Cacos de Vidro

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São atitudes inesperadas e frustrantes dos próximos

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São atitudes inesperadas e frustrantes dos próximos. Conflitos entre amigos ou conhecidos que significam. Decisões a serem tomadas e propostas a serem pensadas; atividades e horários; mensagens recebidas (e não respondidas) e aquelas que não vieram. Dias que começam e terminam em um piscar de olhos e a energia que oscila... A luz acede e se apaga. O sorriso surge e, às vezes, fica e se torna mudo. Enquanto a audição falha e as palavras não saem na velocidade necessária ou esperada.

E bem ali, no canto, estou eu. Escondida e assustada (ou, só espantada). Você também pode me ver no meio, aparentemente normal e falante, mas é só uma das versões sociais de mim, pois precisa ser assim (ou, acredito que deva).

Havia começado tão bem e corajosa, destemida ao desconhecido, mas ao passo de conhecer o trajeto, ambiente e as pessoas ali presentes, me vejo covarde e medrosa. Sem saber como lidar e me posicionar. Não é bem conhecer e se espantar, é ver que nada é como você acreditava que era ou seria e tudo bem, mas é frustrante e o ser não sabe discernir isso e fica triste, bem triste.

Tudo se reúne em um copo d'água e talvez, nem precise disso... eu quem complico tudo. Cadê o ver positivo das coisas? Será que ele está atrás de mim? Esqueceu-me? Esqueci-me? Onde se esconde? Ou, eu quem não o enxergo?

O copo está cheio até a borda e faço uma tempestade ali dentro, tento parar... tento pensar. Tento falar. Mas, só tento. Tento chegar a uma solução. A uma resposta. Parar. Pare! Como parar? Nada para ou se acalma. Agita-se ainda mais e mais e mais...

O copo cai.

Caiu.

A água se dispersa no chão e para todos os lados, sendo levemente absorvida e o copo, se transforma em pedaços de vidro. Retalhos de algo que um dia foi concreto e certo, agora se estendem em vários cacos com tamanhos diferentes e pontas afiadas e cortantes. Era de vidro e se estraçalhou. E é isso que acontece... quase sempre. Sem conserto, sem possibilidades de reverter à situação. O que faço? Porque/Por que nunca mantenho a calma?! (e não sei se devia ser uma afirmação ou uma indagação, vão às duas coisas então).

Tudo bem por fora, mas e por dentro? Ninguém vê e a gente disfarça ao máximo, fingindo que os cacos não tocam ou cortam os dedos da mão ao tentar recolher todos eles do chão, pois isso é o mínimo diante tudo e todo barulho. Finge que não dói. Finge que não sente. Finge que não escuta.

Mas, finge mal. Para si mesmo finge mal, sendo que no fundo e na superfície era quem mais desejava enganar e o seu eu não caiu. Não acreditou na atuação e não achou ela digna de um filme. Ele ficou. Permaneceu. Não caiu. O copo foi, mas você ficou. A água derramou, mas você ainda está de pé. Então, fique e tente e tente de novo.

E se ainda assim não der certo, tente ser você mesmo. Não tem erro quando esse é o papel que temos para preencher. Decidi ser o melhor de mim. Decidi ser triste quando assim estiver e feliz, quando a alegria estiver transbordando e só em mim não couber e tudo bem, sempre é uma montanha russa e a gente só precisa aprender a brincar e aproveitar cada momento, nos altos ou/e nos baixos instantes. 

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- Fevereiro está quase no fim/2019 -

Currículo Existencial.Where stories live. Discover now