Monster • Muke

17• You should shower

“Todos nós temos pesadelos e nenhum sonho
Nós procuramos por alguém que acredite em nós
E nos mostre o caminho
E faça tudo ficar bem
O mundo pode ser perigoso”

(Shadows — Sabrina Carpenter)

•••♣•••

Luke não demorou muito para chegar ao prédio. Na verdade, ficou chocado com o quão rápido havia chegado.

Não sabia ao certo se o fato de pela segunda vez no dia ir atrás dele significava algo, mas com toda certeza, tinha de ter alguma coisa. O céu já estava escuro quando havia estacionado em frente a loja. Tinha o sentimento de que os céus caíam em sua cabeça e que estava nadando contra uma corrente que o levava para longe da costa. Ele odiava todas essas sensações.

Michael estava acabando de fechar a loja. Seu cabelo bagunçado por causa do vento frio que passava na rua, a mesma jaqueta que usou mais cedo. Olhos gatunos e espertos observavam sua chegada com a mesma sensação de que um furacão estava para passar na sua frente. E talvez Luke fosse um furacão. Talvez Luke estivesse tão focado no que vira naquele prédio que nem mesmo notou. Eram dúvidas demais das quais ele não queria lidar.

— Por que sempre tenho a sensação de que toda vez que você vem me ver está cada vez pior? — Foi o que Michael disse recostado contra a porta da loja.

— Talvez seja só coisa da sua cabeça. — Deu de ombros. — Enfim, precisamos conversar.

— Quando é que não temos, não é mesmo? — Se afastou da porta e deu espaço para que Luke passasse. — Você primeiro.

E Luke entrou sendo seguido por Michael que fechou a porta e a trancou, indicando uma porta a esquerda, onde Luke notou estar aberta e dar acesso a uma escada. Ele foi até lá, Michael veio atrás, ativando o sistema de segurança. Era estranho subir para o apartamento de Michael novamente. Da última vez de que estivera lá, os dois estavam em uma situação totalmente diferente e Luke foi carregado do seu carro até lá, cheio de coisas das quais ele definitivamente não precisa lembrar agora.

— Ashton está em casa? — Não sabia o motivo de ter perguntado, só não sabia se queria ficar lá por muito tempo sozinho com ele.

Michael sorriu sem humor enquanto passava na frente de Luke e abria a porta.

— Eu não vou atacar você, se é o que está pensando. — Respondeu indicando o sofá. — Fique a vontade. Meu irmão não está aqui, tinha de resolver umas coisas e provavelmente volta em alguns dias.

— O que ele teria de fazer pra voltar em alguns dias?

— Por que está tão interessado no que meu irmão anda fazendo? — Perguntou. Cruzou os braços e começou a encarar o homem que sentou-se no sofá com o cenho franzido. — Ah, o problema não é ele. Você não está confortável de estar aqui em casa. Achei que você fosse alguém que soubesse lidar melhor com isso, de qualquer maneira, mas acho que não

E Luke queria gritar de raiva. Odiava quando Michael externizava coisas assim. Isso o fazia parecer patético e desesperado. Não que ele não fosse, só não gostava de ouvir coisas assim.

— Eu realmente não vim para discutir nada disso, Michael. Acho que nem deveria ser algo a cogitar discutir, vim aqui porquê temos coisas realmente importantes para falar.