29• A new feeling

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"Eu quero ser imortal
Como uma deusa no céu
Eu quero ser uma flor de seda
Como se eu nunca fosse morrer
Eu quero viver para sempre
Para sempre em seu coração
E nós vamos ficar juntos
A partir do final para o começo

[...]

Eu quero significar algo a alguém
E sentir um significado para o mundo real
Não é o suficiente viver dependendo da sorte

[...]

Todo mundo morre, morre
Correndo atrás do tempo, tempo
Então, me mantenha viva"

(Immortal — MARINA)

•••♣•••

Michael sempre acreditou em escolhas. Sempre acreditou no poder que elas tinham e o efeito colateral delas. Quando se lida com problemas cedo demais, você também aprende precocemente a pesar todas as suas opções, todas as coisas que devia saber somente mais tarde. Naquele momento, ele sabia que conhecia o peso de tudo o que havia escolhido e sabia que precisava pesar o que seria certo fazer agora.

Olhando para o resultado da sua loja — lugar onde seu pai passou tempos cuidando para que ele e o irmão tivessem como se sustentar— ele sabia que aquilo era maior do que somente um aviso. Aquilo era um recado totalmente explícito do poder que o imitador acreditava ter em tudo o que relacionava a Luke. Incluindo Michael.

O problema de toda a premissa, é que Michael nunca foi de Luke e Luke nunca foi dele. O que tinham não havia um contexto de posse, Luke confiava nele e Michael retribuía a confiança. O que se desenvolvia com o resultado, era algo que Michael mesmo negando, sabia que aconteceria em algum momento. Luke poderia não ter notado, mas Michael sempre soube que acabaria envolvido mais do que o apropriado. Mas não se arrepende de nenhuma maneira. Com essa atitude, o imitador se provou mais do que territorialista, se mostrou invejoso, ciumento e possessivo. O ataque estava em um passo muito além de assustar Michael Clifford. Era preciso muito sangue frio e muito planejamento para um ataque duplo. Achar uma maneira de desovar um corpo e vandalizar uma loja em extremos diferentes da cidade dentro de oito horas era algo realmente grande. Um ato que já havia sido premeditado, algo que havia sido agendando, talvez até mesmo feito como um plano extra caso o original falhasse.

Ver a loja destruída provava que os planos do imitador em algum momento do processo, haviam falhado. Um assassino em série não quebraria o padrão por qualquer motivo, ele não sairia da zona de conforto se não achasse que precisava fazer algo para que tudo voltasse aos trilhos do planejado. E esse denominador que não batia em todo esse roteiro, era Michael. Ele anunciou em todas as palavras possíveis naquele bilhete que o via como ameaça. Poderia estar escrito de forma pretensiosa e querer mostrar superioridade, mas Michael tinha idade e conhecimento suficiente sobre pessoas para saber disso. Ele provavelmente estava em um jogo de xadrez com um assassino e era uma das poucas peças que ainda cuidavam de impedir que a rainha adversária atacasse Luke, o rei daquele lado do tabuleiro.

Pensar de forma estritamente tática era terrivelmente estranho para alguém como Michael, ele era o cérebro, mas também era a mão de obra. Um peão no tabuleiro, mas também uma rainha, não era fácil para desfazer da ideia das duas coisas, não quando enquanto tinha de manter a mente  focada, também tinha que segurar as pontas da situação com as suas mãos. Por isso era terrivelmente complicado pensar enquanto tem um irmão mais velho histérico, um policial que o encarava a cada quinze segundos e Luke, que estava sentado ao seu lado no banco do piano. Suas mãos estavam entrelaçadas no colo de Luke enquanto Ashton agia como sempre agia uma mãe que sente que estão atacando deus filhos: se torna arisco e totalmente volátil. Michael queria um tempo para  pensar, queria se sentar, beber seu chá e pensar em algo que o ajudasse a manter a calma.

Monster • MukeWhere stories live. Discover now