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Filho, que bom te receber aqui. — me acolhe com um sorriso grande. — Como foi a viagem?

— Achei que não iria me receber pelo fato de eu tentar tirar o que o Senhor colocou no mundo. Me desculpa, Pai. — digo, arrependido.

— Eu sempre vou te amar, mas não gostei nada da sua tentativa. Sente-se.

Eu não sabia exatamente onde estava, mas ao meu redor notei muitas árvores e um clarão. O Homem materializado em minha frente, não deixava seu rosto a amostra. Eu só... Conseguia ver um pouco do seu sorriso.

— Obrigado. Então... Esse é o céu? — pergunto, após sentar-se.

— O que acha?

— Não sei. Aqui é o céu. Acredito que toda a humanidade pensa num jardim infinito.

— Aqui não é Céu. Estamos dentro do seu coração.

— Coração? Meu coração tem grama verde? Sei lá. Imaginei que meu coração fosse as trevas; um lugar cheio de rancor e ódio. — disse, crispando os olhos.

— Depois que ouviu a minha voz, você destruiu as coisas ruins que existe dentro de você. Fico feliz por isso. Suas árvores precisam dar frutos. Veja. — aponta para algo além de nós, onde haviam várias árvores secas. — Você vai aprender. Não se preocupe. — assegurou.

— Quando voltarei?

— Quando estiveres pronto. Precisa tomar algumas decisões antes de partir, afinal sua noiva lhe espera.

— Eu sinto que a minha volta trará alguns desconfortos. O Senhor também sente?

— Sim, mas garanto que as minhas mãos não estão sobre esse desconforto. É uma escolha do homem.

Eu não estava entendendo nada, porém não não gostei da ideia

— Lembrando que você pode vencer esse momento difícil clamando meu nome. Sempre estarei com você, filho.

— Eu... Me chamas de filho de uma forma que não consigo me contentar. Queria tanto que meu pai biológico me chamasse na mesma intensidade que chamas. — confessei, triste.

— É uma pena que muitos não consigam demonstrar o que sente. Mas tenho certeza que de hoje em diante vai ouvir o mesmo te chamar de uma forma diferente. Daí vai lembrar de Mim. Tem tempo livre para tirar dúvidas, Joabe. Responderei as que são necessárias, pois não posso revelar os meus mistérios facilmente.

  Eu tinha tantas coisas para perguntar, mas parece que tudo havia sumido. Até que...

— Eu... — olhei para minhas pernas. — Eu sinto elas. — o olhei surpreso.

— Sim! Percebeu agora?

— É... Parece até que já estou acostumado. Isso é incrível! — levantei e comecei a caminhar. Eu ri da minha empolgação e ele também. — Quando eu voltar... — continuei, temeroso.

— Depende das suas escolhas, mas tenho certeza que vai se sair bem. Lembrando que Eu prometi que lhe ensinaria seus primeiros passos como quando nasceu.

Relaxei os ombros ao ouvir isso.

— Por que não me chamou antes? Quando criança.

— Desde o ventre de sua mãe lhe consagrei, Joabe. Usei meus servos para dizer a ela que a tua vida é uma promessa, pois você daria um orgulho tremendo a mesma. Mas... Sempre ignorou meus sinais. Tinha tudo para ter um relacionamento comigo. Se lembra quando aqueles homens cercaram você em um beco? — pergunta e eu concordo, relembrando daquele momento em que quase caguei nas calças. — Teve um que protestou: "Não, esse aí não nos serve." Então, Eu que disse isso a ele.

O INCAPAZ - História de Joabe e NatalieWhere stories live. Discover now