A Revelação de Anna

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— Vovó!! — Chamava — Onde você está?! — Gritou Desirée em meio a floresta seguindo os rastros de Lugubre acompanhada dos lobos.

Desirée caminhou por uma distancia enorme mata a dentro saindo assim dos arredores de Avalon.

— Anna!! — Gritou Desirée mais uma vez espantando os pássaros das arvores com o seu urro horrivelmente estridente, mas dessa vez ela ouviu o uivo de Lugubre a longa distância.

Algumas horas depois, sim horas, ela chegou no local. Uma pequena caverna.

Lugubre ganiu suavemente lambendo a senhora nas costas.

— O que houve com ela, Lugubre? — Perguntou — Acorde Vovó — Deu tapinhas no rosto de Anna. — Vovó!

— Desirée, é você? — Disse a senhora despertando. — Nunca mais faça isso, meu corpo não aguentaria o tranco mais uma vez. — Disse levantando-se.

— A senhora está bem? — perguntou ela ajudando-a se levantar.

— Não. Estou com dor nas costas. Precisa ensinar ao seu 'bichinho' a não morder com tanta força. — Levantou-se mancando.

— Deixe-me ver isso vovó. — Disse a garota levantando as vestes da senhora para observar se havia algum ferimento. — Aparentemente está tudo bem, mas está toda babada.

— Lugubre, tem que ter mais cuidado! — Rosnou ela para o grande lobo, que baixou a cabeça choroso exibindo seus enormes olhos amarelos.

— Cadê Artos? Porque voltou sozinha? — Perguntou Anna preocupada.

— Todos.... Todos morreram, vovó. — Revelou Desirée — Ninguém sobreviveu. — Agachou cobrindo o rosto com as duas mãos, soluçando. — O que vamos fazer? Vovó para onde vamos?

— Mas afinal o que aconteceu? — Perguntou a senhora, completamente desorientada, acudindo a adolescente.

— Ahnara... — Suspirou — Ela enganou a todos para que eu não pudesse substituí-la como rainha de Avalon. Mas foi tudo em vão, porque eu não consegui tirar a espada. Por minha culpa todos morreram.

— E quando aquela prostituta de Avalon, o que aconteceu com ela? — Perguntou Anna.

— Eu a matei, vovó. — Respondeu Desirée, olhando para suas mãos enegrecidas, esfregando-as tentando tirar as marcas negras da pele.

— Vamos, Desirée levante. Não podemos ficar aqui. Por hora voltemos para nossa velha cabana nas terras de seu tio, depois iremos para outro lugar mais seguro.

Ambas montaram o lobo e seguiram via floresta. Desirée contou toda a história até o início da noite fria quando a senhora, que estava muito cansada, acabou pegando no sono. Muito tempo se passou até chegar a sua velha casa.

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Desirée foi a primeira a descer de Lugubre, que estava completamente exausto. Os lobos saltavam e agitavam suas caudas sinalizando fome.

— Vão! — Vocês podem ir. Mas não demore a voltar. — Ordenou sinalizando para eles com o dedo.

— Vovó já chegamos. — Disse Desirée. — Ao ver que a senhora não se movia, Desirée sacudiu a senhora que continuou a dormir. — Acorde vovó... Porque você está... quente?

— Eu não estou me sentindo bem, Desirée. — Confessou.

— Está com febre. Vovó! — Constatou.

— Vamos, está frio aqui fora, você precisa ir pra cama. — Alertou a jovem, carregando a senhora nos braços que, apesar de baixinha, era bastante difícil de carregar.

Idílica MisantropiaWhere stories live. Discover now