14• Honestly, you're an idiot

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Eu não sei o que fazer
O que fazer com o seu beijo no meu pescoço
Eu não sei o que parece verdade
Mas isso parece certo, então fique um segundo
É, você parece certo, então fique por um segundo”

(Hostage — Billie Eilish)

•••♣•••

Luke sabia que aquela aura calma e estranha havia acabado assim que o despertador do seu celular tocou aquela manhã. Sentia que tudo o que aconteceu no sábado e domingo haviam sido parte de uma realidade alternativa onde ele falava com Calum e se deixou passar um tempo com a sua mãe. Naquela manhã de segunda-feira, tudo parecia tão distante que nem mesmo parecia estar na casa da sua família.

A ideia de voltar ao trabalho, lidar com tudo o que evitou pensar no domingo, ir atrás de Jonathan e conversar com ele, lidar com sua equipe e com Brandon que com toda a certeza estaria dificultando seu trabalho já o deixava desanimado. Com muito esforço, levantou da cama e se forçou a acordar.

Ele não dormiu no quarto que dividia durante a infância e adolescência com Jack. Não conseguiria ficar lá, cheio de coisas do irmão e até mesmo suas sem surtar de vez. A noite já havia sido longa só por demorar horas para dormir. A sua mente demorou muito para digerir que estava na casa de sua mãe, conversando com ela, a fazendo companhia e que não tinha de se preocupar com uma ligação a qualquer momento vinda do trabalho. O quarto de hóspedes parecia ao mesmo tempo que aconchegante, aterrorizante. Definitivamente, uma noite longa demais.

Quando saiu do quarto, parecia ter voltado anos no tempo. Como não havia levado roupas, acabou usando algumas que sua mãe ainda tinha ali da época em que ainda morava lá. Coisa de quase dez anos atrás.

Nunca imaginou que algum dia de sua vida adulta voltaria a usar calça jeans skinny e menos ainda achava que ela serviria — Depois de um esforço tremendo para vestir, do qual ele provavelmente sentiria sua bunda e seu pau amassados por dias. Não que suas roupas hoje não fossem apertadas, só que eram mais proporcionais ao seu corpo que mudou. —. Ou flanela. Ele odeia tanto flanela hoje, não sabia por qual razão gostava de usar aquilo. A que usava era uma de Jack. Esperava que sua mãe tivesse uma ótima desculpa para explicar a ele porque a flanela vermelha favorita dele — era estranho que ele tivesse uma favorita quando ele tinha várias da mesma cor — havia sumido.

Se olhando no espelho, se tivesse um piercing no lábio, um topete e fosse bem mais magro, ele se veria com dezoito anos. Recém formado, cheio de ideias na cabeça, cheio de sonhos que odiaria saber que havia estragado.

Um suspiro pesado passou pelos lábios enquanto arrumava os cachos do cabelo e saía do quarto. Sua mãe já estava à mesa, esperando o filho para tomar café. Luke sentiu um peso no estômago assim que se deu conta de que teria que deixá-la. Não queria nem pensar que enquanto ela estava só, corria risco. Ele tentou se acalmar e sentou-se à mesa para tomar café também.

O caminho de volta para o centro da cidade foi terrível. Havia um congestionamento enorme, carros buzinando o tempo todo, uma lentidão enorme e Luke já sentia todo o seu estresse voltando.

Como odiava segunda-feira.

Quando finalmente começou a andar, notou que estava atrasado e não teria tempo de ir até a sua casa e trocar de roupa. Com um suspiro cansado, parou em frente a uma loja e virou-se para ver se tinha alguma coisa que substituísse ao menos a flanela.

Monster • MukeHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin