*CAPÍTULO BÔNUS*

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Os dias se passaram muito rápidos, e foi no fim do verão daquele ano que eu me mudei definitivamente para a casa de Enzo. Minha tia relutou um pouco sobre a minha ida, mas ela entendeu e acabou chamando o Gilberto para morar com ela. As minhas coisas já estavam em suas ordens e eu me sentia em casa. Na minha casa.

Yasmin estava em um colégio integral e passávamos a maior parte do dia longe um do outro. Enzo, passou a trabalhar em casa pelo computador. Era a coisa mais fofa de ver. Ele, de cueca, sentado na sala, com o computador no colo, tomando café, me olhando sempre que passava por ali, ah... Era demais.

Contudo, tratei logo de tirar a minha habilitação. Meu carro chegou de surpresa em casa, era um HB20 branco, e vejamos, Enzo comprou para mim, mas até hoje eu não dirijo. Não há lugar que vamos separados -Nós não saímos muito- e quando decidimos sair, é ele quem dirige. É tudo cheio de companheirismo e reciprocidade.

-Tchau, Papai! -Gritou Yasmin saindo pela porta da sala e esperando Enzo no elevador.

-Eu já volto, amor... -Disse ele me dano um selinho rápido. -Levarei ela e passarei no mercado depois.

Enquanto eu preparava o almoço, meu celular tocou na sala e então corri para atender. Era o amor da minha vida, e ele apenas telefonou para me dizer que iria passar na empresa para assinar uns papéis que, segundo ele, não dariam para adiar mais. Eu entendi e até achei melhor que ele tornasse a falar com os amigos, fazia tempos que Enzo se recusava a ver o mundo, ou, participar do mundo em si.

Voltei aos meus afazeres e meia hora mais tarde, meu telefone toca novamente, mas dessa vez é do número da escola de Yasmin. Meu coração acelera e então atendo.

-Alô? -Falei me jogando no sofá.

-Leonardo, a Yasmin está queimando de febre e gostaríamos de saber se ela é alérgica a algum medicamento... A enfermaria da escola não têm esses dados preenchidos. -Disse a diretora, sua voz estava em um tom preocupado.

-Queimando de febre? Mas como assim? Ela estava perfeita quando saiu de casa... -Disse já me levantando e correndo para o quarto para me vestir com algo descente e bonito, é claro.

-Não há motivos de preocupação, Senhor... Podemos cuidar dela aqui mesmo na escola, temos profissionais...

-Não me importa quem vocês têm... Diga a ela que estarei aí em alguns minutos... Você telefonou para o Enzo? -Perguntei terminando de vestir a calça com o celular no viva voz.

-Tentamos ligar, mas só dá desligado... Então se o senhor vem buscar ela, estaremos te aguardando... Boa tarde.

-Certo, boa tarde! -Quase gritei quando aquela velha chata desligou.

Fui até o chaveiro que tinha próximo a porta e vi que Enzo havia saído com o carro, e me lembrei que o outro estava no mecânico.

-DROGA! AGORA ESSA.

Pedi para o porteiro chamar um táxi e assim que desci, lá estava ele. Um homem velho, parecia ter seus cinquenta anos e eu achei melhor assim. Thalel fora o último carro estranho que entrei: Enzo me pediu para parar de pedir Uber depois daqueles acontecimentos.

Entrei e passei o endereço. Vinte minutos depois lá estava eu, entrando na escola, todo desesperado.

Como vou avisar o Enzo?

Tentei ligar milhares de vezes, mas foi em vão, estava desligado. Fui até o corredor da diretoria o mais rápido que pude e lá eu vi a minha princesa. Sentada num banco no corredor, de cabeça baixa, com um olhar triste. Quando ela me viu, correu em minha direção e me abraçou.

O RUIVO DO UBER -ROMANCE GAY- Onde histórias criam vida. Descubra agora