida.
-Entendidos, então? Nada de festa HOJE! Amanhã, depois que chegarem da escola, veem para cá... Podemos fazer um churrasco... Uhmmmm, filho, a mãe te ama... Não te conheço muito bem, mas também te amo, Léozinho... Ah, e querida, se meu filho não fosse gay, eu iria amar ter você como minha nora, você é gata... Beijos, amo vocês, fui!
Ela saiu apressada e deixou sobre a escrivaninha do quarto um pouco de dinheiro. Henrique sentou na cama e começou a dar risada.
-Cara, a sua mãe é o sonho de qualquer filho. -Disse Maria Julia indo até o dinheiro e contando nota por nota -Vamos chapar com esse dinheiro...
-Não, não vamos... -Falei imediatamente.
-Sim, migo, nós vamos, e espero que tenha o seu discurso preparado na sua cabeça, porque quando ficarmos loucos, nada vai nos segurar... -Disse ela vindo até mim e me dando um abraço -Eu sabia que isso ia acontecer... E se ele relar a mão em você, eu mato ele...
-Nem vai ser necessário; se ele se aproximar do Léo, eu é que vou matar ele... -Manifestou-se Henrique pegando o telefone e entrando em uma chamada.
-Alô? O que você está fazendo, cara? Quer vir aqui pra casa beber? Não ela não está em casa, saiu agora a pouco... Então tá bom, não quer vir, não venha... Espera espera não desliga!! Me faz um favor? Compra três garrafas de vodka para mim... Três garrafas catuaba e dois energéticos... Te dou o dinheiro quando chegar aqui... Beleza!
Quem será?
-Ah Léo... Esse é dos meus... Já gostei. -Falou Maria Julia batendo palmas e arrumando os longos cabelos atrás da orelha. -Henrique, o que temos para escutar?
Ele nos olhou sorrindo e caminhou até uma porta que tinha ao lado do seu guarda roupa. Abriu-a nos revelando o enorme aparelho de som. Todo preto. Henrique apertou um botão vermelho que estava grudado na parede fazendo com que a luz se apagasse e transformasse aquilo em uma "discoteca". Do aparelho de som saia luzes de várias cores me fazendo sentir muito ânimo. E foi ai que percebi que havia um globo no teto.
-Bom... Isso é suficiente? -Perguntou ele caminhando até nós.
-É mais do que suficiente... Ele é Bluetooth? Ah meu Deus, eu já achei o Bluetooth desse som... Eu vou ter que por a Pablo para gritar... YUKÊ??
Não aguentei e comecei a rir. Maria Julia era realmente fundamental na minha vida.
-Léo, está pronto pra fuder com tudo hoje? -Perguntou me olhando com uma cara de malícia.
-Pronto eu só estarei quando as vodkas chegarem... Até lá, aiai... Até lá eu vou...
-Olha, eu tenho tequila no estoque da minha mãe... Se quiser, eu posso pegar. -Sussurrou Henrique no meu ouvido enquanto Maria Julia colocava a música " Disk me" para tocar.
-Por favor, traga a garrafa, sal e limão... Juro que não vou dar trabalho para você, e se eu der, espero que você dê conta de trabalhar comigo... -Falei em resposta fazendo-o descer correndo para pegar a bebida.
-Ele é gatinho... Dá para fazer a linha reciclável com ele. -Disse Maria mandando uma piscadela para mim.
-Reciclável? Não entendi.
-Você é tão lerdo às vezes... Você usa, descarta, quando der vontade, usa novamente e assim sucessivamente... Agora se me dá licença, tenho uma música para cantar... YUKÊ?
Hoje a noite promete... Promete que eu vou fuder com tudo...
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O RUIVO DO UBER -ROMANCE GAY-
RomanceA noite parecia ser repleta de azar. O céu nublado tapava a visão de qualquer um que tentasse ver as estrelas. Tudo mudou tão de repente que fica difícil de explicar. O dia estava sendo perfeito, tudo fluindo para algumas conquistas diárias, mas, ao...