Tormenta Infernal

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—  Ní cheadóidh na féichiúnaithe a chuid dearaí! — Fora dito ao longe enquanto feixes de luzes eram disparados contra a Bruxa.

Oito druidas da torre montados em pássaros gigantes atravessaram rapidamente o lago e chegaram finalmente até o campo de batalha que havia se tornado o belo jardim.

Enquanto isso os demais soldados e moradores que restaram, e que foram convencidos pelo Merlin a se unirem-se ao combate, chegaram em terra firme após uma longa travessia de barco.

A batalha entre uma única rainha e todo o seu povo começou.

Ninguém mais podia pensar pelo que estavam lutando, pois a única razão ali era sobreviver. Estavam completamente ensandecidos pela sede de sangue e ódio que possuiu os seus espiritos.

A chuva de chamas encontrou o chão tão rápido quanto os feixes de luz atingiram as asas de Ahnara.

O belíssimo e florido jardim ao redor da arvore se tornou um campo minado repleto de buracos e corpos mortos.

Enquanto as asas de corvo da bruxa se despedaçaram e ela despencou do alto em direção aos cavaleiros arthurianos e aos companheiros lobos remanescentes que Artos convocou.

— Freagair na déithe fíor, bás leis na déithe bréagacha! — Gritou Ahnara enquanto caia, multiplicando-se em meio ao ar em oito copias e pousando com grande facilidade  presteza em cima das suas vítimas com garras tão grandes quanto facas.

Enquanto isso Desirée que quase fora atingida pela chuva flamejante se esgueirou até a espada do outro lado do tronco. Aproximando-se da antiga e famosa espada de Arthur.

— Chegou a Hora Desirée — Disse ela a si mesma — Chegou a hora de tomar o meu destino.

Agarrou a espada pela empunhadura com firmeza e começou a puxar com força, porem mesmo descansada  ela nao obteve grande sucesso. 

Era preciso algo mais do que aquilo para a espada sair.

Olhou para trás para se certificar de que ninguém notou que ela estava ali e puxou com mais força ainda do que antes, mas, nada aconteceu.

— Saia espada idiota — gritou ela se esforçando ainda mais  mas nao adiantou.

Em sua última tentativa, a jovem apoiou os dois pés contra a o tronco da arvore e inclinou o seu corpo para trás usando o seu corpo todo como alavanca. Entretanto quando iria fazer força com as pernas ela foi atingida na cabeça por um bastão na região do tronco e caiu no chão rolando pelo resto que sobrou da grama do jardim que circundava a arvore da vida.

Desirée olhou na direção em que o golpe foi desferido e exclamou ao se deparar com o servo da rainha: — Maldito Gnomo! Eu achei que Lugubre tivesse feito você em pedaços uma hora dessas!

O gnomo vermelho recuperou o tacape e apontou para jovem, dizendo: — A mestra diz que ninguém deve pegar a espada! Terá que passar pelo cadáver do Gnomo Vermelho! — Completou numa linguagem totalmente desajeitada.

Desirée sacou a sua espada de lamina fina para enfrentar a pequena e repugnante criatura.

Proximo dali, apos certificar-se de que Desirée estava bem, Artos saiu debaixo de um de seus lobos mortos pelas chamas com extrema dificuldade e rapidamente alcançou o seu arco composto para juntar-se a todos eles.

Ao mesmo tempo em que Ahnara lutava bravamente enquanto cercada por todos os lados. Arranhou o rosto de um dos cavaleiros com suas garras laminadas, enquanto uma das suas copias mordia a jugular de um aldeão como um animal feroz. A terceira face de Ahnara lançava bolas de fogo pelas mãos em todas as direções que podia enquanto a quarta delas utilizava-se da energia cinética para mante-los todos distantes a força.

A quinta imagem de Ahnara tentou fugir dali do meio deles pelo alto flutuando, mas, Artos cobriu o seu corpo com flechas para que ela não ousasse escapar. A sexta curava o ferimento das demais juntamente com a sétima e a oitava, desesperadamente e simultaneamente aos ferimentos de espada.

— Eis o ponto fraco dela! — Gritou o Merlin — Ela pode estar em muitos lugares ao mesmo tempo, mas, cada copia consome muito mais energia do que o normal, alem disso cada duplicata e uma parte vital dela. Ahnara não resistira a todos os ataques simultaneamente,  mesmo usando a força daqueles olhos ao seu favor.

Enquanto Merlin conjurava um feitiço em especifico, os druidas conjuravam em conjunto uma espécie de selamento para trancafia-la.

Ahnara usou de todos os meios que tinha para derrubar os cavaleiros, e teve sucesso na maioria das tentativas, porem com os aldeões disparando contra ela e os soldados juntando-se ao combate ela estava ficando cansada de ter de lutar contra tantos ao mesmo tempo.

E as suas imagens começaram a se dispersar uma após a outra restando apenas uma única Ahnara novamente, que caiu no chão tremendo de exaustão.

Desirée por sua vez, estocou as duas pernas do gnomo com a sua lami a para que ele não pudesse caminhar mais, segundos depois após sentir o cheiro de sangue o grande lobo negro surgiu atrás dela como se fosse a sua própria sombra.

O gnomo gritou e gritou enquanto tentou fugir do lupino que rapidamente abocanhou-o e o despedaçou  sem pena.

Ao se virar novamente para a arvore e a espada, e agora sem ninguem que pudesse atrapalha-la, Desirée notou o que estava acontecendo mais ali no meio do combate.

— Mate ela! — Gritou Dietrich. — Mate-a antes que ela.

— Não! — Interrompeu o Merlin — Não faça isso. Ela já perdeu essa batalha. — Respondeu o Merlin.

Dietrich tateava o chão buscando alguma arma ou o caminho em direção ao conflito. — Essa mulher é perigosa, Merlin! — Gritou — É preciso destruí-la o mais rápido possível!

Ahnara levantou-se do chão com dificuldades, pois sentiu os seus pés como se estivessem amarrados e depois os braços e tambem o tronco. O selamento dos druidas da torre estava surtindo efeito sob o seu corpo, ela não tinha mais tempo a perder.

— Seus!.... Desgraçados! — Gritou a Rainha, Furiosa! Me soltem!!!

— Dietrich tem razão! Cuidado! Não deixe que Ahnara!!! — Gritou Desirée de Longe ao ver as lagrimas sangrentas escorrerem pelos olhos da Rainha enquanto as labaredas douradas vazavam de seus olhos, flamejando intensamente.

Desirée reconheceu aquele feixe de luz que sairá de dentro da alma de Ahnara iluminando todo os arredores da arvore da vida enquanto a Bruxa gritava de ódio e fúria.

Infelizmente nao teve tempo de avisa-los.

Desirée saltou para trás da arvore, enquanto Artos para fora engolido junto com o Merlin no meio do turbilhão infernal que devorava a todos a sua frente sem piedade como o inferno na terra.

— NÃO!! — Gritou a jovem ao ver a sua nova família apodrecendo devido a destruição que os olhos roubados faziam.

Cem almas, depois duzentas foram deglutidas pela alvorada dourada que se desencadeou, e junto com elas tudo o que havia sobrado do belo jardim de Avalon.

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29/01/2019

Idílica MisantropiaWhere stories live. Discover now