C i f r a S í l a b a s

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Há momentos que você não quer ir até o fim

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Há momentos que você não quer ir até o fim.

Até o final.

Da frase.

Da estrofe.

Do parágrafo.

Do dia.

- ou, do que você acabou pensando e não está aqui.

Talvez, depois.

Quem sabe, mais tarde.

"Isso me parece muito extenso."

"Nem é algo que faz meu tipo de leitura", você defende.

Mas, algo lhe prende nas palavras e em uma leitura silenciosa e, quando se toca, já contornou vários períodos. Como se as palavras o puxassem pela mão direita e lhe conduzisse para um caminho em que é inevitável senti-las... Em uma dança que contagia.  Acaba sendo hipnotizado pelas sílabas e consoantes. Cada vogal produzindo sua própria melodia.

Seria um texto? Um trecho de um livro? Não tem forma física do instrumento que a torna possível, pois agora você já imagina imagens, cores e sons.

Você é capaz de tocar as estrelas e ao mesmo tempo, ouvir as ondas do mar. Estaria você imerso no universo do que estava lendo ou o contrário? Ele está dentro de você? Da sua mente?

Você pensa que há muito ainda, mas agora elas já fazem parte da sua extensão e como um quebra-cabeça, não dá para deixá-lo inacabado. Você precisa entender o que elas querem dizer.

Mas, nem sempre termina como você espera e, assim, acaba descobrindo que pode ser o final que desejar, além do que as palavras querem falar.

Além do que você é capaz de escutar.

Tocar.

Olhar.

e o The End, nunca é só um fim.

É a chance de um novo começo.

Sem medidas e com sílabas i n f i n i t a s.

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Janeiro/2019

Currículo Existencial.Where stories live. Discover now