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Joabe

  Fui muito bem recebido pelo meu amigo. Ele estava contente com minha decisão de terminar o ensino superior.

— Bom, fique a vontade.

— Onde está sua namorada? — franzi o cenho.

— Não estou namorando com ninguém. — rolou os olhos. — Eu disse que aquela mina é apenas uma... Ficante. Estamos nos conhecendo. Não crie futuro paras as coisas, brother. Não é só porque Natalie te prendeu que vai acontecer comigo. — disse e riu.

— Acho que já passou da hora de você encontrar alguém e parar de se divertir com elas. Tudo bem que teve um trauma terrível. Acompanhei isso e tenho raiva daquela garota até hoje, mas isso não justifica. — segui para a pia e lavei meu copo. — Conheço você e sei que já tem tempo demais conhecendo essa garota. Afinal, o que falta? — deixei o copo na secadora e me virei para encará-lo.

Caio parecia pensar em alguma resposta contraditória, todavia eu sabia que não existia essa.

— Amigo, você está encrencado. — zombei e o mesmo me mostrou o dedo do meio. — Vamos conversar. — sentei no banquinho do balcão, de frente para o mesmo. — Comentou comigo sobre uma tal de Vanessa e uma tal de Pâmela. Qual das duas está quebrando seu psicológico?

— Nenhuma. — murmurou, irritado.

— Ah, qual é?! Não complica as coisas  com seu irmão, aqui. — gesticulo. — Quando aquela diabinha estava acabando comigo, o primeiro a fazer chacota foi você! Isso, porque se tornou o melhor amigo dela. Ela te contava tudo! Até a hora que ia pro banho, quanto a mim... Trocava algumas palavrinhas sobre a matéria da faculdade e depois me ignorava, me respondia depois de horas!

Ele riu alto.

— Ela estava gostando de você, por isso que lhe ignorava. — bufou.

— O foco aqui é você. Será que deixei de ser seu melhor amigo? Obrigado pela parte que me toca. — fingi estar magoado.

— Desde quando se tornou tão sensível? Depois que começou a namorar, certo? Não quero essa maldição na minha vida. As mulheres são controladoras, dominadoras, elas... Elas sugam as nossas forças! Elas têm o poder de tirar a nossa resistência...

— Concordo. Natalie não precisou fazer esforço. Ela é uma diabinha mesmo.

Ele balança a cabeça, negativamente.
— Até eu me casaria com Natalie. Ela é diferente.

Sabia que queria testar a minha paciência.

— Está de brincadeira e eu sei bem disso. Me diz uma coisa. Vocês são melhores amigos, ela anda conversando muito contigo? — perguntei, curioso.

— Assim como você me conta as coisas e eu guardo, não é diferente com a mesma. — afirmou se afastando, indo em direção a geladeira.

Desgraçado.

— Ui. — levei as mãos até o peito. — Doeu. Sei que Vanessa está lhe deixando assim: totalmente estressadinho.

— Desde quando a conheci. Ela me tira do sério, me deixa totalmente nervoso!

Parece perceber que falou demais e logo se arrepende. Não aguentei e acabei gargalhando.

— Vou dormir, antes que me matem. Boa noite, Canessa. — zombei enquanto me retirava da cozinha gargalhando e ouvindo os xingamentos de Caio.

  Tomei um banho gelado e me confortei na cama. Me sentia tão bem por poder fazer as coisas sem precisar de alguém para me carregar ou pegar para mim.
É certo que meu andar ainda era desengonçado, mas nada que faça as pessoas rirem.  Talvez seja impressão minha.

O INCAPAZ - História de Joabe e NatalieWhere stories live. Discover now