O Largatizomem

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O fundo do mar era difícil de descrever para um terrestre. Descrever no sentindo dos sentimentos atrelados a sensação de conforto e proteção que as águas pareciam conferir a todo e qualquer seriano. O mar era mais do que um espaço a qual raça de sereias e tritões viviam, era uma verdadeira entidade a ser admirada e idolatrada. Ethan sentia essas sensações nostálgicas quando beijava Marcus...Era como tivesse retornado a Austrália, surfando nas águas salgadas do seu lar. Era como estivesse submerso nas águas cálidas, observando o movimento das ondas, a dança dos peixes sob si e a coloração viva dos corais.

"Eu devia ter deixado ele me beijar antes! Nada maneiro da minha parte ter fugido..." Analisou Ethan Mistfish enquanto mordiscava os lábios de Marcus, atiçando que o rapaz o beijasse ainda mais. O que, de fato, não precisa de muito estímulo de sua parte... Podia ver que as pupilas do Tritão da tribo dos Tubarões estavam dilatadas, indicando o quão "absorto" estava na tarefa de provar a boca de seu parceiro.

Tudo estava maravilhosamente bem...Até que...

O som de coisas caindo pareciam ecoar em um edifício praticamente vazio.

– Você ouviu isso? – Inqueriu Marcus ainda relutante em interromper o beijo.

– O-ouvi o que? Eu não ouvi nada! – Respondeu Ethan puxando o rapaz para mais perto, Mistfish estava sentando-se sobre a mesa da recepção (quando ocupou aquele novo espaço? Bem, não se lembrava, devia ter subido ali entre um beijo e outro).

– Hum... – Marcus iria falar algo mais foi silenciado por um beijo afoito do mais novo, o incomodo referente ao som logo foi esquecido até...

Mais um novo barulho e agora um grito abafado foi ouvido.

– Agora sim! Você deve ter ouvido isso? – O seriano-tubarão se afastou, olhou para trás, na direção do som.

– Você deve estar com água nos ouvidos, bro... Eu não ouvi nadica de nada.

Marcus franziu o cenho e voltou a encarar Ethan, esse, por sua vez, parecia achar muito interessante analisar os papeis que estava jogando em cima da escrivaninha do que enfrentar o olhar desconfiado do tubarão.

– Ethan...

– Por netuno...Eu conheço esse seu tom.

– Que tom?

– O tom de ...Ethan você está encrencado! Só você usa esse tom comigo, nem meus pais usam esse tom comigo! –Resmungou o seriano, sem ainda encarar o outro.

– E você está encrencado, Ethan? – Inqueriu Marcus sussurrando no ouvido do mais novo, que, a seu turno, sentiu um gostoso calafrio percorrer a sua espinha.

– Lógico q-que não...Bro... Para de encucar a sua cabeça com isso!

– Então, por que você não olha para mim?

– Eu já sei como você é, ainda não esqueci! Por que tenho que ficar olhando?

Ethan...

O loirinho mordeu o lábio inferir e não se mexeu. Marcus deu um meio sorriso, como sentia saudade do seu pequeno alevino mesmo nesses momentos de pura teimosia.

– Sabe que estou treinando para ser um policial, isso inclui investigar e deduzir fatos. Você não precisa me dizer nada para que eu conclua que está escondendo algo de mim, algo relacionado com o barulho... Ou seja, você não deve ter vindo sozinho para o departamento...O que faz com que eu fique triste, pois isso indica que sua visita foi puramente mal-intencionada...Querendo me distrair...Me enganar. – Marcus colocou a mão sobre o rosto, fingindo que estava prestes a chorar. Em sua mente fez contagem regressiva...

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