O Clã Arthuriano

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Ahnara estava prestes a quebrar o pescoço da jovem quando uma flecha atingiu o seu braço. O que fez com que ela derrubasse a jovem Desirée no chão, morrendo.

— Maldito elfo! Como você escapou da prisão? — Disse Ahnara indignada puxando a ponta da flecha para fora do seu braço.

— Você me menosprezou, Rainha. — Artos por sua vez saltou do alto da arvore disparando mais duas ou três vezes contra a bruxa. — Eu sou ninguém mais do que o herdeiro do Merlin!

Porém, Ahnara não teve dificuldade com elas, fazendo que com elas retornassem para onde vieram com apenas um aceno de mão — Devia saber que isso não funcionará comigo, Elfo.

— Maldição! — Disse Artos ao esquivar-se de duas delas e ser atingido pela terceira na coxa. Ele se ajoelhou no chão de cabeça baixa completamente abatido pela dor. — Parece que você não entende bem o que está fazendo, Ahnara. Esteve perdida desde que Morgana desapareceu.

Ahnara se aproximou do jovem enquanto entoava um feitiço para curar o seu braço ferido pela flecha. — Você que não está entendendo nada, elfo. Tentar me confundir agora é um ato desesperado digno de quem já abraçou a sua própria morte.

Ahnara ergueu os braços para a alto reunindo toda a luz ao seu redor num único ponto, absorvendo-a. O local inteiro tornou-se escuro momentaneamente devido a intensidade da magia. Porem foi atingida na perna antes que pudesse terminar o feitiço que se dissipou num clarão imenso que praticamente cegou-a a si própria.

A Rainha caiu no chão gritando de dor ao ver que sua perna havia sido separada do seu corpo.

Artos sorriu ao notar que Dietrich havia chegado no exato momento combinado com os famosos cavaleiros do clã.

Ele estava montado num cavalo branco repleto de proteção da cabeça, usava uma capa vermelha repleta de ornamentos e um brasão de Kamelot. Em sua mão uma enorme espada com a ponta ensanguentada.

— Você é realmente a mulher mais poderosa que este mundo já conheceu, Ahnara. Porém, nós lutamos ao seu lado milhares e milhares de vezes e sabemos que o seu maior ponto fraco é o seu ego. — Ele saltou do cavalo — O que te fez pensar que ninguém se rebelaria contra o seu império cruel? — Apontou a espada para a mulher,

Artos arrancou a flecha da sua perna e levantou-se mancando e gritou — Cuidado Dietrich! Não se aproxime demais!

Ahnara segurou a lamina da grande espada de Dietrich e a esmigalhou como se fosse feita de cristal.

— Mas o que? — Disse o cavaleiro desnorteado agonizando. Os fragmentos entraram em seus olhos cegando-o imediatamente.

O resto da cavalaria se aproximou para ajudar o cavaleiro, mas Ahnara explodiu-se em dezenas de corvos antes que eles pudessem chegar até ela.

Os corvos se multiplicaram e giraram em torno dos cavaleiros bicando-os simultaneamente. Sem obter grandes vantagens.

Artos correu até Desirée e notou que ela não estava respirando mais, mas, o seu coração ainda estava batendo.

Eu preciso fazer algo, mas, não vou conseguir sozinho. Pensou. Sendo assim, artos assoviou para que os lobos atocaiados saíssem de onde estavam.

Os mais de cem lobos saltaram sobre os corvos que continuavam a se multiplicar para dar conta dos novos adversários.

Como era o feitiço? Se perguntou mentalmente tentando lembrar. Retirou um vidrinho com um uma planta avermelhada, jogou dentro da boca mastigou até ficar viscoso e cuspiu dentro da boca de Desirée. Depois Assoprou para que a planta mastigada escorresse para dentro.

— Fágann Amaranthus fuil le haghaidh Desire, Bí i do shaol don duine roghnaithe. Gods of Avalon Iarrann mé do ghlaoch!

Mas nada aconteceu.

— Acorde Maldita!! — Socou o peito da jovem na região do pulmão, o que a fez cuspir para fora a gosma avermelhada que ele lançou para dentro dela.

Desirée Abriu os olhos.

— Artos! — Disse ela. — Você escapou. O que está acontecendo? — Perguntou ela embriagada devido a fraqueza da experiência de permanecer no estado entre a vida e a morte.

Respirou como nunca respirara antes na sua vida.

— Não importa! Você precisa se levantar agora e tirar a espada! — Disse ele a garota recém ressuscitada.

— Mas.. — Disse ela olhando para ele pela primeira vez. Tossindo.

— Agora Desirée! Ahnara está sendo distraída por Dietrich e os demais cavaleiros. O momento é único! Carregou-a no ombro e apoiou a mão direita de Desirée na espada. — Só você pode fazer isso!!

— Tabom. — Desirée segurou a espada com as duas mãos. — Era por isso que você tinha orelhas pontudas, você é um elfo. — Disse ela antes de fazer força para puxar.

— O que? — Respondeu Artos — Numa hora dessas? Não! Eu sou tão humano quanto você.

Desirée fez força para puxar a lamina da arvore, mas, ainda estava com o corpo fraco devido a ressuscitação. — Eu preciso descansar Artos, mesmo que eu tire ela daí não vou conseguir maneja-la.

— Tudo bem. Eu vou distraí-la, não saia dai enquanto não tira-la da arvore.

Artos corre em direção a Dietrich que estava com os olhos perfurados.

Enquanto isso os corvos começaram a se reunir num único ponto no alto formando uma massa negra flutuante de carne e penas. E do centro da esfera por debaixo da mesma Ahnara saiu completamente nua envolta por duas asas negras, flutuando sem bater as suas novas asas.

Ergueu o braço para o alto segurando o que restou da esfera de carne que sobrou e lançou-a em Desirée jogando-a para longe da Excalibur.

Maldito elfo. Trouxe-a de volta a vida. Mas como? Se perguntou.

Desirée de dentro da massa de carne fétida vomitando tudo o que havia comido naquele dia.

Fora do alcance os cavaleiros pouco podiam fazer para alcança-la.

Artos por sua vez atingiu-a mais uma vez dessa vez na região do ombro.

— Você vai me pagar por isso, Artos! Eu já me cansei de todos vocês! — Exclamou.

Ahnara. Ergueu os braços para o alto entoando as palavras magicas: — In ainm an chéad uair, is mian liom an fhuil naofa a bheannaigh mé a urramú. Glacaim orm láithreacht na deora na Gréine, Déan lasair a dhoirteadh trí na tailte seo! — Enquanto vários pontos luminosos surgiam do céu e pareciam aumentar, transformando-se em bolas de fogo enormes.

— Essa não! — Disse Artos.

— Eu já ouvi essas palavras muitas vezes! — Disse Dietrich sem poder ver o que estava acontecendo — Homens preparem seus escudos!!! — Gritou.

— Proteja-se Desirée!! — Gritou Artos Rapidamente correndo para baixo de um dos cavalos

Desirée aproximou-se da arvore rezando para que nenhuma esfera de fogo caísse um pouco inclinada ao ponto dos galhos da arvore da vida segura-los.

Ahnara gargalhava enquanto presenciava o desespero dos homens, já sabendo que nada daquilo seria suficiente para deter a magnitude de tal feitiçaria.

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28/01/2019

Idílica MisantropiaWhere stories live. Discover now