CAPÍTULO 41 "5 PEDIDOS"

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Dedico este capítulo à guga87, alguém completamente único.

Ele se levantou e não disse nada a ninguém. Olhou nos meus olhos e saiu me arrastando para fora da casa. De imediato, gritei feito louco, mas parei quando percebi que Thalel não me faria mal algum.

-Não se preocupe, nós só vamos conversar. -Falou assim que viu Henrique vir em nosso encontro com sangue nos olhos.

-Está... Está tudo bem e... Eu vou voltar... -Falei baixinho.

Assim que estávamos do lado de fora da casa, Thalel queria me jogar para dentro do carro, mas eu recusei; eu sabia exatamente o que iria acontecer caso eu saísse dali.

Ele me encostou na parede e me apertava forte contra ela. Sua testa estava colada na minha e então aconteceu. Thalel iniciou um choro baixo e sem escândalos. Suas mãos percorriam o meu rosto com tanta suavidade que por uma fração de segundos me deixei levar pelo momento.

-Me solta, por favor. -Sussurrei tirando suas mãos de mim. -Se afaste agora, Thalel.

-Você não entende, não é mesmo? Você nunca iria entender... Você é...

Thalel se calou. Parecia que nem mesmo ele sabia o que eu era.

-Você só tem dezoito anos, Léo... Você superou tudo, você superou todos e eu não consigo, droga... Eu não consigo me intensificar contigo porque eu não estou preparado para encarar isso.

-Isso o que? Eu? Meu toque? Meu jeito? Eu sou um problema pra você? Eu não sou tão gostoso ao ponto de...

-Cala a sua boca; esse é o problema... Você sempre têm o que falar... Você sabe sempre como agir, você sabe exatamente como me deixar louco, você vê as coisas que alguém da sua idade não vê e isso me deixa confuso... Eu não quero só sexo contigo, e saiba de uma coisa... Não é o seu corpo que me atrai... É isso aqui. -Disse colocando a mão no meu peito -Isso me atrai em ti, e ele (Robson) não me satisfaz neste sentido.

-Eu só tenho uma coisa pra te dizer... Hoje mesmo o Enzo me disse algo sobre intensidade, e adivinha, foi totalmente o oposto do que você está falando agora... E olha, Thalel, se você tivesse me dito tudo isso quando teve a oportunidade, pode ter certeza que isso que aconteceu agora, jamais teria acontecido, e só pra finalizar, eu quero te fazer apenas cinco pedidos... O primeiro é...

Thalel enfim se afastou de mim e me olhava nos olhos.

-Se o Robson te perdoar, por favor, seja um cara legal... Ele realmente gosta de você porque, pensa comigo, se fosse outro, já teria ido embora... O segundo pedido é: Por favor, esqueça que algum dia eu estive na sua vida e na sua lista de contatos, simplesmente esqueça... O terceiro é um pouco mais simples: APRENDA que quem muito escolhe, acaba sozinho...

-Mas eu escolho você, Léo. -Disse me interrompendo passando as mãos no cabelo demonstrando estar impaciente.

-Não ouse dizer uma coisa dessa... Mas enfim, o meu quarto pedido é que você suma, desapareça e se algum dia me ver na rua, finja que não me conhece, e se me ver com o Enzo, coisa que vai acontecer muito, não dê vexame...

Eu já ia entrando quando ele segurou no meu braço.

-E o quinto pedido? -Perguntou.

-Corre, porque ainda dá tempo de consertar o final da sua história... E o único que pode fazer dela interessante é você. -Respondi soltando o meu braço e antes que eu fechasse o portão em seu rosto, ele gritou:

-O único que fez essa história ficar interessante foi você... Você sabe disso.

-Quer saber, eu lamento, pois pode desconsiderar a minha presença nela, espero que tenha uma boa caminhada daqui pra frente... Adeus.

Meu coração estava a mil. Eu estava embreagado e assim que adentrei na casa de Henrique, o choro foi inevitável.

Me sentei de frente para Robson que ao meu ver, também tinha acabado de derramar algumas lágrimas.

-Escuta... Eu não sabia... Eu não fiz isso para te provocar... Eu não fiz isso para me vingar, e eu não fiz isso para te provar nada... Eu quero te pedir meras desculpas pelo o que eu disse a você e... Se te servirá de consolo, fique consciente de que ELE jamais tornará a falar comigo... Não quero ver aquele traste nem pintado de ouro. -Falei e ele só me olhava.

-É constrangedor te conhecer em devida circunstância, mas, obrigado e apesar de tudo, saiba que de qualquer forma, saberíamos um do outro, então... É isso... Tenham uma boa noite. -Respondeu se levantando e me puxando para um abraço apertado.

Só nós dois sabíamos o que estávamos sentindo.

-Ele dizia que me amava... -Sussurrou caindo no choro em meu ombro.

-Se você ao menos ama, tenta perdoar... Quem sabe ele não aprendeu a lição? -Falei sorrindo e dando uns tapinhas em suas costas. -Boa sorte.

Maria Julia se levantou e gritou. -Ela estava sentada na escadaria.

-Desculpe por chamar você de Poc... É que eu chamo assim todos os gays que são ameaças para o meu amiguinho ai.

Todos rimos e então Robson saiu. Com isso, olhei para Henrique.

-Pensei que iria rebolar no meu colo... Fiquei decepcionado. -Zombou me entregando um copo com bebida. -Bebe, vai fazer você melhor.

-Você quer que eu rebole? Okay, hoje está com sorte... Maria, coloque uma música muito sensual.

Esta correu para o quarto e enquanto Henrique se sentava na mesma poltrona que Thalel estava, escutei a música "7 Rings" -Ariana Grande tocar.

Desculpe, Enzo, mas, por hoje, eu preciso disso.

Maria Júlia voltou para a escadaria e antes que eu começasse, ela gritou.

-Prazer, lustre...

Sorri.

Ela é uma piranha de qualidade.

                                   ~•~

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Podemos ser ótimos amigos...

O RUIVO DO UBER -ROMANCE GAY- Where stories live. Discover now