Morte aos pés da Árvore da Vida

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Após alguns dias seguindo o maldito corvo que estranhamente não fez questão de fugir, Desirée aproximou-se das Brumas mais próximas de Avalon.

E graças a sua audição treinada, notou ao chegar que haviam muitas pessoas por ali. Não fez questão de se esconder, ela não temia ninguém naquele momento. Era alguém conhecido, mas, como?

— Merlim! O que está fazendo aqui? Como chegou aqui? — Indagou, confusa com a presença do seu mentor. — Porque vocês todos deixaram a torre?

— Desirée! Graças aos deuses você este bem. — Apoiou as mãos nos ombros da jovem, preocupado. — Levou um dia inteiro para descobrir que você havia desaparecido. Além disso, foi difícil convencer esses homens a saírem da torre. Nós viemos logo quando descobrimos o motivo de você ter sumido.

— Mas como chegou aqui tão rápido? — Perguntou, ela.

— Isso não vem ao caso agora. Não acredito que você desapareceu sem ao menos nos avisar o que pretendia fazer! — Deu sermão.

— Ahnara — Cerrou o punho e apertou os dentes — Ela está com vovó, disse que sabia o que estava acontecendo e o que estávamos planejando. Eu não sei o que ela quer com ela mas eu preciso tira-la de lá. — Desembainhou a e fina espada e caminhou em direção ao grande lago.

— Espere, Desirée! Não seja idiota, por favor. — O velho segurou o pulso da menina. Ahnara é milhares de vezes mais experiente que você, o que te faz pensar que ela não havia planejado tudo isso?

— Eu não me importo! — Retrucou ela.

— Ouça, Desirée! Por acaso você quer morrer, é ? Vamos agir inteligentemente, eu não te ensinei o que ensinei para que jogasse tudo fora assim em vão. Você não pode contra ela do jeito que está agora. Vai perder a sua avó e a sua própria vida. — Avisou. — É isso que mesmo você quer?

— Ela já sabe de tudo, ela pode prever o futuro. — Contou, ela.

— E mesmo assim deseja ataca-la dessa forma, pelos ancestrais, você está realmente desesperada. — Suspirou — Você é corajosa, mas irresponsável demais. Eu já cuidei para que o seu futuro fosse tal como estas neblinas. Ela não vai poder prever nada mais do que ja viu.

— Mas como? — Perguntou ela.

— Existem magias que você desconhece, Desirée. Portanto, temos de aproveitar agora para entrar em Avalon e tirar dona Anna de onde ela está o mais rápido possível. Porem, Ahnara, graças a sua visão estará esperando por você lá, e não por nós. Você precisa confiar em mim e deixar-me cuidar disso.

— E eu o que vou fazer? Eu não posso ficar esperando aqui enquanto a minha vó corre perigo. Ela é a única pessoa que eu tenho. — Perguntou e tremeu de medo e de ansiedade pelo que poderia acontecer com todos eles.

— Você sabe o que tem que deve fazer, Desirée. — Merlim acariciou os seus cabelos negros de Desirée como um tio faria com a sua sobrinha. — Além do mais, já anos que você não tem somente a ela. — Sorriu.

Os olhos de Desirée marejaram.

— Vamos! — sacudiu a cabeça da jovem com uma das mãos — Não é hora de chorar. Tire a espada da Arvore! Você sabe como chegar lá, você sabe que é a única que pode fazer isso. — Concluiu.

Desirée agarrou os pelos do pescoço de lúgubre e saltou sobre o lobo gigante, montando-o.

— Cuidado com o turbilhão das almas. — Avisou Desirée — Por favor, não a deixe que aquela vadia devore o seu espirito, eu nunca me perdoaria por isso. — Suplicou antes de atravessar as com brumas em direção a leste.

Idílica MisantropiaWhere stories live. Discover now