Folhas de Outono

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Não queria ser filosofia ou seria uma marca renascentista? - em qual das duas aulas faltei ou me dispersei?

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Não queria ser filosofia ou seria uma marca renascentista? - em qual das duas aulas faltei ou me dispersei?

Na verdade, pretendia fazer poesia. - ou, seria o contrário e ninguém me avisou que estava e estou errada.

Mas, parece que as marcas e marchas do ser ecoam nas perguntas existenciais e, por vezes, controvérsias, invés do objeto e objetivo que tinha em mente. - e não tem rima, nem versos bonitos nisso.

Sou uma espiral com começo, mas sem fim definido, contudo é no desenvolvimento que mora o incompreendido.

Quase nada mudou... - as reticências permanecem para mim e continuam aqui. - nunca sei se a próxima frase vai começar com letra maiúscula ou minúscula.

Mesmo sabendo que você sempre foi um ponto final com exclamação a priori, com letras em caps lock que gritavam mesmo não havendo voz.

As vírgulas, não tinham pontos e nem eram respeitadas quando estavam sós. - havia uma negação de pausa? Ou, afirmação de que não eram necessárias?

Talvez, só o lugar em que se encontra e se dirige a dor. Foi o que mudou.

E você me faz parar no topo inverso da escada para te escutar - de novo -.

Não quero ouvir, sei que vou me magoar. - mesmo não mexendo nenhum músculo para correr e sumir daqui/dali.

Mas, uma parte de mim, quer e precisa entender o que aconteceu. - mesmo já tendo ouvido isso umas dez vezes -

São palavras fortes e amargas, que seguem como facas afiadas - que rasgam e descem pelo esôfago, como um alimento indigesto e penso: se não me matar, ao menos me fortalecerá.

Mas, você se escutou dizendo o que me falou? - não consigo obter resposta, se não me dizer nada. Por que, de repente, se calou?

Sentiu ou se colocou no meu lugar?

Pois, pensei tanto antes de dirigir qualquer palavra a você, zelei pelo seu coração e emocional. Tentei ser pessoal e legal; já você, nem se importou com o quão frio e cruel poderia ser.

Mas, tudo bem. O tempo leva, mas não traz de volta, sabia disso?

Não sei para onde vão todas as folhas de outono, mas sei que cedo ou tarde elas entrarão em um processo de deterioração e vão se decompor e na árvore nascerão outras, verdes e vivas, prontas para sentir o vento e a brisa da manhã.

E, talvez, queria ser uma delas, pois ser uma folha seca e sem cor definida me parece um ciclo triste que não chega logo ao fim... mas, sempre ensina algo que se torna eterno no tempo. Um remédio na cicatriz. Uma marca de uma boa estação que passou da validade. Uma tatuagem do que um dia aconteceu e assim, você sabe que foi real e que você é real e pode continuar, não precisa ser igual.

E sua mente pode ler essas palavras do modo que precisar sentir elas. A minha e a sua interpretação vai oscilar e mudar, dependendo do que está sentido ou pensando no momento. Pode ser um conteúdo que fala do eu no singular ou de nós no plural. Solitude ou solidão. Razão ou emoção. Não julgue antes de refletir essa questão. Na verdade, não a fixe a algo, dê a ela liberdade para ser o que necessita enaltecer.

Para você o que vai ser?

Como quer ler e entender o outono?


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28 de Fevereiro/2019

Currículo Existencial.Where stories live. Discover now