Frases, momentos, dias cinzas ou coloridos, contos, poesias e o que mais der para ser. Virá a transparecer sentido ou a falta dele, que seja em metáforas que fazem sintonia com a ironia ou em pontos finais que não dão chances para reticências. E, be...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Vejo-me no reflexo do espelho e não me reconheço.
E é assustador pensar, que nada será meu por muito tempo.
E ainda me queixo do que vejo... sou cruel comigo mesmo e pago o preço.
Quando me acostumar, já será tarde e nada será na/da mesma forma e versão.
As células vão se regenerando e em algum momento, vão morrer e desacelerar – o óbvio.
As mitocôndrias trabalham sem parar e enquanto isso, nossa energia oscila e sei, sabemos, que um dia, elas também, irão parar e organismo não vai aguentar.
A pele não será a mesma, assim como os batimentos internos.
O comprimento do cabelo e até a quantidade de fios não vai permanecer.
O formato do rosto e a vitalidade dos músculos.
E a intensidade do sorriso?
E do olhar?
É você que escolhe como vai ficar?!
Esse rosto. Esse corpo. Esse jeito de pensar.
Nada me pertence para sempre.
É só por um tempo.
E sabe qual é a única coisa que se mantém por fora intacta, ao que detecta para dentro, apesar dos anos e da exposição à radiação ultravioleta?
O olhar.
Ele quem nos acompanha desde o nascimento ao último suspiro. Desde a primeira à última cena de nossas vidas. Ele é uma das únicas coisas minhas. É uma das únicas coisas que lhe pertence. O que desperta seu universo e o expande.
E é ele que vejo no reflexo do espelho.
É ele quem me vê, no universo de mim mesmo.
A luz vai e volta e me projeta da maneira que penso que existo. – confuso? Sim.
Quase que em m u l t i v e r s o s,
em múltiplos r e f l e x o s.
O meu eu do espelho sorri, mas não sei do quê. – Quem é que está ali dentro? Quem é que vejo?
Persiste se movendo, como se não fosse meu e na verdade não é.