Capítulo 47

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.•*.•*.•*.•*.•*.•*.•*.•*AMY.•*.•*.•*.•*.•*.•*.•*.•*

Nós passamos doze horas no caminhão até chegarmos a uma espécie de abrigo na cidade a alguns quilômetros da capital. Pertencia à League mas não era tão usado. Era um lugar grande, no campo da cidade. Bastante gente escapou.

Pedi para voltarmos para recuperar o corpo de Liv e Clair. Disseram que era muito arriscado, não tínhamos recursos e nem proteção o suficiente. A primeira coisa que fiz foi preparar uma espécie de altar para homenagear as meninas. A dor da perda foi substituído por ódio. Um ódio e uma sede que só crescia em mim.

Assim que arrumamos o lugar, improvisando colchões, fui procurar por minha família. Saí desviando das caixas e pessoas. Parei ao ver um homem enorme de terno.

—Joseph.

Ele virou-se para mim. Estava com Pérola.

—Amy! —Ela me abraçou.

Um alívio tomou meu coração.

—Graças à Deus que você está bem. Onde estão os outros?

—Estão ajudando a descarregar os outros caminhões.

—Okay —E me aproximei de seu ouvido. —Fica aqui com ele e joga seu charme.

E saí, sem esperar uma resposta. Haviam vários caminhões, várias pessoas carregando comida e caixas. Mas de longe, eu vi minha melhor amiga, que provavelmente estava brigando com Peter.

—Viv!

Ela sorriu.

—Eu pensava que você tinha morrido, vagaba —E me abraçou, quase me deixando sem ar.

Abracei Peter também.

—Onde está Liv? —Ela perguntou.

Droga. Abaixei a cabeça quando senti um nó formar-se em minha garganta. Apenas balancei a mesma.

—Amy, não me diga que ela...

Eu anuí.

E minha amiga desatou a chorar. Abracei-a novamente e Peter fez o mesmo, envolvendo a nós duas.

—Ela... não pode ter nos deixado.

Mais dor, mais lágrimas. Era um ciclo que parecia que não ia ter fim.

Conduzi Viv para dentro do abrigo, para um dos colchões vazios. Fiquei lá com ela por um tempo até que se recuperasse e eu explicasse tudo. Perder um de nós sempre foi doloroso, mesmo que não nos conhecêssemos profundamente. Perder Liv, alguém tão próxima... era diferente. Doía como se estivessem rasgando nossos corações aos poucos. Perder alguém tão amiga, tão presente...era insuportável, especialmente sabendo que eu não poderia fazer nada por ora. Ninguém poderia.

Liv estava com nós desde seus 12 anos. Achávamos ela meio estranha no começo mas foi isso que nos uniu. Perdi mais uma.

—O que vamos fazer, Amy?

—Provar que a morte dela não foi em vão —Deslizei o dedo pelo rosto de minha amiga para enxugar suas lágrimas e puxei-a para perto, para tomá-la em um abraço.

—Quando isso tudo vai acabar?

—Logo —Eu estava tentando me convencer disso.

Viviane acabou adormecendo. Coloquei-a deitada no colchão, coloquei um cobertor sobre seu corpo e saí.

League: Guerra CivilOnde histórias criam vida. Descubra agora