League: Guerra Civil

Capítulo 2

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A morena encostou-se no balcão, levando o drink aos lábios vermelhos.

—Bem, você assistiu ao Teste? —Perguntei.

—Sim. Quer dizer, mais ou menos. Só algumas partes.

Partindo do começo, estamos no ano de 2057. Após a Terceira Guerra Mundial, na qual nós nos saímos melhor do que esperávamos, toda a divisão política do globo havia mudado. As potências tornaram-se China - que agora tinha como províncias as Coreias -, África do Sul - que cresceu, abrangendo outros antigos países africanos - e Canadá - que tomou os restos dos Estados Unidos da América como seus. Os EUA não se sustentaram. De fato, não foi a Terceira Guerra que o derrubou e sim uma crise enorme, causada, suspeita-se, por hackers e espiões russos ou coreanos ou palestinos - ou todos juntos -, que afetou todos os países à ele ligados. Agora, a América Latina estava separada em apenas dois países: México e Brasil. O México englobou toda a América Central e o Brasil, toda a América do Sul. A Terceira Guerra foi um conflito entre os EUA e Coreia do Norte. Outros países também se envolveram mas apenas como secundários. A Palestina e Israel continuavam em guerra. Apenas isso não mudara.

E o Brasil havia passado por problemas políticos, estabelecendo, novamente, uma monarquia. Agora, a Rainha Isabelle tinha um poder praticamente absoluto. Ela foi capaz de declarar os pais como loucos para poder assumir. Ela dirige cerca de 60% da renda familiar para imposto. Por isso, há anos, foi criado a League, um grupo de rebeldes contra o poder da Família Real e à favor da República democrática. Não foi criada no Brasil. Surgiu na Inglaterra quando o filho de Elizabeth II, Carlos, assumiu e acabou destruindo a economia inglesa. A League acabou inspirando a revolução aqui no Brasil.

Dentro da League, haviam três divisões. Os Novatos, os soldados em si, e a elite, onde se concentravam os mais ricos, inteligentes e poderosos rebeldes. A elite era responsável por negociações e liderança. Fora da League, haviam os Exilados, pessoas que descumpriam com as leis da Rainha e acabavam sendo exilados por "misericórdia" dela. Os Exilados vivem em uma vila afastada da Capital. Não são exatamente exilados. São afastados da Capital e impedidos de frequentar os mesmos lugares que os outros cidadãos. Era basicamente um processo de segregação. Uma prisão sem grades.

E era na League que os Exilados viam oportunidade de fugir daquela vida. Todos os anos, os rebeldes realizavam um Teste. Era como um reality show. Durante dois meses, os participantes eram submetidos a provas de força e inteligência. Uma vez por semana, sendo mais exato. O Teste passava na TV para os rebeldes. Era a elite que decidia quais Exilados passariam a ser soldados. Já dentro da League, só "subiam" de nível quem - após de um tempo de observação - estivesse apto.

Tudo era organizado. A League tem prédios enormes. É em um lugar afastado da Capital, na fronteira com a cidade vizinha. Os Novatos ficavam no setor 1, que tinha três prédios e uma horta, e usavam branco nos eventos. Os soldados ficavam no setor 2, que tinha seis prédios e uma horta enorme, e usavam, obviamente, preto nos eventos. Já a elite ficava no setor 3. Um prédio enorme, de vidro, com todas as regalias. Até mesmo no grupo rebelde havia uma elite. Eles geralmente usavam azul.

—Como foi? —Ela sentou-se em uma das banquetas dali, cruzando as pernas.

Tentei desviar os olhos de suas pernas grossas e responder sua pergunta. A garota era muito bonita. Seus olhos negros atraíam qualquer um, seu corpo me deixou impressionado - mesmo não sendo tão vultuoso, era "uau". Ela deixava uma mecha de cabelo cair sobre os olhos.

—Sinceramente?

Ela assentiu.

—Horrível. Quero dizer, eu passei a minha vida inteira me preparando pra isso e lá eu me senti totalmente inútil e despreparado. Foi um inferno lá dentro. Eu passei a dormir com uma faca embaixo do travesseiro. Você tem noção do que é isso?

Ela nem piscava, esperando que eu continuasse.

—Eu fui chamado para o Teste junto com 19 Exilados. Foram formados dois grupos. 10 homens e 10 mulheres. Fomos colocados em duas casas. A casa era boa. Tinha algumas plantações no fundo. Um baú com dinheiro e um depósito pequeno cheio de comida. O nosso tutor mandou que nós cuidássemos da horta porque se faltasse dinheiro ou comida, tínhamos uma saída —Dei um último gole no whisky e fiz um sinal para que o barman me servisse. —A casa tinha apenas dois quartos. Não demorou muito para as brigas começarem. A primeira foi logo após a primeira prova de força. Dois começaram a se espancar dentro da casa.

—Mas por quê? —Ela apoiou o queixo na mão.

—Um acusou o outro de sabotar a prova. Vendo que eles começaram a brigar por besteira, comecei a dormir com uma faca do lado. Eles brigavam até pra ver quem ia cozinhar.

Ela riu. Tinha um sorriso lindo, que causava um calor no peito.

   —Mas e quanto a parte em que "todo mundo me conhece"? —Fez sinal de aspas com os dedos.

   —A única coisa tecnológica a qual tínhamos acesso era a TV e lá só passava coisas sobre a League, documentários, essas coisas. Você aparecia como uma das melhores quanto à inteligência e força. Parabéns.

   Ela corou um pouco.

—Depois de semanas de inferno, sobramos apenas três. A prova final de inteligência abrangeu todo o conteúdo que havíamos aprendido na vida inteira e a de força —Suspirei antes de continuar — foi bem complicada. Colocaram-nos para lutar uns contra os outros. Eu, Rafael e Jack. Eu lutei contra Rafael. E ele contra Jack. Além de combate corpo à corpo, permitiram-nos usar espadas e facas. Nada de arma de fogo. Assim que coloquei Rafael no chão, pressionando a faca contra seu pescoço, dando-o por vencido, o tutor mandou que eu o matasse.

Ela arregalou os olhos.

—Eu não o matei. E então, o tutor mandou que Rafael lutasse contra Jack. Quando ele mandou que Rafael o matasse, ele não hesitou.

—Meu Deus! E como você está aqui?

—O tutor desclassificou o Rafael dizendo que não queria na League alguém que matava um dos seus a sangue frio. Por mais que nós estivéssemos ali, como inimigos, ainda estávamos do mesmo lado.

—Deve ter sido horrível tudo isso.

—E foi. Às vezes eu me pergunto se valeu à pena.

—Vai valer. Mesmo sendo meio cruel às vezes, a League sempre acolhe bem a todos.

Eu assenti e me virei para o barman.

—Dois shots de vodka.

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    Oi, meus xuxuzinhos,

E aí, o que acharam?

    Como será que essa noite vai terminar? No que ela resultará?

Essas perguntas serão respondidas no próximos capítulos ;)

Espero que estejam gostando.

Até quinta! ❤️

Beijos de luz ✨,

Anaaclarag 💙