Capítulo 5

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Paramos no enorme campo que a League tinha em frente aos prédios. Sentamos no gramado. O sol começava a se esconder. Fechei os olhos, sentindo a brisa em meu rosto, ainda um pouco molhado.

—Por que me chamou para sair? —Perguntei, de repente.

Ele olhou para mim, primeiramente de soslaio mas depois os grudou em mim.

—Achei que pudesse quebrar a casca grossa que a senhorita mantém.

Franzi a testa.

—Casca grossa?

—É. Parece tão distante. E eu nem sei nada sobre você.

Não precisa, pensei.

—O que quer saber? —Perguntei.

—Tudo.

Suspirei.

—Não tem nada de especial sobre mim.

—Eu só quero... te conhecer.

.•*.•*.•*.•*.•*.•*.•* LOGAN .•*.•*.•*.•*.•*.•*.•*

Aquela garota era um mistério. Ela mantinha os olhos e os pensamentos sempre muito distantes. Ela era uma incógnita. E eu precisava desvendar.

   —Bem, como você veio parar aqui?

   —Não sei ao certo —Deixou o corpo relaxar e sustentou-se na grama com os cotovelos. —Eu nasci e me criei aqui. Quando criança, achava chato ter que viver cercada, no meio do nada, sem amizades, treinamentos e aulas todos os dias. Tive que amadurecer rápido. Mal via meus pais. A maior parte dos problemas que tinha, escondia deles. Eles tinham mais o que fazer do que se preocupar com uma pirralha.

    A lua começou a se colocar no céu, tímida, entre as nuvens. Outras pessoas estavam ali. Conversavam, riam. Afinal, não tínhamos outro tipo de distração. Sob a luz da lua, sua pele parecia mais branca do que era e seus olhos brilhavam.

   — Minha mãe sempre foi muito atenciosa. Ela tinha cheiro de rosas e esse cheiro nunca saía dela. Ela sempre me dava osirias quando podia. Acredite, ela sabia como cultivar. Uma vez saiu no meio de um treino, dizendo que iria repor de madrugada, porque eu não parava de chorar, pedindo que ela brincasse comigo — Sorriu um pouco, parecia reviver aquela lembrança. — A Rainha a tirou de mim quando eu mais precisava dela. Quero dizer, acho que preciso mais agora que nunca. Me sinto só, Logan. Quero dizer, eu tenho a Viv, o Tyler... mas... às vezes, o vazio aqui dentro... —Levou a mão ao peito e suspirou — Enfim, eu era apenas uma criança. Meu pai chorou por três dias. Ele me ensinou que ser forte não é guardar o que sente e sim demonstrar, sem medo do que vão pensar.

    Ela mantinha os olhos no horizonte, voltados para a capital. Era uma grande cidade. De longe, suas luzes encandeavam. Do lado, como que na área rural, estava minha vila.

   — No terceiro dia, ele me consolava. Nem sequer o corpo dela nós tivemos para um enterro decente. Meu pai me protegeu de tudo, de todos. Até aquele dia...—E então, vi seus olhos brilharem mais ainda. Lágrimas encheram-os. Ela respirou fundo.

   Esperei mas não queria que ela continuasse. Não queria que ela se expusesse daquela forma se não quisesse.

    — Um tempo depois, ele foi morto. Quando eu soube, parei de falar por dias. Eu já conhecia Viv. Ela e meu irmão ficaram do meu lado o tempo inteiro. Substituí a tristeza por dedicação. E foi assim que eu apareci na TV —Ela riu fraco, por fim.

Suspirei.

—Sinto muito.

—Eu também —E então, sacudiu a cabeça. As lágrimas haviam sumido de seus olhos — E você? Como era sua vida lá na vila?

—Bem, eu morava com meus pais e irmãos. Cuidávamos da fazenda da melhor forma que podíamos. Era uma vida calma. Minha irmã mais velha está grávida. E eu tive de deixá-los. Eu pensei em desistir mas ela, meu irmão e meus pais disseram que eu não poderia deixar uma chance assim passar.

Eu me arrependia de tê-los deixado. Mas tudo mudaria. Eu gostava de acreditar nisso. Gostava de acreditar que confiar naquelas pessoas mudaria tudo. De fato, mudaria.

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Acho que já passava das nove quando nos levantamos do gramado. Descobri muito sobre ele e ele sobre mim. Descobri que a vila dos Exilados era um lugar pequeno mas onde viviam as pessoas mais justas e honestas do país. Haviam várias delas pelo território nacional. Todos ali se conheciam.

   Ele me deixou em frente ao meu dormitório.

   — Obrigada por hoje —Falei, tentando sorrir.

   —De nada. Tenha uma boa noite, senhorita Collins.

   —Amy —Corrigi. —Boa noite.

   Ele anuiu e saiu. Assim que entrei, Viv me olhava maliciosamente.

   —Nem vem. Amanhã nós conversamos. Eu tô exausta —E me joguei na cama.

   —Eu nem ia perguntar nada —Mentiu, fingindo estar ofendida.

   Eu ri e acabei adormecendo poucos minutos depois.

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    Oi, meus xuxuzinhos,

E aí, o que acharam?

    Esse capítulo foi só pra vocês ficarem sabendo um pouco mais sobre os personagens - por isso, está curtinho. A coisa logo, logo vai pegar fogo. Fiquem atentos aos próximos capítulos.

Espero que estejam gostando.

Até segunda! ❤️

Beijos de luz ✨,

Anaaclarag 💙

League: Guerra CivilOnde histórias criam vida. Descubra agora