4• Luke could do this

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Porque eu sou apenas uma rachadura
Neste castelo de vidro
Não há quase nada para você ver
Para você ver

Me traga para casa em um sonho ofuscante
Através dos segredos que eu já vi
Lave a tristeza pra fora da minha pele
E me mostre como é estar inteiro novamente”

(Linkin park - Castle of Glass)

•••♣•••

O cheiro forte preenchia os pulmões tão rápido quanto possível. Luke caminhava pela rua enquanto procurava pistas nas ruas vizinhas a da cena do crime. Naquele momento, estavam nos fundos do museu. Latas e mais sacolas de lixo enfeitavam de maneira grosseira o ambiente.

Michael estava em seu encalço, olhando algumas de suas anotações e logo antes de Luke seguir em frente, o puxou pelo braço.

— Mas o que...

Antes mesmo de o policial começar seu discurso, Clifford o guia até um pouco atrás, uma caçamba enorme de lixo. A lata não passava de um retângulo grande de latão gasto, sujo e fedorento; era velha e fedia demais para um lugar onde no máximo devia estar cheio de papelão, uma vez que era o lixo de um museu e não de um restaurante. O beco em si era um amontoado de caixas e do mais variado tipo de recicláveis, desde a pratos e copos até garrafas d'água vazias ou cheias pela metade.

Assim que a tampa da caçamba foi aberta, Luke teve a impressão de que havia algo morto ali dentro, pois o fedor que vinha dali era insuportável. O cheiro desagradável preencheu todo o espaço e o policial sentia o estômago embrulhar. Ele sabia que era comum a análise de lixo em cenas de crimes, ele mesmo o havia feito dias atrás e graças a isso, acharam a mensagem que o imitador deixou para a polícia, mas a questão era que nem sempre você está disposto a entrar em uma lata fedida com o que quer que tenha ali dentro daquele lixo.

— Se o corpo não tivesse sido largado lá na frente, poderia muito bem deduzir que estaria aqui. — Michael comenta tampando o nariz com a mão. — Parece que tem algo se decompondo aqui. — Ele arregaça as mangas da jaqueta que usava e se aproxima da lata fedida. — Não duvido nada que alguém desovou um corpo aqui, ou que o assassino possa ter dado uma passadinha aqui depois que despejou a vítima lá na frente do museu.

Hemmings olhava para o espaço e para as informações que tinha anotada a respeito do bairro. As chances do assassino ter passado por ali naquele beco eram remotas, muito mesmo. O muro que separava o beco da rua atrás era baixo, verdade, mas ainda sim, seria complicado demais para ele passar por ali sem ser visto.

— Esse é um beco sem saída, a única forma de fuga seria pulando o muro e seguindo na rua atrás em frente ao restaurante chinês que faz entregas vinte quatro horas. Alguém acabaria o vendo. — Luke mantinha os olhos em suas anotações. — De acordo com a testemunha que chamou a polícia, um cara que trabalha no café ao lado do restaurante da rua detrás, alguém alto de ombros largos e cabelo escuro com um Impala deixou o corpo nas escadarias do museu antes do amanhecer e foi embora.

Michael olhava para o beco e para as outras latas de lixo que ali tinham assim como também olhava a visão que tinha da rua de onde estava. De acordo com as fotos, o corpo foi jogado mas não como se alguém tivesse pressa, foi proposital a posição que ele se encontrava. Se alguém tivesse visto o assassino, ele nem mesmo teria largado a vítima ali. Não faria parte do modo de agir dele.

— O que a testemunha disse não faz sentido. — Clifford falou enquanto apoiou um pé em uma das latas de latão fechadas e subiu no muro que separava o beco da outra rua e se sentou lá com as pernas uma de cada lado balançando.

Monster • MukeWhere stories live. Discover now