O Transbordar das Almas

37 10 35
                                    

Alguns minutos correndo Remy, Alaim, Leroy e Dardeno chegaram a uma grande floresta em chamas onde os lamentos e os gritos de fúria se intensificavam. Havia muitos cadáveres espalhados por ali.

— Certamente ela está ali. — Disse Remy.

Ao se aproximarem do local, diversas crianças saíram correndo assustadas devido ao caos que precedia as suas vistas.

— Espere garoto! — Alaim parou um dos meninos — O que está acontecendo?

— Monstros! — Eles estão lutando uns contra os outros!! — Gritou se sacudindo desesperado para fugir. — Todos morreram.

O garoto morde o braço de Alaim devido a insanidade repentina que acometeu ao ouvir o grito de monstruoso nas proximidades.

— Preparem os escudos, rapazes. — Diz Leroy entregando a proteção aos seus companheiros

Eles atravessaram a mata flamejante e chegaram a uma espécie de entrada onde havia um grande templo.

E lá estava ela de costas, seus chifres enormes iridescentes, seu corpo coberto por uma carapaça, um exoesqueleto negro como as escamas de um dragão acompanhavam sua forma sensual, manchas incandescentes em forma de espiral cobriam o seu corpo garras enormes no lugar das suas rijas unhas. Uma aura que cintilava entre o azul e o roxo ondulavam como chamas exibindo por vezes a silhueta distorcida dos mortos aos quais provavelmente ela havia devorado. Possuía uma longa cauda fina e bifurcada com prováveis quatro metros de comprimento que se agitava como um chicote para um lado e para o outro.

A figura ergueu o aldeão pelo pescoço enquanto devorava a sua alma beijando-o.

— Eclipse? É mesmo você? — Perguntou Remy.

— O que é essa coisa? — Questionou Leroy empunhando o escudo em frente ao seu corpo.

— Pelo nosso senhor Jesus Cristo. — Disse Dardeno a seguir.

Alaim colocou o escudo nas costas e armou o arco atrás do seu companheiro obtendo a cobertura que necessitava para atirar caso fosse preciso.

O homem murchou como uma esponja em chamas roxas, enquanto ela bebia da sua essência como se fosse agua restando-lhe dele apenas pele e ossos enegrecidos pela extração da alma. Ela virou-se para eles, lambendo os seus lábios marcados pelo liquido incandescente que devorara.

As vítimas remanescentes fugiram do local.

Ao virar-se Remy notou que estava de olhos abertos.

— Cuidado!! — Disse ele ao se esconder atrás do escudo laminado.

Mas nada aconteceu.

Remy olhou com cuidado para o vão entre o seu companheiro e o seu próprio escudo para entender. — Mas o monstro correu em direção ao templo após gritar sem se importar com eles.

— O que aconteceu, Remy? Essa é a mesma pessoa que você estava procurando? — Questionou Leroy. — Não aconteceu nada quando ela olhou para cá.

— É ela mesma, eu tenho certeza — Afirmou Remy. — Eu não estou certo a respeito do que está acontecendo, mas ao que parece ela aprendeu a controlar o seu corpo, o que é irônico uma vez que ela parece completamente fora de si. — Suspirou — Alguma Teoria Dardeno? — Perguntou.

— Eu já enfrentei muitos Daemons, mas, nenhum parecido com este. Eu não faço ideia do que seja. Sua aparência me lembra a de uma Súcubo, mas, essa energia emanando do corpo dela me lembram alguns tipos de Devas. — Disse Dardeno.

— Diabos, é isso que você quer dizer não é mesmo? — Leroy.

— São basicamente a mesma coisa. Há um motivo razoável para eu usar esses termos — Respondeu Dardeno

Idílica MisantropiaWhere stories live. Discover now