já fui um galho gracioso
em meio a tamanhos vendavais
por existências tantas
e dancei com o cuidado
de sóbrios em carnavais
por entre tantos sonhos
os pés que comigo carrego,
relíquias de tantas eras e
amantes de tantas terras
conhecem a cronologia da História
de formas que ninguém mais
conhecerájá fui tanta coisa
por tantos lados
que agora, já um tanto longe
posso lhe contar daquela vida
ainda outonal;
ainda em laranjas dourados:encontrei-me durante um tempo
junto a um fantasma
um espírito típico e prateado;
memória que se afasta
e é incapaz de ire por esse tempo
preferi escutar as canções de ninar
que ele cantava à noite;
de madrugada;
de dentro das paredes;
por entre os canos d'águado que as que pingavam
da língua viva do meu pai
ou flutuavam, incorpóreas
de célebres vozes,
também um tanto fantasmagóricaspreferi acordar a noite
imersa no brilho lunar
dessa lembrança desmantelada
de uma constelação apagada
o corpo fincado em uma tradicional
narrativa de terror,
de segredos e sussurros
terror! terror,
nunca senti tal coisaporque me acalmava saber que
o lugar para onde vou
ao derreter para dentro de cobertores
me torna tão bonita
tão prateada
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chá e renda
Poetrye o farei suavemente, ou não farei por nada. viver nesse mundo, caprichosa como sou, experienciar esse longo caminho com a calma de mãos maternas, é nadar em sonhos líquidos. e não há paz mais verdadeira do que a que pinga do coração de morfeu. 🍵🕊...