O INCAPAZ - História de Joabe e Natalie

12.2 ♿

5 MESES DEPOIS

— O noivo pode beijar a noiva. — o pastor declara. Joabe pôs uma de suas mãos em minha cintura e outra no rosto, beijando-me.

— Viva os noivos! — ouço alguém gritar e a Igreja aplaudir.

  Hoje, literalmente, é um dos melhores dias de nossas vidas. Compartilhando nosso amor com todos os amigos familiares e colegas. Onde pudemos ensinar um pouco sobre o relacionamento cristão. Descobrir o quanto é difícil, porém não impossível conviver a dois e debaixo da vontade do Criador.

Verdadeiramente Deus transforma o homem. Pude observar a natureza de Joabe quando perdeu o movimento das pernas. Porém eu sabia que ali iria se concretizar o plano de Deus em sua vida. Foi muito doloroso. Pensei em desistir. Mas quando Deus une, nem a nossa própria vontade é capaz de separar. Podemos correr para o lugar que diante de nossos olhos é impossível alguém nos encontrar, porém de uma coisa é certa: Ele está nos vendo.
 
  Encontrei a pedra que estava entre os cascalhos. Ela foi teimosa em não querer sair de lá, mas graças a Deus, consegui! Hoje essa pedra foi lavada e descobriu que ser limpa pelo Espírito Santo é um privilégio.

Joabe

  Quem diria. Eu não gosto de falar sobre o homem que eu era, porque já não sinto mais prazer naquela vida. Porém é bom lembrar de onde Deus me tirou. Só que quero falar da atualidade. Fui transformado. E esse privilégio ninguém pode tirar de mim ao menos que eu queira.

Quando perdi a capacidade de me locomover, virei um homem mais morto do que já era. Deve ser por isso que toda aquela atração que as mulheres sentiam, foi ficando escassa, pois quem vai querer se apaixonar por um cara incapaz?

É impossível achar o valor de perder o movimento das pernas, mas quando somos ressuscitados com Cristo, a gente descobre que nossas dificuldades servem para um propósito maior. E foi através dessa incapacidade que minha família voltou a ser unida. Voltei a ter uma boa comunhão com meu pai e me aproximar mais da minha mãe. Finalmente ele reconheceu que tradição de família pode se tornar em catástrofes. As vezes. Depende da tradição.

Resumindo, diante de tanta coisa, percebi que sou incapaz. Incapaz de viver sem Cristo, incapaz de depender só de mim, incapaz de viver nesse mundo sem renunciar minhas vontades incapaz de não estar do lado da mulher da minha vida.

— Agora o ciclo está completo. — ela disse.

— Falta o fruto do nosso amor, mas considero o complemento válido. — brinquei. — Sabe que agora você está proibida de fugir de mim.

— Eu entrei nessa emboscada e não pretendo cair fora. — disse me fazendo rir.

— Agora a senhorita está completamente enlaçada e prometo te fazer a mulher mais feliz. Ainda que eu seja um pouco possessivo em relação ao que é meu...

— Maaas agora que sou literalmente sua, não precisa continuar com esse espírito de posse. J, eu prometi desde o começo que não iria a lugar algum sem você. 

— Acho bom.

¹Foi um sentimento que se misturou
Me apaixonei, você se apaixonou também
Um filme de amor
Não tem dublê, então pra que interpretar
A gente corre o risco de se machucar
As cenas são reais, não podemos  falhar
E no roteiro não está a parte do final
Mas isso é algo que a  eternidade nunca revelou
Vamos fazer desse filme uma realidade
Com nosso amor à prova de fogo
Vamos fazer da história uma poesia
Escrita à mão com tinta de ouro
O Senhor vai derramar as suas bênçãos em nós
E não há tempo que faça esse amor apagar
O alicerce do amor a nossa história firmou
E na eternidade ela escrita está

Maressa finaliza a canção e outra música se inicia fazendo os casais dançarem.

— Onde será nossa lua de mel?

— Surpresa. Não é Paris, mas é um dublê.

Ela gargalhou, levando a cabeça para trás.
— Você é inacreditável.

— Sou muito mais do que a senhorita imagina.

1 ANO DEPOIS...

— Temos um assunto sério para se tratar. — Natalie me olha apreensiva. Logo fiquei preocupado.

— Temos? — crispei os olhos. — O que foi, amor? Você não está satisfeita? Eu fiz alguma coisa de errado...

— Joabe, para! — disse brava. — Vem, vou te mostrar.

Eu tinha acabado de chegar cansado do trabalho. Não estava com cabeça para mais notícias ruins. Ela abriu a porta do quartinho vazio e me surpreendi ao ver os balões pendurados no teto e a frase que fez meu coração esquecer como se bate.

“Parabéns, papai.”

Natalie começa a rir e eu me mantive no mesmo lugar com uma expressão confusa.

— Nem vou perguntar se é sério. — foi a única coisa que consegui dizer.

— Mas é claro que é, meu amor. Estou de três meses e é gêmeos.

— Oh! — arregalei os olhos. — Mas...

— Amor, você está feliz? — pergunta, triste.

— Lógico! — minha voz saiu mais alta do que esperei. — Naty, ponha a mão aqui. — seguro a mão dela e levo até meu peito. Ela sorriu.

— Eu amo vocês três. — confessa me abraçando.

— E eu sou incapaz de ser totalmente feliz se eu não tiver Cristo e vocês três.

FIM!