Entropia

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Rev a ednerpa es euq orucse on é

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Rev a ednerpa es euq orucse on é

Idêntico, mas diferente.

Não pelo tempo, mas pela mente.

Quanto tempo tem no espaço e qual o espaço do tempo?

Onde você está nele?

Cíclico ou linear?

Se pudesse voltar ou ultrapassar, em que lugar decidiria ficar? Mudar ou deixar como está?

Me pego pensando, quem seria se tivesse optado por outro caminho?

Quem seria se as escolhas dos meus pais no início do trajeto tivesse sido diferente?

Outra escola. Outra cidade. Ou, se não tivessem se "apaixonado". Se não tivessem se destruído. Se não houvesse gritos. Se eles não tivessem se casado. Se não tivessem se conhecido.

Não existiria? O que seria não existir? Se não estivesse aqui, onde estaria? Como seria não ter consciência?

Mas também, muito maior do que isso, se nada do que conhecemos na história tivesse acontecido da forma que está escrito.

Se as ausências e excessos tivessem sido equilibrado antes mesmo de tudo começar.

Se tivesse dito sim invés de não.

Não invés de sim.

Estaria em outros ciclos de amizades?

Em outros lugares?

Teria outras habilidades?

Mais ou menos maturidade?

Mais ou menos coragem e autenticidade?

Seria mais ou menos feliz?

Outro estilo e jeito de existir?

Quem eu (não) seria?

Quais os pensamentos estariam em mim neste instante?

Quais preocupações e satisfações?

Enxergaria as coisas da mesma forma?

As pessoas teriam as mesmas cores?

O ambiente teria esse mesmo impacto gravitacional?

O que sei é que não seria quem sou no presente, nos fragmentos de todos e de tudo. De cada pessoa e de cada momento bom ou ruim que me construiu até aqui... o óbvio atemporal, o conjunto do que sou devido a cada experiência sem tirar e nem colocar.

Naquele momento em que podia ter ido embora, mas parei e com alguém conversei, essa pessoa é importante agora. Mas, podia ser ninguém se tivesse dado às costas e também, podia ser além do que é se tivesse dito o que sentia.

Aquela mensagem de feliz natal que enviei sem pretensões, se não tivesse existido, não teria conhecido e feito minha melhor amizade quando nem nisso mais acreditava.

Se tivesse escolhido outro lugar, se tivesse ido embora, quem seria agora?

Se tivesse impedido, se tivesse evitado, tudo ainda teria acontecido como ocorreu?

Se tivesse falado antes, se tivesse gritado para ela não ir naquele segundo decisivo... se tivesse dito a alguém.

Se tivesse escondido todas as roupas e jogado a chave fora, ela teria surtado ali mesmo?!

Se não tivesse omitido a verdade e criado outra realidade, poderia ter sido diferente?!

Se tivesse dito o que sentia e gritado o que não queria o que teria acontecido?!

Por que o passado pesa tanto e nos prende nele?!

Por que imagino o início e não o meio como ele é?!

Por que sempre ficar imaginando o que não aconteceu?!

Por que nunca estamos aqui?!

Sempre no que passou ou ainda nem chegou...

Por que não tomamos as decisões que almejamos no agora?!

Ou, por que na hora não sabemos agir de acordo?!

De falar o que sente. De ouvir plenamente. De sentir o momento e estar nele.

O que você quer viver? E por que não agora?

O que você quer e precisa dizer e por que não verbalizar neste instante?

Será que haverá amanhã e por que não nos contentamos com o hoje? E se o que deixou para fazer ou dizer no depois não for mais possível? Pois, não sabemos o que pode vir ou como pode ir...

Não há máquina do tempo, apenas memórias e histórias que ou o abraçam de forma aconchegante ou o sufocam até não haver mais ar, uma prisão com um laço acrônico que sempre volta para o mesmo lugar e nunca sai dali. O faz prisioneiro e você não existe nem no que passou e nem no agora, o futuro nem tem forma. 

Engessado. Entorpecido. Anestesiado.

Então, por que desperdiçar o que está acontecendo nesta hora, focando apenas nos pontos que tira o brilho dos seus olhos?! (no trágico dilema de deixar ir embora o agora).

Pois, ainda que pareça não haver cores no céu, entre nuvens cinza, decidi pintar o mais bonito sol. Não para afastar o dia nublado, mas para mostrar e notar que esse sempre vai embora e os dias são reflexos e repletos de agora's.

O segundo passado passou e o que segue ainda nem chegou. O que temos é o presente.

Não é o tempo que passa, somos nos quem passamos. O tempo fica, nunca termina, sempre repete em um ciclo... infinito. Em um tic tac que esteve aqui antes e estará aqui depois, com ou sem você. Nesse meio tempo o que quer trilhar e do quer se lembrar quando tudo estiver passando na sua mente? 

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01/06/2020

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⏰ Last updated: Jul 04, 2020 ⏰

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