11• They are waiting for your sentence

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Eu não gosto da minha mente neste momento
Empilhando problemas que são tão desnecessários.
Eu quero deixar pra lá, mas há conforto no pânico
E eu enlouqueço
Achando que tudo é sobre mim
E eu enlouqueço
Porque não posso escapar da gravidade.
{...}

Não é como se eu escolhesse
Deixar minha mente ficar nessa porra de bagunça.”

(Heavy - Linkin Park feat. Kiiara)

•••♣•••

Luke sempre acreditou que quando você fazia de tudo para conseguir o que queria, você mereceria aquilo. Era um pensamento bem meritocrata — do qual baseia-se em fazer por merecer tal coisa, ou você adquirir por fazer o necessário ou até mais para o ter —, talvez algum capitalista se sentisse orgulhoso disso, mas no momento em que você percebe até onde pode chegar para “merecer”, talvez isso seja um problema.

Ele tinha consciência de muitas de suas atitudes recentes e antigas e sabia muito bem que algumas coisas estavam mais do que erradas. Momentos como esse, o qual está sozinho no seu carro a caminho da cena do crime, são oportunidades do qual ele acaba pensando em muitas coisas das quais ele particularmente desejava não pensar. Os olhos focados na estrada a sua frente, nos carros que estavam parados e no sinal fechado ou aberto, mas a mente totalmente longe. Movimentação mecânica onde o levava ao destino, mas que era quase inconsciente.

Muitas vezes, o pior de todos os momentos é quando você acaba ficando sozinho com a sua mente, e esse é um desses momentos. Depois de levar Arthur Reed para delegacia, seu rumo foi para o campus verificar a vítima do imitador. Imaginar que meia hora atrás ele quase havia morrido queimado em um prédio precário e velho onde a única pessoa que estava ali era Michael Clifford, e mesmo  ele tentando não mostrar, aparenta estar distante, era algo que ele nunca pensou em acontecer. Pelo menos não depois de tudo que aconteceu até sua carreira profissional alavancar.

Sua mente voltou ao momento em que tudo naquele lugar explodiu e por um instante, ele havia acreditado que provavelmente teria se ferido ou até mesmo que o pior aconteceria. Na hora, ele não pensou em si mesmo, na verdade nem raciocinou, apenas agiu. Como policial, ele sabia que a prioridade definitivamente não era a si mesmo em uma situação como aquela, mas lembrar daquilo o fez pensar no que andou fazendo ultimamente. Na visita a sua mãe, sua conversa com seus irmãos, com o caso que estava em suas mãos, seu noivo, seu cargo por um fio. Tudo aquilo parecia tão, mais tão volátil e tão pequeno ao mesmo tempo. Tudo o que ele havia se matado para conseguir profissionalmente poderia em questão de segundos acabar e no fundo não teria valido a pena.

Porém não era algo do qual poderia voltar atrás.  Algumas coisas não podem ser refeitas e talvez, fosse para ser.

Seus pensamentos foram interrompidos no momento em que chegou à cena do crime. Havia um movimento considerável de pessoas ali. Alguns alunos curiosos, pessoas que passavam e até mesmo jornalistas. Luke odiava isso, mas sabe que é algo frequente em seu trabalho. Trabalhar com pessoas observando, tentando sempre saber o que não é da conta delas.

Ele sabia o que tinha de fazer e o que era necessário, sabia que seu cargo estava por um fio e a forma como lida com tudo o está afetando. Ele precisa tomar o controle, por isso, vai fazer o que é preciso.

Ao ultrapassar a faixa que delimitava a cena, a primeira pessoa quem encontrou foi Zayn. Ele sorriu pequeno e já foi cuidando de passar o relatório do que haviam descoberto.

Monster • MukeWhere stories live. Discover now