Nuvem negra

36 3 0
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Talvez a morte não seja o fim, mas, por que corremos tanto dela?

Não devia ser tão temia, por mais que em alguns momentos não dê para evitar.

Não devia ser tão repudiada e odiada, embora a dádiva da vida deva ser preservada.

Já leu trechos que se contradizem tanto quanto os anteriores a esse?

Já se sentiu tão impossibilitado de dizer algo que faça sentido? Pois, suas palavras não entram em consenso com o que você sente e como se sente no presente?

O que você sente? O que assolam seus pensamentos e agradecimentos antes de dormir?

O último suspiro alivia dos sentimentos e qualquer coisa que pese e seja ruim, mesmo que a consciência se perca antes de, chegar ao próximo e, se dar conta disso.

Porém, tida no sentido do ciclo natural, acaba sendo sentida por quem fica, óbvio.

Mas para quem vai, é uma libertação do que enfrentava e do caótico mundo.

Por isso, não fique tão triste. Sei que as lembranças felizes assolam a mente e vagam na memória antes de pegar no sono, mas é assim... A história continua e a que outrora ocorreu, é guardada no coração, não importa o tempo que passe.

Não é uma defesa, mas tudo um dia vai embora, seja porque deve ser assim e não tem como impedir.

Ou, seja, porque há pessoas covardes consigo mesmas e com a existência que leva e não faz nada para mudar.

Ou, se faz algo, não adianta, não sente que surte efeitos em si. A esteira só vai para trás e nunca segue para frente. A primeira casa nunca muda de número. Os dados nunca dão algoritmos inteiros. O jogo parece precipitar em seu fim, mas os demais jogadores permanecem e prosseguem a rodada e você já não sente parte disso. Parte de si. Se sente tão distante que poderia se desintegrar a qualquer instante.

Neste momento, não me importaria...

Não me condenaria.

Sei que o que sinto vai passar e é apenas uma nuvem negra que se instaurou e não quer ir embora,

Ainda não chegou sua hora e você pode correr mais um pouco nos ponteiros do seu relógio.

Nas datas do calendário e no virar do ano.

Mas, o século, as músicas na rádio e os programas na tevê, a compulsão de informações nos meios de comunicação, vão continuar sem você ver.

O planeta vai se extinguir em algum momento mesmo que isso ocorra daqui bilhões de anos e esteja longe do nosso alcance.

Ainda não é o fim e você pode sorrir.

Sei e você também sabe que seria melhor assim.

Mas, não é como se acreditasse nisso, queria ir...

Preciso partir? – pergunto para mim.

Não sei a resposta de nenhuma das minhas perguntas.

Mas, isso não me deixa mal. Deixa-me feliz, são as perguntas que fazem das nuvens algo incrível. Elas podem ser o que a ciência quer que você veja ou o que a imaginação cria além das fronteiras.

Contudo ao fundo alguém diz: seria tão bom não estar aqui. Por um momento penso assim.

E tudo bem, não há problema em pensar dessa maneira, há?

Estou sendo irracional ou radical demais para coisas pequenas?

Talvez, sim, mas não há motivos para isso e essa questão me intriga, sinto um abismo e ao mesmo tempo um tornado por dentro. E embora tudo pareça cheio, se estendem em um vazio quase infinito em sua proporção.

Tudo revira e entra em um harmonioso caos com batidas e vozes.

Cada vez um nível inferior a mais...

Relâmpagos e trovões sob cada passo dado.

A f u n d a n d o g r a d a t i v a m e n t e.

~~~

04/04/2019

Currículo Existencial.Onde histórias criam vida. Descubra agora