Capítulo 36

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.•*.•*.•*.•*.•*.•*.•*.•*AMY.•*.•*.•*.•*.•*.•*.•*.•*

  Fiquei triste por saber que era verdade que nós só percebemos que amamos alguém quando estamos em uma situação de desespero. Este alguém é o primeiro a vir em sua mente e você se lembra que esqueceu de tratá-lo bem. Eu o amava e minha lembrança com ele, uma das mais recentes, era de ter o mandando para a prisão. Ele errou, sim. Mas... a emoção nem sempre vence a razão e quando você ama, a razão não fica como vencedora por muito tempo. E eu não quero mais mentir para mim mesma.

   Eu comecei a chorar. As lágrimas escorriam em silêncio. A dor emocional juntava-se à dor física e eu não estava suportando mais tudo aquilo.

   —Vamos, Amy. Só um nome e eu tiro toda essa dor de você.

   —Você não vai me matar —Falei, com a voz embargada. —Eu sei quem você quer. Ele não é tolo, Isabelle.

   —É, sim, querida. Um tolo. Ele não seguiu meu conselho —E aproximou a faca de mim, interrompida pela mulher que a ajudava.

   —Senhora, ela não vai aguentar muito mais.

   A Rainha fez uma careta e jogou a faca suja na mesa.

   —Você tem sorte, garota —E olhou para a mulher. —Coloque-a na cela —E saiu marchando.

   A mulher me desamarrou e me jogou de volta na cela. Sentei na espécie de cama que tinha ali, sujando o lençol que tinham colocado. As lágrimas escorriam involuntariamente. Tudo ardia, doía, beliscava. Eu fechei os olhos e deixei as lembranças e sensações me tomarem. Acabei desmaiando novamente.

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   Os outros rebeldes entravam e saiam da League. Recebemos quatro grupos naquele dia, um de cada região. Tínhamos de elaborar um plano. Na verdade, dois. Um revolucionário e outro de resgate. Mas o último deveria envolver somente a League já que era um assunto nosso. Eu tive de ficar escondido já que eu havia traído a League e com certeza eles não aceitariam fazer algo comigo envolvido.

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   —Levante —A Rainha bateu com as chaves na grade, me acordando. Olhou para a mulher e estendeu as mesmas. —Dê um banho nela e leve-a para cima.

   A mulher obedeceu e depois de me ouvir reclamar das dores enquanto ela limpava o sangue de meu corpo, me levou para um quarto no andar de cima, num corredor cheio de lustres caros. Um quarto do tamanho da cabana onde eu e Logan íamos, com uma cama e uma janela enorme. Tudo bem decorado e chique. Um abajur no criado-mudo iluminava o local já que as persianas estavam fechadas. As paredes eram cobertas de madeira envernizadas.

   —O que eu estou fazendo aqui? —Perguntei.

   Ela simplesmente me ignorou, ficando frente à porta, como se esperasse algo. Suspirei e sentei na cama. Senti minha perna doer intensamente na região onde Isabelle enfiou a faca. E então, ela entrou. Fez sinal para que a guarda fosse para o outro lado do quarto e nos trancou, colocando a chave entre os seios.

   —Hoje é nosso grande dia, querida —Veio até mim e estendeu a mão.

   Encarei a mesma e me encolhi na cama. Era como oferecer vegetal a um animal carnívoro.

   —Se você for uma boa atriz, posso garantir que chegará viva aos seus amiguinhos.

   —Boa atriz?

League: Guerra CivilWhere stories live. Discover now