Me Perdoe

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Desirée apontou para a rainha e depois para o Bispo, dizendo: — Vocês dois, vão se arrepender amargamente por terem me criado. E por tudo que me fizeram passar.

Remy aproveitou a deixa para escapar do local, mas, se deparou com o carrasco que também estava vivo mesmo após ser atravessado pelas flechas de Alaim. Ele estava com a lança nas mãos.

— Eu deveria ter imaginado. — Disse Remy Deixando a criança no chão em um canto. Ao fazê-lo seus chifres cresceram da sua testa a sua cauda pontuda deslizou-se para fora da sua calça. E a sua pele avermelhou-se como se estivesse fervendo.

Enquanto isso Desirée cortava ambos os pulsos com a adaga de Remy saltando em seguida para trás girando o corpo cruzando os braços no alto enquanto o seu corpo se movia pintando de vermelho o chão com o sangue escarlate que vazava das suas artérias formando uma estrela e um círculo.

Ao cair agachada no chão no centro do círculo ela entoou o cântico sussurrando para si mesma: — Isis, Astarte, Diana, Hecate, Demeter, Kali e Inanna. Isis, Astarte, Diana, Hecate, Demeter, Kali e Inanna. — Repetiu, juntando as palmas sangrentas para depois carimbar o centro da estrela.

— Eu me pergunto porque um demônio perigoso como você está a solta vivendo entre os cristãos, Mephesto. — Disse Glasya o Carrasco.

— Não me compare com vocês, Glasya. — Respondeu Remy. — A minha família sempre foi pacifica. Nós nunca nos envolvemos em guerras, muito menos nos importamos com as tradições mortas. Tudo o que queremos é uma boa quantidade de prazer e sorte nos negócios. — Respondeu Remy

Ao terminar de dizer o local estremeceu, derrubando a todos no chão.

— Isis, Astarte, Diana, Hecate, Demeter, Kali e Inanna! — Desirée Gritou. No centro do círculo enormes galhos surgiram como tentáculos que amarraram o bispo e a rainha já completamente indefesos devido ao medo da primeira e ao cansaço do outro.

E eles cresceram em volta de Desirée ainda mais derrubando a cruz e o altar. O corpo desfalecido do rei rolou as escadas, e as arvores enrolaram-se no Igne Luxurie. Separando-o de todos os que estavam no local. E as raízes surgiram por debaixo do piso do templo derrubando os milhares de crianças e os poucos homens que agrediam Leroy e Alaim no chão.

Alaim levantou-se e arrastou Leroy que estava já quase em armadura rapidamente para longe da arvore que cresceu sem parar.

— Você está bem amigo? — Questionou o arqueiro.

— Eu nunca imaginei que crianças pudessem bater tão forte — Admitiu Leroy.

E ao crescer ainda mais as vinhas da arvore se sacudiram como se fossem chicotes de aço, punindo os Astaroth e Zepar que estavam completamente indefesos diante da fúria da última sobrevivente de Avalon. Os espelhos das paredes se partiram ao serem tocados pelos galhos.

Segundos depois ao parar de brotar do chão o templo estava completamente destruído, as flores roseadas nasceram dos galhos da arvore que brilharam devido aos raios de sol da manhã que surgiram através dos vitrais da abobada no alto do templo e das janelas.

Eclipse saltou de galho em galho até alcançar a sua primeira vítima.

Ela se abaixou-se em frente da Rainha que estava amarrada pelo tronco. E deslizou os dedos pelo queixo semi-deformado de Zepar.

— Como é sentir-se completamente inofensiva diante de da face da morte, Marie d'Anjou — Perguntou Eclipse a rainha monstruosa, lambendo o seu rosto deformado e seco. — Será que você é mesmo Marie d'Anjou ou somente tomou esse corpo emprestado? — Perguntou, sorrindo satisfeita. Seus olhos famintos lacrimejaram.

Idílica MisantropiaWhere stories live. Discover now