31• Sunday morning

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  "E eu sempre vivi assim
Mantendo uma distância confortável
E até agora eu tinha jurado a mim mesma
Que eu estava satisfeita com a solidão
Porque nada disso algum dia valeu o risco

Bem, você é a única exceção"

(The only exception — Paramore)

•••♣️•••

Os dias até o domingo haviam passado rápido. Luke havia trabalhado durante a sexta atrás de pistas sobre o caso dos jovens assassinados, e no sábado, ele decidiu que tiraria uma folga e faria algo do qual estava tendo mais apresso em fazer ultimamente: dormir. Michael havia dormido lá na sexta, então quando Luke acordou mais tarde do que se deu crédito no sábado, ele estava jogado no sofá lendo um livro em francês que havia trago. Parecia que ele realmente estava levando a sério a história de aprender o idioma.

bonjour dormeur, as-tu bien dormi?— Perguntou assim que notou Luke na sala, recostado na parede esfregando o olho. — Acredito que você precisava mesmo descansar, já é quase três da tarde. Eu quase achei que você estava em coma. Mas acho que o importante é que você conseguiu repor um sono que provavelmente você não tinha a séculos.

Luke o encarou por um instante, mas assentiu. Ainda estava tonto por conta do tempo grande de sono e ainda estava com o raciocínio lento por ter acabado de acordar. Metade das palavras de Michael não foram processadas por ele.

— Mas se está de tarde, por qual motivo você me deu bom dia?

— O dia tem 24 horas, então acredito que estamos dentro do tempo estimulado para ser dia. — Deu de ombros. Ele parecia tão calmo, Luke gostava de o ver confortavelmente jogado no seu sofá enquanto falava baixinho palavras das quais ele estava testando a pronúncia. — Eu fiz algo pra você comer quando acordasse. Acho maravilhoso que você tenha feito compras porque eu consegui fazer mais coisas do que chá e panquecas.

Luke assentiu ainda lento de raciocínio, a tudo o que Michael falava. Quando se deu conta, já estava deitando no sofá a ponto de dormir de novo. Michael só revirou os olhos enquanto Luke pegava uma coberta que estava em cima do sofá e se cobriu para voltar a dormir. Deitado com o corpo sobrepondo o de Michael.

Michael não ficou durante a noite. Ele disse que precisava arrumar algumas coisas da loja e porque os primeiros instrumentos que ele havia feito o pedido chegariam a noite. E como o irmão dele nunca ficava em casa a noite por conta do trabalho, teria de ser Michael quem receberia a entrega. Luke sentiu que devia ter aproveitado mais de sua companhia, mas provavelmente, fazer Michael falar todos as frases que ele sabia em francês (Luke descobriu que ele realmente aprende muito rápido as coisas, pois ele já estava falando fluentemente), passar o resto da tarde com ele fazendo carinho no seu cabelo enquanto assistiam TV e o tendo cozinhando para que Luke não passasse fome na hora do jantar enquanto ele reclamava de como Luke devia fazer como o vizinho e ter um cão, era uma forma de aproveitar sua companhia.

A noite, quando Luke decidiu dormir. Um pesadelo surgiu.

Ele estava caindo. Caía e não sabia por qual razão ou o que havia desencadeado. Ele via tudo borrado, como se a queda fosse tão rápida que ele não conseguia formar uma imagem clara. Mas ao mesmo tempo, era como se ele tivesse no meio do olho de um furacão, calmo, silencioso. Sua voz não era possível ouvir, mas ele sabia bem que estava gritando a plenos pulmões. O borrão ficava cada vez pior, até que algo pareceu estourar a bolha de silêncio. Algo como se tivessem aberto as portas do inferno e vários gritos acompanhavam o som.

Monster • MukeWhere stories live. Discover now