Marcando território

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As horas pareciam passar de forma mais lenta possível. Einstein deveria estar certo quando disse que o tempo era relativo. Stiles mirava fixamente o relógio sobre o quadro de giz de sua classe de matemática. Tinha quase certeza que deveria ter uma conspiração mundial em que consistia em fazer a passagem de segundos um martírio. Não que desejava ver o Derek! Não era por isso que desejava que as aulas terminassem! Todo e qualquer aluno deseja pelo o fim do tempo de estudo para que possam, finalmente, descansar. Stiles era igual a qualquer aluno. Não estava pensando na possibilidade de dar uns amassos em um certo lobisomem no estacionamento do instituto! Não! Ele não era desse tipo de garoto!

A quem estava querendo enganar?

–Merda...–Deixou sua cabeça cair de encontro a sua mesa, assustando Scott que estava sentado ao seu lado.

–Cara...Você está bem?

–Eu sou um grande pervertido! –Resmungou ainda com o rosto colada na carteira.

–Er...–Como sempre Scott foi bastante brilhante em seu conselho.

–Tens algo a relatar a classe, senhor Stiliski? –A voz de sua professora fez com que Stiles levantasse rapidamente a cabeça – Além da parte sobre ser pervertido?

–Eu falei pervertido? Quis dizer prevenido! Que sou um GRANDE prevenido! Afinal, tenho que ser prevenido para estudar para a sua maravilhosa matéria. –Disse rapidamente, tentando conter o rubor de se alastrar por seu rosto e também tentando ignorar as risadinhas de seus colegas de classe.

–Aham...Sei. –Senhora Stones deixou que seu óculos de armação cor de rosa descesse por sobre seu nariz pontiagudo. Stiles, a primeira vez que a viu, pensou que se tratava de uma bruxa, afinal, detinha todos os estereótipos: verrugas, ser velha, tem um gato preto (Sabia disso depois de ter visto o papel de parede de seu celular, um grande gato gordo com olhos amarelados) só faltava um chapéu pontiagudo. Ainda mais, todos sabiam que Stones desejava transformar a maioria de seus alunos em sapos, principalmente Stiles. Para sua surpresa, todavia, descobriu que se tratava de uma professora humana normal. Pelo visto, não se devia deixar levar por esses mitos e lendas da mídia – Tens sorte que a aula está acabando, pois senão o faria mostrar o quão prevenido está resolvendo algumas equações de segundo grau no quadro... Mas hoje irei deixar passar.

Stiles soltou um suspiro de alivio ao ver Professora–bruxa–malévola–Stones se afastando e depois encarou seu melhor amigo.

–Por que não me avisou que ela estava ao meu lado, bro?

–Como podia avisar se ela estava já, exatamente, ao seu lado, quando decidiu dar uma cabeçada na mesa e dizer que era pervertido em alto em bom tom? Às vezes eu não posso prever seus atos...Você é muito imprevisível!

–Ora, já devia estar acostumado. Te conheço desde que usávamos fraldas! Compartilhamos a mesma papinha de maçã!

Scott rolou os olhos, mas tinha um sorriso estampado no rosto.

–Me lembro que você jogou essa papinha na minha cara!

–Eu estava fazendo um favor, melhorou muito o seu looking. –Piscou provocador.

Scott fez biquinho, isso foi nostálgico, afinal foi a mesma expressão que o Scott criança fez quando tinha metade de sua papinha preferida no meio de sua testa.

–Não faz essa cara. Mesmo tendo um queixo meio torto, sei que a Alisson te adora.

–E–ele não é torto... –Falou isso levando a mão ao queixo, como tentando ocultá-lo –E... Você acha mesmo que a Alisson...

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