I.
Caminho — não corro — vestida em branco. Que cor mais pacífica e intensa... água parada e em sua calma tão agitada. Esse leito tão verde e escuro, é aqui que morro. Ou pelo menos aqui que encontro a morte, trazendo o sol, vestindo a flora. Ela chega com trigo no véu, montando um garanhão branco. A lua ri.
II.
Te amo. És o corpo da manhã. Vestes púrpura e negro. Me ama com o amor de cadáveres — meu, sempre meu, sempre argila sob minhas mãos, sempre a terra sobre lágrimas. Te amo. Deito lama em teu peito. É meu. Com quem falo? Não sei. Porque me suspiras? Em que parte do lago vives que não lhe desvendo? Ele mora em minha casa mas não o vejo. Vive em meu ombro. Na minha cama. Abre as janelas de madrugada. Suspira junto a brisa. Finjo que não escuto e permaneço sob os cobertores.
III.
Te amo. Vestes azul e branco. Parece estranhamente comigo. Tens cabelos longos. A luz passa por entre seus cílios albinos como água ensolarada. A aurora é pálida quando sigo para o caminho direito. Como romãs para o café da manhã.
IV.
Te temo. Às vezes temo minhas próprias costas. Me assombra como o fantasma de alguém que matei — eterno. Julgando. Feito um pacto de uma vida passada. Me assombra a totalidade e eternidade. Isso é uma floresta.
V.
Te amo. Vestes branco. Carregas infinitos por baixo das unhas. Mora fora do lago. Dentro do lago. És outro e igual. Meu amor. Minha morte. Te amo. Despe-se de meu corpo. Se torna vapor. Corpo d'água. Corpo dos corpos. Te amo. Te amo. Te amo. Te amo.
CITEȘTI
chá e renda
Poeziee o farei suavemente, ou não farei por nada. viver nesse mundo, caprichosa como sou, experienciar esse longo caminho com a calma de mãos maternas, é nadar em sonhos líquidos. e não há paz mais verdadeira do que a que pinga do coração de morfeu. 🍵🕊...