7• I'm sure you wouldn't take me to jail for that

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"A raiva é uma coisa quieta
Você pensa que a dominou
Mas ela está lá só aguardando
Oh, raiva
Ela corre nas nossas veias?
Eu a sinto em meu rosto quando
Quando menos espero

Entregue-se
Controle
Existem tantas maneiras de se entregar
De olhos fechados
Uma outra forma de chegar até dez
Ah, como traçar a linha entre a ira e a misericórdia?
Tenho que deixar ferver, ferver, ferver, ferver e acalmar"
(Simmer - Hayley Williams)

•••♣•••

Luke sabia que em algum momento as coisas se tornariam desastrosas, sempre soube. Só não sabia como seriam tanto assim.

Sua feição pálida deu a Michael a confirmação de que algo estava errado e que Luke sabia bem o que acontecia ali. Ou ao menos ele tinha um palpite. O homem de olhos azuis empurrou levemente Michael e logo entrou no sistema da polícia. Algum registro há de existir ainda.

Enquanto ele procurava por entre as palavras-chave, Michael olhava para o quadro branco. Havia uma fotografia da mensagem recente do imitador e Clifford a ficou encarando por um tempo. Analisando a letra e até mesmo o que estava escrito.

- A pessoa está não só lhe mandando uma mensagem, Hemmings, mas também está debatendo a respeito da sua visão. - Os olhos verdes se viram para o homem sentado à mesa. - É quase uma afirmação de que você é um policial corrupto.

Luke parou tudo o que fazia e ficou olhando para Michael. A expressão do policial estava lentamente se tornando raivosa. Era quase como ver na televisão a mudança das estações do ano nos documentários. O temperamento de Luke mudou de estático para tempestuoso em segundos.

- Mas... O quê? Mas que porra? - Ele saiu de seu lugar e foi até o quadro analisando novamente as palavras ali. - Filho da puta! Eu... - Ele começou a andar pela sala analisando novamente tudo o que havia analisado no dia anterior. Ele tinha de ter certeza que sua sala era segura.

- Luke, o que está fazendo?

O homem ignorou o rapaz e continuou a mudar as coisas de lugar e procurar qualquer que fosse algo suspeito. A máquina de café foi parar em cima de um dos armários a direita, a sua mochila foi parar no chão e tudo o que Clifford pôde fazer foi assitir toda a cena sem entender nada.

- Ele entrou aqui, eu sei que entrou. Não tem como deixar algo na porta sem ao menos dar uma olhada na sala. Eu sei que ele entrou.

- Então você realmente é um policial corrupto?

Aquela frase causou uma sensação de raiva pura dentro de Luke. O que aquele idiota acha que está falando? Quem ele pensa que é para falar qualquer coisa a seu respeito? Era até criminoso dizer algo como aquilo.

- Você tem o quê na cabeça, Clifford? Você tem merda no lugar de neurônios? - Sua voz ficou algumas oitava mais alta. Ele estava irado. - De onde saiu essa sua ideia idiota e desnecessária?

O homem parecia nem um pouco assutado ou comovido por toda aquela cena. Michael Clifford parecia uma pedra de gelo no momento.

- Quando eu disse o que o imitador poderia estar dando a dizer, alguém normal que não tem culpa de nada apenas diria que não era possível ou buscaria saber o motivo de algo tão idiota ser falado. - Sua voz era tão calma que aceleravam mais a pulsação sanguínea de Luke. A ansiedade no seu corpo pedia e exigia que Clifford falasse mais rápido. - Mas você simplesmente teve um ataque e começou a revirar toda a sua sala. E pelo o que eu sei, isso não é uma atitude adulta e muito menos de alguém que não tem culpa.

Monster • MukeOnde histórias criam vida. Descubra agora