N á u f r a g o s do espaço-tempo

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Hey!

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Hey!

Não me deixe aqui, tão presa em mim.

Sabe, tem palavras aqui, mas não saem... elas. não. saem.

Sufocam.

Afogam.

Aprisionam, mas também me sustentam.

É aquele mal que alimenta e ao mesmo tempo envenena.

Mas, você entenderia tanto se ao menos eu soubesse decifrar esse anagrama que sou e, assim, apenas fosse sem pensar muito.

Não você.

Eu.

Sei bem que não é legal isso, se perder no mar de perguntas que somos e deixar outra pessoa se afogar ali também, sem saber para que lugar remar ou que tipo de transporte usar nas correntezas fortes que surgem. A calmaria apenas alardeia. Na geografia complicada de oceanos que se misturam, sem se importar a qual hemisfério fazem jus, mas querendo ou não o impacto pode causar rachaduras ou se alinhar no mapa múndi de uma forma tão sublime que ninguém vai achar que algo está fora do lugar ou, que, está havendo uma invasão de território.

(Na teoria isso é tão belo e sentido, mas na prática parece ser tão doloroso e não ocorre de um dia para o outro. Quando a antropologia explicará, por que os seres humanos complicam tudo?)

Todavia, nesse trajeto guiado por uma rosa dos ventos precipitada, muitas vezes, o sol surge no céu e tudo parece ficar tão colorido e alegre, dando para enxergar terra à vista. E, assim, a felicidade se faz enorme como uma montanha de pico alto - mas, que, não assusta ninguém - e me esqueço das tempestades que desmoronam aqui dentro. As palavras se fazem compassiva e o silêncio amável e nem um pouco agressivo, mas nem tudo é tão perene. O sujeito geográfico, é tão complicado e parece ser um imã que atraí armadilhas em seu ecossistema que fica confuso de entender. Na neblina que, por vezes, ofusca a visão e os sentidos.

Para onde estamos indo?

Onde me deixei?

Em que me transformei?

A caverna apenas traz o eco das perguntas, não às transforma em respostas, mas em algo mais denso e cruel de se ouvir.

Você não entende.

Também não entenderia.

Como pode ainda esperar uma resposta minha?

Como pode ser tão gentil?

Isso me deixa ainda mais aflita, debatendo e tentando voltar a superfície, mas. não. consigo.

Queria dizer o porquê sou assim, mas nem mesmo eu compreendo e você tenta seguir a rosa dos ventos em direções que, talvez, não leve a lugar algum.

Para onde estamos indo?

Onde me deixei?

Qual a matéria que explica isso?

Você me deixará e não vou poder indagar o porquê disso, até porque essa tempestade toda antecede o que nem existiu, existe ou existiria.

"Consegue ver algo?

Só o espaço vazio, certo?

Os olhos humanos só enxergam uma lasquinha de luz que brilha no cosmo."

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Outubro/2018

Currículo Existencial.Onde histórias criam vida. Descubra agora