Capítulo 10

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Ele usava um perfume maravilhoso. Queria ficar ali, deitar a cabeça em seu ombro e aspirar seu perfume o resto da noite. E quando ele olhou em meus olhos e falou que era mais misterioso que aparentava, tive vontade de puxá-lo para o gramado e conversar a noite inteira. Ou beijá-lo... Tentei tirar esse pensamento da minha cabeça.

Seus olhos me lembravam o mar. Sereno e revolto ao mesmo tempo.

   —E por que você não me mostra? —Retruquei, sem pensar duas vezes.

   Ele sorriu.

   —Talvez um dia.

   O ritmo acelerou um pouco. Puxou-me para mais perto, tentando eliminar a distância milimétrica entre nós. Com a mão agora em minhas costas, ele acabou por fazer carícias nas mesmas. Respirei fundo e aspirei seu perfume. Fechei os olhos. E de repente, só os meus sentidos agiam. O cheiro dele, meus pés o acompanhando, uma mão em minhas costas e a outra grudada à minha, nossos corações acelerados. Algumas músicas se passaram e nós permanecemos no mais absoluto silêncio. O que não foi ruim ou desconfortável.

—Acho que te roubei por tempo suficiente —E desgrudou nossos corpos, como se tivesse nos desligado de algo. —Obrigado por me conceder esta dança, senhorita.

Eu ri.

—Obrigada por me salvar de minha idiotice.

Ele acenou com a cabeça e saiu. Fui atrás da minha cerveja inutilmente. Era só uma desculpa para ter para onde ir. Busquei outra e fui mais uma vez atolada de "Parabéns" e "Você merece". Não cheguei a terminar outra cerveja. Tinha medo de embebedar. Sempre fui muita fraca com bebida. Jantei, no final. Estava esfomeada. Eu estava com medo. Muito medo. Nem sabia qual seria a missão. Tinha medo de decepcionar, de errar e alguém morrer...

    —Não vai socializar? — Pérola sentou ao meu lado. —Até a Liv foi — Apontou para a mesma, que estava dançando com a Clair.

    —Eu tô preocupada.

    —Com amanhã? Ah, mulher, relaxa. Acho que eles não vão colocar algo complicado de cara. Além do mais que se fosse uma missão extensa ou complexa, estaríamos nos preparando há dias.

    —Mas...

    —"Mas" nada. Você pensa demais. Vamos dançar —E me puxou pela mão, me levando para o amontoado de gente na pista improvisada.

   Todo mundo só sacudia o corpo. Aquilo não devia ser considerado dançar. Depois de tentar sobreviver a cotoveladas ritmadas, Pérola me cutucou, apontando para Liv, que beijava Clair.

—Você encheu ela de bebida, né?

—Que nada! Só dei um empurrãozinho.

Nós rimos. Logo, Horatio chegou por trás de Pérola e eles começaram a dançar. Um garoto de óculos e cabelos loiros surgiu do meu lado.

—Quer dançar? —Aproximou-se do meu ouvido.

Neguei. Eu ainda tinha medo. Muito. Nunca entendi muito bem essas propostas. A música era agitada. As pessoas pediam para dançar com elas se apenas ficávamos um de frente ao outro, fazendo a mesma coisa que fazíamos quando dançando só. Nunca entendi.

Depois de várias garrafas de cerveja - minto, só foram cinco -, senti minha cabeça rodar e percebi que era hora de parar. Sentei em uma cadeira e esfreguei as têmporas. Joseph sentou ao meu lado.

—Amy — Tocou minha mão.

—Oi.

—Eu sei que não é a melhor hora e nem lugar mas finalmente te encontrei sozinha.

Esperei.

—Eu queria saber se... é... —Ele limpou a garganta.

—Desembucha! —O álcool me deixa impaciente.

—Eu queria saber se você... aceitaria voltar comigo.

Ele tava me zoando, né? Não foi ele quem disse que estava amando outra?

—Você é mais inteligente que isso, Joseph.

—Mas...

—Você não me ama. E sabe que o que a gente teve passou.

Ele anuiu, meio decepcionado. Minha tontura aumentou.

—Preciso ir —Levantei e tomei rumo à saída.

Ele se levantou junto mas não falou nada. Joseph era um cara legal mas às vezes agia como um verdadeiro idiota.

   —Ei —Logan tocou meu braço —Tá tudo bem?

   —Eu só preciso ir pro dormitório. Avisa pra Viv que eu saí, tá?

   —Eu não vou deixar você sair assim —Segurou meu braço. —Tá todo mundo aqui pra comemorar sua conquista, Amy.

   —Eu sei, mas preciso sair daqui, depois te explico.

   Ele assentiu, claramente insatisfeito.

   —Amanhã a gente se fala, ok? — E saí, indo o mais rápido possível para meu dormitório.

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Minhas mãos tremiam. Peter e Viv pareciam bem mais calmos que eu. Ainda estávamos no gramado, onde todos se reuniam, em frente ao portão de saída. Às vezes flagrava alguém nos olhando, esperando algo. O sol ainda nem começara a nascer. Joseph aproximou-se:

—Vou dividir dois grupos. Um meu e da Viviane, outro do Peter e da Amy —ele gesticulava. —Vocês já sabem o que fazer, então não se preocupem. Só ataquem se forem atacados. Prontos?

—Não exatamente — Guardei minha Desert Eagle na bota.

—Vou mandar abrirem os portões — E saiu, indo em direção à saída.

Os caminhões estavam cheios de tinta spray, panfletos, moldes. Muita coisa. Nossa vingança seria conflito ideológico explícito. O combate corpo a corpo tinha seu momento. Os portões foram abertos. Subimos rapidamente nos caminhões. Seguimos para o centro da capital.

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    Oi, meus xuxuzinhos,

E aí, o que acharam?

To shippando muitooo. E essa missão top, hein?

Espero que estejam gostando.

Até quinta! ❤️

Beijos de luz ✨,

Anaaclarag 💙

League: Guerra CivilWhere stories live. Discover now