Capítulo 6

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    Acordei novamente no meio da madrugada. Os alarmes soavam. Alguém invadiu a League. Levantamos em um salto, pegando nossas armas. Saímos pelo corredor enquanto as outras garotas tentavam entender o que estava acontecendo. Ninguém sabia ao certo. Samuel - nosso líder - estava de pé no salão principal, dando as ordens. Os prédios dos Novatos haviam sido invadidos. Enquanto nós do bloco 3 saíamos, todos já estavam do lado de fora, indo para oeste, onde ficavam os prédios dos Novatos.

    Samuel nos dividiu em grupos. Um para evacuar e outro para atacar. Fiquei na parte da evacuação, a que eu considerava pior. E cada um desses grupos foi dividido em três, um de evacuação e outro de ataque para cada prédio. Adentramos no primeiro, inseguros. Ouvíamos gritos e víamos sangue. Pérola surgiu do meu lado. Ela tremia com a arma nas mãos. Alguns subiam as escadas, que iam dar na biblioteca, sala de treinamento e ensino. Era praticamente igual ao nosso. Fomos para o corredor dos dormitórios femininos.

    —Cala a boca! —Alguém exclamou de dentro de um dos dormitórios. Era um homem. A porta estava encostada.

   Puxei Peter comigo. Fiz uma contagem regressiva silenciosa.

   Três...

   Dois...

   Um...

   Chutei a porta, abrindo-a.

   O soldado virou-se para mim, apontando a arma em minha cabeça assim como eu para a dele.

   As garotas gritavam. Ele havia pego suas armas. Ouvi tiros nos outros dormitórios. Mas não era eu a responsável pelo ataque. Eu abaixei a cabeça e Peter atirou no soldado.

   Tirei as garotas de lá, vendo os outros fazerem o mesmo. O inferno parecia ter se instalado no lado de fora. Enquanto corríamos pelo gramado, em direção à ala hospitalar, fui atingida. Esfaqueada, na verdade. Só não foi nas costas porque Pérola segurou o filho da puta. Logo depois, ele estava no chão.

    —Porra! —Xinguei, com a mão no ombro.

    Logo, o líquido vermelho e viscoso cobriu minha mão. Peter virou-se para mim.

   —Você tá bem?

    —Vou ficar —Fiz sinal para que ele e Pérola continuassem.

    Arrastei-me para a ala hospitalar. Estava cheia. Sentei-me em uma cadeira. Olhei para meu ombro. Nada mal, considerando tudo. A pior parte mesmo era a minha roupa ensanguentada. A dor era... dava para aguentar. Já passei por coisas piores.

    —Ajuda? —Ouvi a voz doce e quente atrás de mim.

   —Preciso —Respondi, tirando a mão do ombro.

   Logan aproximou-se, ficando à minha frente. Abaixou-se e olhou para meu ombro.

   —Posso? —Apontou para minha regata.

   Anuí. Ele segurou a alça e rasgou, deixando meu ombro exposto. Não queria nem olhar. Sempre fui fraca com sangue e etc.

   —O que foi? —Perguntou ao perceber que eu estava incomodada.

    —Nunca me dei bem com sangue.

   Ele riu.

   —Não esperava isso. Não de você.

   —Ninguém é perfeito —Sorri de canto.

   Ele pegou uma agulha e linha. Esterilizou a agulha. Fiquei olhando como boba seus músculos contraírem e relaxarem.

League: Guerra CivilWhere stories live. Discover now