5• Golden button

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O mistério não é tão difícil
Quando você pode ler entre as barras
A viagem da língua por sua bochecha volúvel
Com as mentiras que você conta e a merda que você fala
Eu acho que você deveria limpar seus dentes
Com verdades culpadas e alvejante
Ajustando a iluminação
Então eu não consigo ver as cicatrizes no seu rosto se escondendo
[...]

Eu só quero uma morte cerebral”

(Braindead! — YUNGBLUD)

•••♣•••

Luke corria.

Passos largos e cansados, a sola do sapato contra o concreto da rua fazia um som alto enquanto seguia até um beco. Ele tinha a impressão de que já havia estado ali antes, mas não se lembra como e nem quando, muito menos ainda qual foi o motivo de ele ter estado ali.

Os passos apressados, a respiração curta e apertada, nem mesmo parecia que era um policial treinado para lidar com quaisquer fosse a situação. Sendo sincero com ele mesmo, há tempos que não se sentia profissional e muito menos sabendo lidar com o que quer que esteja acontecendo.

Os passos vacilavam, denunciando o tempo que foi gasto na corrida, assim como também desaceleravam, mostrando que o beco já havia chegado ao fim. Ao menos era o que mostrava com a parede de todo tamanho a sua frente.

Se ele pudesse ao menos se apoiar em algo e pular o muro...

— Não devia fazer isso.

Por um momento, todos os músculos de seu corpo estremeceram e Luke sentia que tudo estava perdido. Era o seu fim.

A voz era sorridente, quase como se debochasse de sua cara e de toda a situação. Até porque não era ele quem corria como uma presa.

Luke forçava para não olhar para ele, não queria saber quem era, mesmo que tivesse curioso, e talvez fosse o seu maior problema. Saber que não o atingia deixava o homem mais sedento e isso não era bom, não era nada bom. Mas o que o pobre policial poderia fazer, se ele não poderia deixar que o homem visse que ele não só estava afetado como também assustado.

Ele sentia em seu corpo dores em todos os lugares, e ter a sensação de que foi tocado indevidamente lhe causavam ânsias de vômito. O coração pulava em seu peito tão forte quanto os membros de seu corpo travaram. Ele cheirava a desespero e era tudo o que o policial menos queria.

— O que foi, Lukey? Cansou de brincar comigo? — O veneno em sua voz causava uma sensação de pânico no policial que só sabia temer o que viria depois. Era vergonhoso, mas era a verdade.

— Você... Você não vai fazer nada disso comigo de novo. — Sua voz saiu forte pela primeira vez e então foi possível notar o quão fraca e áspera estava. Quem sabe qual foi a última vez que havia provado água.

Um sorriso sádico ecoou por todo o espaço e aquilo fez Luke sentir congelar até os ossos. Porém, de alguma forma, ele conhecia aquela voz. Mas de onde?

— Reconhece esse lugar? — A voz se fez mais alta do que antes. — Lembra do que aconteceu aqui, Luke?

Hemmings franziu o cenho pensativo. O que diabos esse homem estava falando?

Monster • MukeWhere stories live. Discover now