O INCAPAZ - História de Joabe e Natalie

10.3 ♿

  De fato, tínhamos muito o que conversar ainda. Todavia estou evitando diversos questionamentos que surgem em minha mente, porque se eu der ouvidos a eles, juro que desisto dessa loucura mais gostosa da minha vida. 

— Chegamos. — ele aperta um pouco minha mão.

Olhei para fora da janela e avistei a fachada com as letras bem grandes escrito "Cartório". 
Descemos do carro e ao adentrar, avistei meus pais e a família de J a minha espera. Todos com sorriso enorme no rosto. Eu não poderia chorar mais do que já chorei.

— Vamos, amor? — coloca sua mão em minhas costas.

  Concordei e nos aproximamos. Recebi abraços carinhosos e muitos parabéns pela escolha. Eu estava completamente feliz, porém um pouco assustada.

— Vocês são os próximos. — Elizeu avisa e caminha junto com J até o "altar".

  Não tinha os muito tempo para poder argumentar, pois havia mais casais ali que precisavam celebrar aquele momento, então assinamos os papéis, tiramos algumas fotos até a tal "festa" for anunciada animadamente por Jônatas.

As famílias se dividem em carros diferentes, chegando em frente a casa do meu cunhado. De fato, lá tinha um espaço maior e com certeza cabiam todos que estavam presentes.

— Feliz? — pergunta, aproveitamento o único momento a sós depois de tanto sermos paparicados.

— Muito. — sorrio. — Confusa, porém feliz. — enlaçei minhas mãos em seu pescoço.

— Confusa? — fez uma careta, colocando suas mãos em minha cintura. — Por que a minha princesa está confusa?

— Não sei. Temos muitas coisas para conversar. — dei os ombros.

— Temos, mas não acha que podemos abrir um espaço para curtir tudo isso? Nunca fui tão mimado em toda minha vida. — disse e eu dei risada.

— Sabe que não é nada legal ficar te mimando.

— Por que?

— Porque você é um bobão e acaba se tornando uma deixa para que seja impulsivo em suas atitudes. — expliquei.

— Estou tentando mudar... Por nós. — continuou antes que eu interferisse. Joabe sabia que eu odiava quando dizia que ia mudar por mim. Sempre expliquei a ele que no relacionamento não podemos viver por dois, amar por dois, tomar uma atitude pelos dois. Ele, definitivamente não poderia levar aquele cargo sozinho. — Finalmente estamos casados. Vamos poder morar juntinhos. — beija a ponta do meu nariz.

Eu queria mesmo saber quando ele iria me contar que não desistiu de tudo por mim. É claro que é egoísmo da minha parte, mas...

— Podemos aproveitar mais alguns minutos da festa e dormir na nossa casa. Que tal? — sugere

— Por mim tudo bem.

— Ei, casados! — Monique se aproxima. — Organizei os presentes de vocês dentro do carro de Joabe e quando acharem o copo descartável, saiba que fui eu mesma quem os presenteou. Tudo isso, porque Jay não gosta de lavar a louça. — confessou, me fazendo gargalhar.

— Acertou em cheio no presente. Ele fica extremamente chateado em lavar a louça. — disse.

— Bem pensado, Mony. — fez careta. — Mas o seu salário do mês não deu para comprar um presente melhor?

Monique rola os olhos.
— Me arrependo do dia em que te dei intimidade.

— Cadê seu namorado? Ah, está bem ali, fingindo estar conversando com Arnaldo enquanto te olha atentamente.