CAPÍTULO 23 "CIÚMES"

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A noite estava tão boa que tudo o que eu olhava era de inteira loucura e felicidade. Meus pés formigavam a pedido de uma dança, e eu não hesitei em ir novamente para a pista.

A música que agora tocava era "Toxic" da Britney Spears. Meu copo agora era de plástico, para poder ter mais flexibilidade e cuidado na pista. -palavras do barman.

Procurei por Thalel e não encontrei. As luzes que me cercavam me causavam uma tontura alucinante. Talvez aquilo estivesse me deixando mais louco do que eu já estava e eu não sabia.

Procurei por Thalel em alguns lugares e não o encontrei; fiquei ali parado me movimentando de um lado para o outro até que senti duas mãos fortes me segurarem pela cintura e me balançar um pouco mais rápido no ritmo da batida.

-Posso te pagar uma bebida? -Perguntou aquela voz infantil.

Meu Deus, não é o Thalel.

Por um minuto inteiro eu achei que aquele que tinha segurado na minha cintura era o ruivo, mas eu estava muito errado, o garoto que estava atrás de mim tinha cabelos pretos e era um pouco mais baixo também.

-Desculpe, eu não te entendi. -Falei observando os seus músculos marcarem na camiseta azul.

-Posso te pagar uma bebida? -Gritou novamente.

A música estava muito alta.

-Eu posso fazer isso por mim mesmo. -Respondi querendo dar a conversa por encerrada.

-Ah, então eu posso dançar com você?

Insistente até demais.

-Pode! -Falei dando a ele o espaço que precisava para me agarrar novamente pela cintura e me puxar pra perto.

Me virei de costas e continuamos naquele ritmo frenético e delicioso. Sua boca percorreu o meu pescoço e seus dedos tentavam adentrar por de baixo da minha camisa. Deslizei e me virei novamente de frente para ele.

-Qual o seu nome? -Perguntei.

-Henrique! Muito prazer.

-Prazer é todo meu... Sou Leonardo!

-Me dá um beijo? -Perguntou deixando seu sorriso safado estampado no rosto.

-Nas circunstâncias atuais, a minha resposta é não! Mas eu te dou o meu número, quer? -Respondi passando a mão sobre seu peitoral musculoso.

-Se isso for futuramente garantir um beijo seu, sim, eu quero. -Gritou aproximando seu rosto do meu. -Gatinho.

Henrique então pegou o seu aparelho do bolso e me entregou. Disquei o meu número e dei uma ligada até o meu celular vibrar no meu jeans.

-Você está bêbado, Léo! Será que vai lembrar de mim amanhã? -Indagou passando a mão no cabelo.

-Com certeza eu vou. Estou louco já! Cadê o Thalel? -Disse como se o pobre do garoto soubesse.

-Eu não sei de quem você está falando. -Falou arqueando as sobrancelhas. -O que está bebendo?

-Ah, isso? Bom, isso é vodka com Halls... Acredito que tenha algo mais, mas aquele homem disse que é batidinha de Halls, então... Quer um gole?

-Ah, não, obrigado, eu... Eu vou comprar uma para mim, quer ir comigo?

Olhei para meu copo e estava ficando vazio. Meus olhos por um minuto quiseram chorar, e então comecei a rir.

-O que foi? -Perguntou rindo também.

-Meu copo tá vazio e eu... Estou bêbado, Henrique? -E nessa hora eu virei todo o resto do líquido. -Vamos comprar mais.

Chegamos no balcão e eu me sentei. Ele fez os pedidos e ficamos nos encarando por um bom tempo. Ele parecia ser muito novo. Aparentava ter 18 anos no máximo.

-Você tem quantos anos? -Perguntei.

-Dezessete... E você?

-A mesma idade.

Continuamos a nos encarar e minha vontade de beijá-lo falava tão alto que eu sentia a minha cabeça ir se aproximando para frente, e ele sequer recuou.

-Tem certeza disso? -Perguntou sorrindo. -Não vá se arrepender depois.

-Eu só quero a minha batida de Halls. -Respondi me afastando e olhando pro lado e vendo Thalel beijando o cara que a pouco estava dando em cima dele.

Ah não! Eu não estou vendo isso.

Fiquei quieto por um tempo até o barman me entregar o meu copo -Sim, o cavalheiro pagou- e grudei Henrique pelo braço e o arrastei até perto do ruivo. Dei uma longa golada e o olhei nos olhos.

-O que você queria de mim antes? -Falei.

-Acho que era um beijo. -Disse dando uma golada também.

-Se você beijar bem, eu deixo você me levar pra casa. -Sussurrei em seu ouvindo já dando o passe livre para me beijar.

Seus lábios nos meus dançaram conforme a música que até hoje eu não me lembro qual era e sua língua procurando pela minha me causava uma certa ereção.

-Vai soltar ele agora, ou vou ter que te dar um pau, parceiro? -Falou Thalel colocando suas mãos entre nós e nos separando.

O olhei por um breve momento e sorri.

-Volta lá pro seu beijo, volta.

-Nós vamos voltar é pra casa! -Repreendeu me segurando pelo pulso. -Você está bêbado.

-Ei, cara, solta ele! -Gritou Henrique me segurando pelo outro pulso.

-Como é que é?

Eu vi fogo nos olhos do ruivinho.

Fudeu.

                                  ~•~

O RUIVO DO UBER -ROMANCE GAY- Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu