Capítulo 44

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   Nós passamos um mês para preparar tudo. Decidimos agir de uma vez. A rainha estava quieta, acho que preferia cuidar de si mesma.

   —Se houver algum deslize hoje, o plano inteiro irá por água abaixo. Hoje é simples mas dependemos inteiramente do que vamos fazer aqui. Vamos! —Joseph falou.

   Estávamos em um caminhão. Ao todo, cinco deles foram utilizados para trazer as pessoas. O plano era simples. A rainha não estava na cidade então era a nossa chance. Era madrugada e o sol nem dava indicação de que ia aparecer.

   Descemos e os grupos se organizaram. Eu iria ajudar Liv com a projeção, junto com mais algumas pessoas, e o restante ficaria com os panfletos. E algo a mais.

   Espalharam-se pela cidade. Liv começou a agir com agilidade, enquanto eu ajudava quatro pessoas a estender um grande lençol branco e preparávamos o projetor. Colocamos as caixas de som e quando ela terminou tudo, esperávamos o pessoal fazer sua parte.

   Os outros grupos espalhavam os panfletos no chão. Eles diziam: "A rainha está sem condições de nos governar", "A rainha sente o peso de seus atos", etc. Alguns chegavam a ser apelativos, tenho que confessar. O chão das ruas ficou encoberto. Começaram a jogar em caixas de correio, pendurar em paredes. Tocavam as campainhas para acordar o povo.

   Joseph fez um sinal. Todos se posicionaram ao redor do "telão" montado. Liv preparou a imagem. As pessoas começaram a aparecer em frente a suas casas. Pegavam os panfletos, franziam os cenhos. Quando uma boa quantidade se reuniu, Liv colocou o áudio.

   O hino do país começou a soar pelas caixas de som no centro, o que atraiu mais gente. Todos nós cantamos o hino, enquanto o restante vigiava. Não demoraria para os guardas aparecerem.

   Ao fim do hino, colocamos o vídeo que preparamos. Passava as imagens do quarto da rainha e ao fundo, a voz do médico, que apareceu depois.

    "Esquizofrenia paranoide. É uma patologia que pode causar alucinações auditivas e ideias delirantes, de perseguição ou grandeza."

    Algumas pessoas começaram a vaiar, outras prestavam atenção, pareciam preocupadas. Os gritos da rainha ecoaram pela cidade, que estava em silêncio.

    As imagens dos remédios apareceram, junto com as do médico.

   "Os remédios de tarja preta podem ter colaborado para o aparecimento da doença."

    "Isso impede a rainha de governar?" - uma outra voz apareceu.

    "Não se ela não ingerisse remédios de tarja preta. Mas como ela o faz, sendo uma dependente química, isso afeta sua saúde mental e física".

   "A Isabelle que tanto conhecemos perdeu a cabeça?" - e as imagens de seu surto apareceram novamente. "Suas decisões não têm sido muito sábias" - e agora, apareceram as imagens do noticiário no dia de suas gafes, além das invasões no palácio. "Será que ela realmente é capaz de governar o país?"

   E então, os guardas apareceram. Deixamos o vídeo rolando, para tentarmos convencer o povo. Corremos e preparamos nossas armas. Agora, tínhamos investido em armas brancas, espadas, fora as armas de fogo. Peguei uma faca e um revólver.

   —Retirada! —Joseph gritou.

   Tínhamos combinado de atacar só em último caso. Queríamos que o povo se juntasse a nós e não que tivessem medo. Começamos a sair, mas os soldados atacaram. As pessoas correram para dentro de suas casas. Alguns de nós ainda ajudaram os moradores a se protegerem.

League: Guerra CivilWhere stories live. Discover now