Frases, momentos, dias cinzas ou coloridos, contos, poesias e o que mais der para ser. Virá a transparecer sentido ou a falta dele, que seja em metáforas que fazem sintonia com a ironia ou em pontos finais que não dão chances para reticências. E, be...
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Vozes falam o que deveria fazer e como poderia ser (devo obedecer?).
Claramente ou possivelmente, elas estão certas (devo acreditar?).
Mas, por que só enxergam e questionam minhas falhas e erros? Não somos todos imperfeitos?
Nunca notam os acertos, por quê?
Um dominó fora é muito mais visível do que os demais nos trilhos.
E o pior às respondo e calo quando estou sem forças para discutir, (comigo ou com elas).
E mesmo querendo e conseguindo ignorá-las no momento, elas me perturbam antes de dormir.
Não sei dizer não, pois segundo crenças e valores morais são nossos pais (sei disso e sinto, logo devemos respeito e o tenho, mas como pode o meu reflexo em DNA e alelos recessivos e dominantes me criticar?).
Enxergar-me de modo perpetuo como alguém que jamais pode pensar por conta própria ou viver como indivíduo, em unidade, e não como eles.
Vozes: Ressoam e voltam como se fosse o satélite mais próximo e único do planeta.
E elas continuam a falar no outro cômodo.
Falam do passado, cujo esse nem conheci ou vivi, mas mesmo assim me condenam como se estivesse presente no que ocorreu.
O lado patriarca quer ter sempre razão e foi ele quem me deixou na psicológica prisão.
Sempre delimitou uma divisão: ele ou ela, por que fazem isso?
Gritam um com outro o tempo todo, por quê?
Palavras tão pesadas e densas que fazem as paredes tremerem e os ouvidos não suportarem o peso.
As lágrimas não apareceram, mas vejo e lembro que na infância algo adormeceu e morreu.
Eu sei que ele sabe abraçar, mas duvido em alguns momentos, deve saber.
Mas, pelo visto não sabe fazer isso comigo.
Afinal, queria um filho.
Já ela foi embora e por anos foi criticada no lar.
Mas, na verdade e o que ninguém sabe, é que só se libertou da tortura.
Na qual entrou quando selou as últimas palavras do matrimônio.
Foi humilhada e viu que seu amor não reluzia mais ali, mas disso nasceram duas desentendes, embora outros dois tenham morrido antes de chegar a luz da vida.
E depois de anos sendo submissa ela reergueu as asas feridas e mesmo sem direção definida, voou e deixou tudo. Tudo! A sanidade e suas herdeiras.
Não foi fácil para elas, naquele instante e até o presente, eram apenas as duas.
Muita coisa aconteceu, mas fisicamente raramente elas adoeceram.
Não pense em coisas ruins e nem veja ele como um monstro da história (aprendi a não fazer isso e desenvolvi empatia e me vi em uma válvula de escape para outros mundos).
Tudo foi psicológico – e, talvez, por isso seja eterno -, e se ele era e é assim, foi apenas uma onda do mar dos seus antepassados, no que viu, aprendeu e sucedeu. As marcas do passado ultrapassam o tempo.
Mas, agora não mora mais aqui, porém em cada visita traz sua bagagem de críticas e queixas da própria vida.
Como se aqui fosse o lixão da desilusão.
Qual a reciclagem correta para cada palavra descartável?
Devo recolher cada uma e ser seletiva?
Sei que sim, é o mais adequado e saudável para o planeta.
Mas, há momentos que, não consigo fazer isso.
Deixo tudo misturado e bagunçado, pois parece sempre voltar a esse quadro de completo caos e desordem natural.
Meu ecossistema se mostra vazio de qualquer cor ou vida.
Mas, sei e devíamos todos saber que ela continua independemente do que aconteceu e seguimos juntos e unidos, como os elementos da tabela periódica, cada um em seu período distinto, porém todos de uma mesma família.